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Navio Negreiro

Lista de 09 exercícios de História com gabarito sobre o tema Navio Negreiro com questões de Vestibulares.


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01. (IFPE) Entre os séculos XVI e XIX, milhares de africanos foram desembarcados no Brasil, para trabalharem como escravos em diversas atividades, como o plantio de cana, a produção do açúcar, a pecuária etc. Estes homens, mulheres e crianças eram transportados nos chamados navios negreiros ou tumbeiros, que não possuíam condições favoráveis de viagem, fazendo com que cerca de 20% deles morressem durante o trajeto. Sobre a vinda dos negros e sua vida no Brasil, analise as seguintes proposições.

I. Amontoados nos porões dos navios, os africanos, durante o percurso, tinham que permanecer sentados, acorrentados uns aos outros, praticamente sem condições de se moverem.

II. A violência contra os escravos era mais comum nas grandes lavouras, na zona rural do país. Já nos núcleos urbanos a relação entre senhores e cativos era pacífica.

III. Os quilombos foram uma forma de resistência dos escravos ao cativeiro, que consistiam em comunidades escondidas em locais distantes, como florestas e serras.

IV. Os escravos urbanos tinham mais liberdade para se locomover, sem a vigilância do senhor de engenho ou do feitor, pois trabalhavam muitas vezes comércio nas cidades. Estão corretas, apenas:

  1. I, II e III
  2. I, III e IV
  3. I, II e IV
  4. I e IV
  5. II e III

02. (UPF) “Era um sonho dantesco… o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros… estalar de açoite…

Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar…

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!”

(ALVES, Castro. O Navio Negreiro. São Paulo: Global, 2016)

Essa é uma parte do poema “O Navio Negreiro”, escrito em 1869 pelo poeta baiano Castro Alves. A lei Eusébio de Queiroz, que proibiu o tráfico negreiro para o Brasil, foi promulgada em 1850. Castro Alves, que apoiava a causa abolicionista, teria escrito esse poema 19 anos depois da referida lei, com o objetivo de

  1. impedir a revogação da lei que proibiu o tráfico transatlântico de negros africanos, como era o desejo de muitos traficantes que haviam perdido seus lucrativos negócios.
  2. abolir a escravidão, ao menos na região onde nasceu, a Bahia, que, no século XIX, era a principal região escravista do Brasil.
  3. persuadir intelectuais que eram seus contemporâneos a aderirem à causa abolicionista, como Joaquim Nabuco, Luís Gama e José do Patrocínio, reconhecidos escravocratas.
  4. dramatizar em versos o sofrimento dos negros africanos no momento em que tiveram que sair de sua terra em direção ao Brasil, transportados nos porões dos navios negreiros, para contribuir assim com a luta pelo fim da escravidão.
  5. apenas preservar a memória do sofrimento dos africanos que haviam sido escravizados, pois, em 1869, o Brasil já havia abolido a escravidão, sendo o último país do continente americano a acabar com a vergonhosa prática.

03. (Unaerp) Em dezembro de 1649, frei Sorrento, um capuchinho italiano que esteve num tumbeiro, contabilizou novecentos cativos, e desabafou: “Aquele barco [...] pelo intolerável fedor, pela escassez de espaço, pelos gritos contínuos e pelas infinitas misérias de tantos infelizes parecia um inferno.”.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 84.

A escravização de negros africanos para o trabalho nas lavouras e nas minas do Brasil estendeu-se por quase quatro séculos. Sobre o tráfico negreiro e sobre a implementação da escravidão negra africana no Brasil colonial, considere as afirmativas e assinale a opção correta.

1. Dado o baixo preço dos escravos africanos nos entrepostos comerciais do litoral africano, os negociantes de escravos não tinham maiores interesses em preservar as vidas dos escravos ao longo da viagem nos tumbeiros, o que pode ser atestado pelas péssimas condições dos navios negreiros.

2. Os povos africanos que chegaram ao Brasil na condição de escravos compunham, em sua maioria, dois grandes grupos étnicos: os sudaneses da África ocidental, Sudão egípcio e costa norte do Golfo da Guiné, e os bantos da África equatorial, de parte do Golfo da Guiné, do Congo, Angola e Moçambique.

3. A substituição dos indígenas, enquanto mão de obra escrava, pelos negros africanos não se deu porque os indígenas eram preguiçosos ao trabalho, mas sim porque eles se rebelavam e fugiam, diferentemente dos negros africanos, que a aceitaram mais pacificamente por já terem sido escravizados no próprio continente africano, nas guerras e disputas entre as tribos.

4. Não houve oposição contundente à escravização dos negros africanos nem por parte da Coroa, nem por parte da Igreja Católica. De fato, algumas ordens religiosas foram grandes proprietárias de escravos, alegando que a escravização já existia na África e que o transporte dos mesmos para o mundo cristão iria não apenas civilizá-los, como também salvar suas almas.

  1. Apenas 1 e 2 estão corretas.
  2. Apenas 1 e 4 estão corretas.
  3. Apenas 2 e 3 estão corretas.
  4. Apenas 2 e 4 estão corretas.
  5. Apenas 3 e 4 estão corretas.

04. (PUC-SP) "Do século XVI ao XIX o comércio de escravos na costa atlântica da África foi negócio entre comerciantes europeus e africanos, ou representantes dos reis africanos, pois na maioria das vezes eram estes os grandes fornecedores de escravos para os navios negreiros. As trocas eram feitas em alguns pontos da costa, seguindo regras estabelecidas principalmente pelas sociedades africanas. Os comerciantes europeus agiam conforme era determinado nos locais de comércio; apesar disso, conseguiam ter alguma influência sobre os chefes locais, que passaram a depender cada vez mais das mercadorias estrangeiras."

Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano. São Paulo: África, 2007, p. 60.

A partir do texto, pode-se afirmar que a ação europeia na África

  1. estimulou o comércio de escravos, promovendo alterações culturais e econômicas significativas em sociedades africanas.
  2. era limitada pelas decisões e pela vontade dos governantes locais, que não aceitavam quaisquer interferências externas.
  3. aproveitou-se da tradicional prática africana de vender escravos para outras regiões do mundo, o que gerava lucros bastante altos.
  4. resumia-se ao fornecimento de produtos industrializados, evitando estabelecer outros tipos de relação mercantil com governantes africanos.
  5. ocorreu dentro de um contexto de ocupação territorial e domínio político, que determinaram a hegemonia europeia no continente.

05. (IFPE) “O negro foi (...) trazido para exercer o papel de força de trabalho compulsório numa estrutura que estava se organizando em função da grande lavoura. Aqui, não havia muita preocupação em prover o sustento dos produtores, mas em produzir para o mercado.”

(PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2011, p. 23).

Analise as proposições abaixo sobre a utilização da mão de obra escrava no Brasil Colonial e Imperial.

I. A escravidão dos índios na Colônia nunca foi empregada, devido à alegação de que somente a mão de obra negra seria capaz de aguentar o trabalho nos canaviais nordestinos.

II. Os escravos eram trazidos do continente africano nos chamados navios negreiros, onde as condições da viagem eram tão precárias que muitos dos negros morriam antes de chegar ao Brasil.

III. No Brasil Imperial, era grande o número de escravos empregados fora das grandes lavouras. Em grandes capitais, como Recife, Salvador e Rio de Janeiro, escravos transitavam comumente, nas ruas, junto à população livre.

IV. No Brasil, a escravatura foi abolida repentinamente com a assinatura da Lei Áurea, em maio de 1888. Antes disso, o governo imperial não havia dado indícios de que a escravidão seria um dia extinta.

Estão corretas, apenas, as proposições:

  1. II e III
  2. I e IV
  3. I e II
  4. II e IV
  5. I e III

06. (UNEMAT) Em 1845, em resposta à não-renovação dos tratados de 1810, que garantiam amplas vantagens para a Inglaterra no comércio com o Brasil, foi realizada uma ação que determinava poderes à marinha inglesa para apreender qualquer navio negreiro que cruzasse o Atlântico em direção ao Brasil.

A que ação inglesa o texto se refere?

  1. Bill Aberdeen
  2. Funding-loan
  3. Lei Eusébio de Queirós
  4. Política de Cercamentos
  5. Tarifa Alves Branco

07. (UFRGS) Observe a tabela abaixo, que apresenta o número de africanos escravizados que desembarcaram no Brasil, após a independência, e considere o texto do historiador Sidney Chalhoub.

Não obstante a proibição legal, e após decrescimento temporário nas entradas de africanos durante a primeira metade da década de 1830, o comércio negreiro, então clandestino, assumiu proporções aterradoras nos anos seguintes, impulsionado pela demanda por trabalhadores para as fazendas de café, useiro e vezeiro no logro aos cruzeiros britânicos, auxiliado pela conivência e corrupção de autoridades públicas e com o apoio de setores diversos da população. [...] Não custa meditar por um momento no que se acaba de anunciar: a riqueza e o poder dos cafeicultores, que se tornaria símbolo maior da prosperidade imperial ao longo do Segundo Reinado, viabilizaram-se ao arrepio da lei, pela aquisição de cativos provenientes de contrabando.

CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: Cia. das Letras, 2012. p. 36-37.

Considere as seguintes afirmações sobre os dados e o texto acima.

I - O tráfico transatlântico, durante a maior parte do Império Brasileiro, foi uma prática ilegal, sustentada, entre outras coisas, pelo conluio de elites econômicas com setores da administração monárquica.

II - A flutuação do número de africanos escravizados que desembarcaram no Brasil explica-se apenas pela dinâmica de oferta e procura, sem o impacto de leis e tratados nacionais e internacionais.

III- O número de africanos escravizados teve um imediato decréscimo nos cinco anos seguintes à aprovação da Bill Aberdeen pelo parlamento britânico, que autorizava o aprisionamento de navios negreiros pela Marinha inglesa.

Quais estão corretas?

  1. Apenas I.
  2. Apenas II.
  3. Apenas III.
  4. Apenas I e III.
  5. I, II e III.

08. (IF Sul de Minas) Leia o seguinte trecho do poema “Navio negreiro”, de Castro Alves, publicado em 1869.

[...] Ontem a Serra Leoa,

A guerra, a caça ao leão,

O sono dormido à toa

Sob as tendas da amplidão!

Hoje... o porão negro, fundo,

Infecto, apertado, imundo [...]

ALVES, Castro. Navio Negreiro. A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm>. Acesso: 19 set. 2016. Adaptado.

Leia as afirmativas abaixo, em relação ao tema abordado pelo poema e o seu contexto histórico, e marque a alternativa CORRETA.

  1. O trecho do poema faz referência à vinda dos negros de Serra Leoa para o Brasil, que aceitavam se tornar escravos para fugir de conflitos étnicos e para escapar da fome em seu país.
  2. O trecho do poema mostra a transformação na vida dos negros, ao serem capturados e trazidos para o Brasil como escravos, em condições desumanas nos navios negreiros.
  3. O fim do tráfico negreiro no Brasil só foi oficializado pela Lei Eusébio de Queiroz, devido à influência do poema de Castro Alves na sociedade brasileira.
  4. O trecho do poema faz referência aos negros rebeldes, de mau comportamento, que eram levados, em navios mercantes, para os quilombos situados no norte do país, como forma de punição.
  5. O poema de Castro Alves, apesar da importância literária, não chega a ser um documento importante para a História do Brasil porque ele toca muito brevemente o tema da escravidão.

09. (C. U. Serra dos Órgãos) “Os navios negreiros atracados no século XIX desembarcavam no cais de pedra a carga humana para as ‘casas de engorda’ na Rua do Valongo, no Centro do Rio de Janeiro. Cronistas estrangeiros descreveram a depravação no mercado de escravos, incluindo as chamadas boutiques que vendiam crianças africanas, magras e doentes.

Os escravos recém-chegados que morreram antes mesmo de iniciada a labuta nas minas do Brasil foram levados para uma vala comum nas proximidades. Os cadáveres eram deixados para se decompor no meio de pilhas de lixo. Como as plantações imperiais floresciam, escavadores no Cemitério dos Pretos Novos esmagavam os ossos dos mortos, abrindo caminho para milhares de novos cadáveres.

Agora, com as obras que estão sendo feitas nessas áreas do Rio de Janeiro visando a Copa do Mundo deste ano e os Jogos Olímpicos de 2016, são impressionantes as descobertas arqueológicas ao redor dos locais de trabalho dos escravos e estão oferecendo uma nova visão sobre a distinção brutal da cidade como um centro nervoso para o tráfico de escravos no Atlântico. [...]

O Rio pode ter importado mais escravos do que qualquer outra cidade das Américas, superando lugares como Charleston, SC, Kingston, Jamaica, e Salvador, no nordeste do Brasil. Ao todo, a cidade recebeu mais de 1,8 milhão de escravos africanos, ou 21,5% de todos os escravos que desembarcaram nas Américas, segundo Mariana P. Candido, historiadora da Universidade de Kansas.”

(Sítios arqueológicos esclarecem a escravidão no Rio de janeiro. Artigo publicado no The New York Times)

A partir da leitura do texto acima, assinale a afirmativa correta.

  1. A escravidão na cidade do Rio de Janeiro foi residual durante o século XIX.
  2. As descobertas arqueológicas ressaltam a importância do fim do tráfico negreiro para a cidade do Rio de Janeiro.
  3. As descobertas arqueológicas indicam a preocupação dos mercadores em assegurar tratamento digno aos negros africanos.
  4. A cidade do Rio de Janeiro detinha a exclusividade do tráfico negreiro nas Américas.
  5. A cidade do Rio de Janeiro pode ter sido centro de uma complexa rede de tráfico transatlântico dado o grande número de negros comercializados no Porto.

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