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Tráfico Negreiro no Brasil

Lista de 10 exercícios de História com gabarito sobre o tema Tráfico Negreiro no Brasil com questões de Vestibulares.


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01. (UEA) O longo passado da África Negra é pouco conhecido, como ocorre com todos os povos que desconheceram a escrita e cuja história chega até nós por meio da tradição oral, das pesquisas arqueológicas ou de testemunhos ocasionais. Um fato emerge, entretanto, deste passado confuso: o tráfico negreiro que, dirigido para o continente americano, ganhou proporções diabólicas a partir do século XVI. Há muitos documentos sobre o tráfico negreiro, tanto nos arquivos europeus quanto nos arquivos do Novo Mundo.

(Fernand Braudel. Gramática das civilizações, 1987. Adaptado.)

Essencial na montagem do complexo açucareiro no Nordeste do Brasil, o tráfico negreiro era, além disso, uma atividade

  1. imposta pela burguesia metropolitana e contrária aos interesses das monarquias dos países colonizadores.
  2. desconhecida na África até a chegada ao continente de traficantes portugueses, ingleses e espanhóis.
  3. rentável e promotora de acumulação de capital nas mãos da burguesia mercantil metropolitana.
  4. aceita pelo conjunto das populações das sociedades europeias e americanas no longo período de sua vigência.
  5. ilegal e de contrabando, pois combatida pelas religiões cristãs europeias e pelas Bulas papais.

02. (UCS) Analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo, sobre o tráfico negreiro, que deslocou para o Brasil cerca de 4 milhões de africanos, durante mais de três séculos de escravidão.

( ) Representou um amplo esquema de negócios, recebendo inclusive apoio de alguns povos africanos, que passaram a se especializar na captura e venda de escravos aos europeus.

( ) O continente africano, antes da chegada dos europeus, conhecia diversas formas de escravidão, como, por exemplo, a doméstica e a decorrente de fome, dívida e guerra.

( ) Os escravos, como mercadorias, eram embarcados em navios denominados tumbeiros, onde muitos morriam, durante a travessia do Atlântico, em função de maus tratos, fome, sede e doenças, como o sarampo e a varíola.

Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.

  1. V – V – V
  2. V – V – F
  3. F – V – V
  4. F – F – V
  5. V – F – F

03. (UECE) O grande interesse da Inglaterra na extinção do tráfico negreiro no Brasil devia-se

  1. à preocupação humanitária e filantrópica pela sorte dos escravos.
  2. à necessidade de conversão dos africanos ao protestantismo, somente.
  3. à necessidade de ampliação do mercado consumidor brasileiro para as suas mercadorias.
  4. ao desejo de contribuir para o crescimento do processo de industrialização no Brasil.

04. (UEFS) Mais da metade de todo tráfico de escravos da África para o Brasil era realizado por traficantes do Brasil. Isso mesmo, uma parte enorme dos lucros com o tráfico negreiro acabava ficando com os habitantes da própria colônia! Os mais ricos traficantes de escravos moravam em Salvador e no Rio de Janeiro. Alguns tinham acumulado tanta fortuna que possuíam mais riquezas que os latifundiários. Chegavam a agir como banqueiros, emprestando dinheiro aos fazendeiros da colônia.

(SCHMIDT, 2005, p. 197).

De acordo com o texto, é correto afirmar que os principais interessados na manutenção do tráfico de africanos escravizados, no período colonial brasileiro, eram os

  1. senhores de currais e tropeiros, que faziam o transporte de escravos para o interior.
  2. tumbeiros e retornados, que organizavam o tráfico nos portos de embarque africanos.
  3. líderes da Igreja, interessados em reforçar o trabalho dos escravos indígenas nas propriedades eclesiásticas.
  4. funcionários portugueses que controlavam, nos portos da metrópole, o movimento de entrada e saída de navios negreiros.
  5. traficantes e latifundiários, que se beneficiavam dos lucros e da força do trabalho escravo, respectivamente.

05. (UFRGS) Observe a tabela abaixo, que apresenta o número de africanos escravizados que desembarcaram no Brasil, após a independência, e considere o texto do historiador Sidney Chalhoub.

Não obstante a proibição legal, e após decrescimento temporário nas entradas de africanos durante a primeira metade da década de 1830, o comércio negreiro, então clandestino, assumiu proporções aterradoras nos anos seguintes, impulsionado pela demanda por trabalhadores para as fazendas de café, useiro e vezeiro no logro aos cruzeiros britânicos, auxiliado pela conivência e corrupção de autoridades públicas e com o apoio de setores diversos da população. [...] Não custa meditar por um momento no que se acaba de anunciar: a riqueza e o poder dos cafeicultores, que se tornaria símbolo maior da prosperidade imperial ao longo do Segundo Reinado, viabilizaram-se ao arrepio da lei, pela aquisição de cativos provenientes de contrabando.

CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: Cia. das Letras, 2012. p. 36-37.

Considere as seguintes afirmações sobre os dados e o texto acima.

I - O tráfico transatlântico, durante a maior parte do Império Brasileiro, foi uma prática ilegal, sustentada, entre outras coisas, pelo conluio de elites econômicas com setores da administração monárquica.

II - A flutuação do número de africanos escravizados que desembarcaram no Brasil explica-se apenas pela dinâmica de oferta e procura, sem o impacto de leis e tratados nacionais e internacionais.

III- O número de africanos escravizados teve um imediato decréscimo nos cinco anos seguintes à aprovação da Bill Aberdeen pelo parlamento britânico, que autorizava o aprisionamento de navios negreiros pela Marinha inglesa.

Quais estão corretas?

  1. Apenas I.
  2. Apenas II.
  3. Apenas III.
  4. Apenas I e III.
  5. I, II e III.

06. (UPF) “Era um sonho dantesco… o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros… estalar de açoite…

Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar…

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!”

(ALVES, Castro. O Navio Negreiro. São Paulo: Global, 2016)

Essa é uma parte do poema “O Navio Negreiro”, escrito em 1869 pelo poeta baiano Castro Alves. A lei Eusébio de Queiroz, que proibiu o tráfico negreiro para o Brasil, foi promulgada em 1850. Castro Alves, que apoiava a causa abolicionista, teria escrito esse poema 19 anos depois da referida lei, com o objetivo de

  1. impedir a revogação da lei que proibiu o tráfico transatlântico de negros africanos, como era o desejo de muitos traficantes que haviam perdido seus lucrativos negócios.
  2. abolir a escravidão, ao menos na região onde nasceu, a Bahia, que, no século XIX, era a principal região escravista do Brasil.
  3. persuadir intelectuais que eram seus contemporâneos a aderirem à causa abolicionista, como Joaquim Nabuco, Luís Gama e José do Patrocínio, reconhecidos escravocratas.
  4. dramatizar em versos o sofrimento dos negros africanos no momento em que tiveram que sair de sua terra em direção ao Brasil, transportados nos porões dos navios negreiros, para contribuir assim com a luta pelo fim da escravidão.
  5. apenas preservar a memória do sofrimento dos africanos que haviam sido escravizados, pois, em 1869, o Brasil já havia abolido a escravidão, sendo o último país do continente americano a acabar com a vergonhosa prática.

07. (PUC-Campinas) Mais do que resultante de acasos e similares, como aconteceu a muitos países, o Brasil é produto de uma obra. Em sua primeira parte, feita à medida e semelhança do colonizador. Depois, conduzida pela classe dominante dele herdeira, no melhor e sobretudo no pior da herança. O sistema aí nascente projetou-se na história como um processo sem interrupção, sem sequer solavancos. Escravocrata por tanto tempo, fez a abolição mais conveniente à classe dominante, não aos ex-escravizados. A República trouxe recusas superficiais ao Império, ficando a expansão republicana do poder e dos direitos reduzida, no máximo, a farsas, a começar do método fraudador das "eleições a bico de pena".

(FREITAS, Jânio de. Folha de S. Paulo, 30/04/2017)

Na legislação brasileira já existia uma lei de extinção do trafico, assinada em 1831. Apesar disso, o comércio negreiro continuou a funcionar regularmente e às vistas das autoridades. A Lei Eusébio de Queiroz foi, portanto, uma reafirmação daquela de 1831 e

  1. encontrou os escravos muito bem preparados para intensificar a luta pelo fim da escravidão em todas a regiões escravocratas do país.
  2. representou um amparo legal aos senhores que quisessem descartar 50% dos escravos considerados incapacitados para o trabalho.
  3. favoreceu os defensores da abolição, porque a retração na oferta de novos escravos fez seu preço subir mais de 100% em menos de um ano.
  4. ampliou o mercado interno ao promover a procura de produtos manufaturados pelos ex-escravos, que passaram a receber salário.
  5. resultou de uma intervenção do governo imperial, com o objetivo de estimular o setor manufatureiro e o desenvolvimento do país.

08. (UEMA) Estimativa do número de africanos desembarcados em cada região

(em milhares de indivíduos)

O número de africanos desembarcados no Brasil devido ao tráfico negreiro, conforme tabela, foi o maior, ao se compararem os dados da América Britânica e os Estados Unidos. Uma das explicações para essa diferença é que

  1. no Brasil, o tráfico negreiro foi facilitado pela proximidade com o litoral africano; nos Estados Unidos, a distância em relação à costa africana encareceu a mercadoria escrava.
  2. nos Estados Unidos, o tráfico sempre foi ilegal, dificultando, assim, o comércio transatlântico de escravos; no Brasil, o tráfico estendeu-se legalmente até às vésperas da abolição da escravidão.
  3. no Brasil, prevaleceu o projeto de abastecimento da mão de obra escrava por meio do tráfico negreiro; nos Estados Unidos, predominaram as fazendas onde ocorria a reprodução escrava.
  4. nos Estados Unidos, predominou o trabalho livre, realizado em pequenas propriedades, sendo a mão de obra escrava utilizada somente nas lavouras de algodão da região norte; no Brasil, a mão de obra escrava foi predominante nas mais diversas regiões.
  5. no Brasil, o elevado crescimento da economia agro-exportadora possibilitou capital disponível para a compra de escravos; nos Estados Unidos, as constantes crises da lavoura algodoeira inviabilizavam a compra em larga escala da mão de obra escrava.

09. (EMESCAM) Sobre o tráfico negreiro, consolidado pelos portugueses no Atlântico, são apresentadas as seguintes afirmações.

1. Garantiu o poder da metrópole no Brasil, assegurando a transferência da renda do setor produtivo para o setor mercantil.

2. Reduziu-se ao comércio de africanos entre a África e a América, sem modelar o conjunto da economia, da sociedade ou da política da América Portuguesa.

3. Estimulou o intercâmbio socioeconômico e cultural entre a África e a América.

Estão corretas as afirmações

  1. 1 e 2 apenas.
  2. 1 e 3 apenas.
  3. 2 e 3 apenas.
  4. 1, 2 e 3.
  5. 2 apenas.

10. (IFSulDeMinas) No contexto do Segundo Império Brasileiro, foi sancionada a Lei Eusébio de Queirós de 04 de setembro de 1850 abolindo o tráfico negreiro no Brasil. Como uma das consequências dessa lei, destaca-se a entrada de imigrantes europeus no Brasil. Sobre esse período é CORRETO afirmar que:

  1. Foi criada a Lei de Terras de 1850, que facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que chegavam ao Brasil.
  2. O objetivo do governo imperial, com essa lei, era regularizar a situação das dezenas de ex-escravos que viviam no Brasil.
  3. O fim do tráfico aumentou o custo da mão de obra escrava e o emprego da mão de obra imigrante europeia se transformou na alternativa mais barata e viável.
  4. A imigração fez parte de uma política organizada pelos abolicionistas para substituir aos poucos a mão de obra escrava e evitar a escravização em novas áreas de povoamento no sul do país.

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