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Pré-Modernismo

Lista de 15 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Pré-Modernismo com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Pré-Modernismo.




01. (PUC-SP) "Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!"

(Lima Barreto)

As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele:

  1. desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas européias.
  2. engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo.
  3. antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.
  4. se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro.
  5. prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo.

02. (EsPCEx) Os primeiros anos da República foram agitados no Brasil. A Região Nordeste do país enfrentava o crônico problema da seca. Vivendo de forma precária, muitos aderiram à pregação messiânica de Antônio Conselheiro.

Essa temática está claramente retratada no livro

  1. O sertanejo, de José de Alencar.
  2. Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.
  3. Os sertões, de Euclides da Cunha.
  4. Canaã, de Graça Aranha.
  5. O alienista, de Machado de Assis.

03. (UFPR) Considere o seguinte trecho do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto:

Por esse intrincado labirinto de ruas e bibocas é que vive uma grande parte da população da cidade, a cuja existência o governo fecha os olhos, embora lhe cobre atrozes impostos, empregados em obras inúteis e suntuárias noutros pontos do Rio de Janeiro.

(Clara dos Anjos, p. 38.)

Com base no trecho selecionado e na leitura integral do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto, assinale a alternativa correta.

  1. O narrador é imparcial ao descrever os cenários do subúrbio e de outros pontos da cidade, demonstrando neutralidade na constatação das diferenças entre as regiões.
  2. O subúrbio é descrito ora de modo realista, ora de modo idealizado, contribuindo para a construção de uma visão, por vezes, romantizada da pobreza.
  3. O narrador disseca com rigor quase sociológico os problemas políticos da época, citando fatos e personagens históricos reais que se misturam à narrativa.
  4. O romance apresenta o ambiente do subúrbio aliando a descrição pormenorizada do espaço físico à caracterização dos personagens que o habitam.
  5. Os vários bairros e personagens que estão nos arredores da linha férrea do trem urbano são descritos como um conjunto indiferenciado, como se cada bairro não tivesse sua característica própria.

04. (ESPM) Texto para a questão:

O trecho que segue é da personagem Olga, de Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto.

O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. (...) Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? (...) Não podia ser preguiça só ou indolência. Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar relativamente. (...) Seria a terra? Que seria? E todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...

(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)

É possível estabelecer um paralelo entre a passagem acima e outros textos da Literatura brasileira por apresentarem reflexões críticas em relação à miséria, similares ao pensamento de Olga. Essa abordagem ocorre nas referências abaixo, exceto em uma. Assinale o item cuja obra não é passível de ser relacionada com o exposto acima.

  1. Em Urupês, de Monteiro Lobato, a personagem Jeca Tatu, da zona rural do vale do Paraíba paulista, com sua “casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que moram em toca e gargalhar o João-de-Barro”.
  2. Em O Cortiço, de Aluísio Azevedo, João Romão, na sua ganância, “não comia um ovo, do que no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos trabalhadores”.
  3. Em Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, a carpideira afirma ao retirante Severino que naquela região do agreste “pouco existe o que lavrar”.
  4. Em Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o narrador apresenta a personagem Fabiano muitas vezes em condição de penúria, “encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra”.
  5. Em Duelo, de Guimarães Rosa, a personagem Timpim Vinte-e-Um vive na miséria, carrega umas mandioquinhas para a “mulher, que teve criança” e “não tem nada lá em casa p’ra ela comer”.

05. (ESPM) Texto para a questão:

O trecho que segue é da personagem Olga, de Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto.

O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. (...) Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? (...) Não podia ser preguiça só ou indolência. Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar relativamente. (...) Seria a terra? Que seria? E todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...

(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)

Em Lima Barreto, a sequência grande de perguntas ao longo do texto configura o:

  1. discurso direto, em que há reprodução da fala da personagem ou do diálogo entre personagens.
  2. discurso indireto, em que o narrador conta aos leitores o que a personagem disse. Não há travessão.
  3. discurso indireto livre, em que há o pensamento da personagem, expresso pelo narrador, em meio à narrativa.
  4. solilóquio, em que a personagem extravasa os seus pensamentos e emoções em monólogos, sem dirigir-se especificamente a qualquer ouvinte.
  5. fluxo da consciência, em que há transcrição do complexo processo de pensamento não-linear de uma personagem, com o raciocínio lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos de associação de ideias.

06. (UFMS) Leia p texto a seguir.

"A vegetação [...] o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalado em lanças; e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante."

O trecho acima foi extraído da obra Os Sertões, escrita por Euclides da Cunha, no relato de um dos mais sangrentos episódios da história brasileira.

A alternativa que aponta corretamente a relação entre a vegetação descrita acima e o episódio narrado em Os Sertões é

  1. Caatinga – Guerra de Canudos.
  2. Cerrado – Guerra dos Emboabas.
  3. Mata de Araucária – Guerra do Contestado.
  4. Caatinga – Guerra dos Emboabas.
  5. Cerrado – Guerra dos Farrapos.

07. (UFPR) No romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto, o narrador tece considerações generalizantes a respeito da sociedade de sua época, ao mesmo tempo em que narra a vida da protagonista, de sua família e a malandragem de Cassi Jones. A respeito de aspectos da construção de Clara ou de fatos de que ela participa, assinale a alternativa correta.

  1. A afirmação “é próprio do nosso pequeno povo fazer uma extravagante amálgama de religiões e crenças de toda a sorte, e socorrer-se desta ou daquela, conforme os transes e momentâneas agruras de sua existência” (capítulo I) explica a frequência de Clara a igrejas e templos de diferentes religiões.
  2. A frase “A gente pobre é difícil de se suportar mutuamente; por qualquer ninharia, encontrando ponto de honra, brigando, especialmente as mulheres” (capítulo VII) alude às provocações que Clara desferia contra suas vizinhas.
  3. A ponderação “Cada um de nós, por mais humilde que seja, tem que meditar, durante a sua vida, sobre o angustioso mistério da Morte, para poder responder cabalmente, se o tivermos que o fazer, sobre o emprego que demos a nossa existência” (capítulo VIII) refere-se à cena da morte de Clara.
  4. O comentário “O seu ideal na vida não era adquirir uma personalidade, não era ser ela, mesmo ao lado do pai ou do futuro marido. Era constituir função do pai, enquanto solteira, e do marido, quando casada. Não imaginava as catástrofes imprevistas da vida” (capítulo VIII) prenuncia as dificuldades que Clara enfrentou no seu casamento com Cassi.
  5. A análise “A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era errônea. Ela devia ter aprendido da boca dos seus pais que a sua honestidade de moça e de mulher tinha todos por inimigos, mas isto ao vivo, com exemplos, claramente...” (capítulo X) denuncia a frágil educação recebida por Clara como responsável pelo seu destino.

08. (UEA) Leia o trecho de Os sertões, de Euclides da Cunha, para responder à questão.

[...] os umbuzeiros alevantam dous1 metros sobre o chão, irradiantes em círculo, os galhos numerosos.

É a árvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápidas horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros. Representa o mais frisante exemplo de adaptação da flora sertaneja. Foi, talvez, de talhe mais vigoroso e alto — e veio descaindo2, pouco a pouco, [...] modificando-se à feição do meio, desinvoluindo, até se preparar para a resistência e reagindo, por fim, desafiando as secas duradouras, sustentando-se nas quadras miseráveis mercê da3 energia vital que economiza nas estações benéficas, das reservas guardadas em grande cópia4 nas raízes.

E reparte-as com o homem. [...]

Alimenta-o e mitiga5-lhe a sede. Abre-lhe o seio acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entrelaçados parecem de propósito feitos para a armação das redes bamboantes6. E ao chegarem os tempos felizes dá-lhe os frutos de sabor esquisito para o preparo da umbuzada tradicional.

(Os sertões, 2003. Adaptado.)

1 dous: dois.

2 descair: tomar uma posição arqueada, curvar-se, vergar-se.

3 mercê da: graças à.

4 cópia: abundância, quantidade.

5 mitigar: aliviar.

6 bamboante: que balança.

Ao apresentar o umbuzeiro como “exemplo de adaptação da flora sertaneja”, o autor dá destaque

  1. à maneira como a árvore foi se tornando mais resistente ao clima seco à medida que ganhava em altura e espessura.
  2. ao modo como basta haver luz solar em abundância para que a árvore se expanda com facilidade.
  3. à astúcia do sertanejo, que substituiu as árvores nativas por uma espécie mais resistente e de fácil plantio.
  4. ao fato de que as árvores do sertão vivem mais quando estão unidas, formando uma mata fechada.
  5. à estratégia adotada pela árvore de poupar energia em épocas mais amenas para ser usada no período de seca.

09. (UFAM) Sobre o escritor Lima Barreto pode-se afirmar:

I. É reconhecido por ter mantido uma escrita de estilo livre e muito mais despojada que o estilo dos empolados parnasianos do seu tempo.

II. Forte denunciador da questão do preconceito racial, tanto por suas crônicas quanto por seus romances.

III. São temas recorrentes em sua obra: a injustiça com relação aos afrodescendentes e pobres que residiam em subúrbios cariocas, a crítica política com relação aos problemas do país e as mazelas de uma sociedade escravocrata.

Assinale a alternativa correta:

  1. Somente as afirmativas I e II estão corretas.
  2. Somente as afirmativas I e III estão corretas.
  3. Somente a afirmativa II está correta.
  4. Somente a afirmativa III está correta.
  5. Todas as afirmativas estão corretas.

10. (UPF) Sobre as características e/ou os fatos que marcam o Pré-Modernismo, apenas é incorreto afirmar que

  1. uma das principais obras publicadas no período é Grande sertão: veredas, de Euclides da Cunha.
  2. é considerada pré-modernista a literatura produzida nas primeiras décadas do século XX.
  3. nas obras dos escritores pré-modernistas, faz-se presente a crítica ao Brasil arcaico.
  4. os autores do período procedem à problematização da realidade nacional em seus aspectos sociais e culturais, abordagem que seria desenvolvida pelo Modernismo.
  5. a negação do ufanismo por parte dos pré-modernistas fica evidenciada no tratamento que dispensam aos temas colocados em pauta.

11. (UEA - SIS) Um dos tópicos explorados por Euclides da Cunha (1866-1909) na obra Os sertões refere-se

  1. ao declínio das oligarquias urbanas, em contraponto à ascensão de uma burguesia agrária que passa a ditar os rumos do país.
  2. à contradição entre o progresso material das áreas urbanizadas e o atraso que marginalizava as populações rurais do país.
  3. ao choque entre a cultura das populações rurais do país e a cultura europeia importada pelos centros urbanos.
  4. ao malogro econômico das áreas mais urbanizadas do país, em contraste com o avanço social das regiões rurais dominadas pelos latifúndios.
  5. à exaltação da cultura nacional como assimilação destruidora e recriadora da cultura europeia, com vistas à formação de uma sociedade pacificada.

12. (UFPR) A respeito dos romances Clara dos Anjos, de Lima Barreto, e Fogo Morto, de José Lins do Rego, assinale a alternativa correta.

  1. Clara dos Anjos é um romance memorialístico, no qual os acontecimentos rememorados permitem compreender a origem da família da protagonista; Fogo Morto é um romance intimista que dá a conhecer a vida de um núcleo familiar aristocrático ao longo da década de 1930.
  2. Os pontos de vista narrativos desses romances diferem um do outro, porque, em Clara dos Anjos, o narrador participa da trama como personagem, narrando acontecimentos de que participou, enquanto, em Fogo Morto, o narrador é onisciente, dedicando-se a investigar a alma dos personagens.
  3. Nos dois romances, as mulheres pobres não recebem educação formal e são submetidas a uma rotina de violência familiar. Seu destino é o enlouquecimento, como acontece com Marta e Neném em Fogo Morto, ou a insubmissão, como acontece com Clara dos Anjos, que abandona a casa dos pais.
  4. Nos dois romances, a cultura popular aparece representada pela música, que agrada a diferentes personagens: em Clara dos Anjos, a modinha aproxima Cassi Jones da família de Clara; em Fogo Morto, as histórias cantadas por José Passarinho ecoam o sofrimento dos personagens.
  5. Nos dois romances, observa-se a geografia suburbana, com favelas construídas em torno da linha férrea, com aglomerados humanos miscigenados e também com o subemprego dos personagens, como o carteiro Joaquim dos Anjos e o seleiro José Amaro.

13. (UNICAMP) Além de escrever Dom Quixote das crianças, Monteiro Lobato também leva o “cavaleiro errante” para o Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Lá na varanda Dom Quixote conversava com Dona Benta sobre as aventuras, e muito admirado ficou de saber que sua história andava a correr mundo; escrita por um tal de Cervantes. Nem quis acreditar; foi preciso que Narizinho lhe trouxesse a edição de luxo ilustrada por Gustavo Doré.

O fidalgo folheou o livro muito atento às gravuras, que achou ótimas, porém falsas

– Isso não passa duma mistificação! - protestou ele. – Esta cena aqui, por exemplo. Está errada. Eu não espetei este frade, como o desenhista pintou - espetei aquele lá.

– Isto é inevitável - disse Dona Benta. – Os historiadores costumam arranjar os fatos do modo mais cômodo para eles; por isto a História não passa de histórias.

(Adaptado de Monteiro Lobato, O Picapau Amarelo. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 18.)

Na cena narrada,

  1. Dona Benta mostra a Dom Quixote que a história dele não é, de forma alguma, uma mistificação.
  2. Dona Benta convence Dom Quixote de que as gravuras não refletem a História dos fatos.
  3. Dona Benta concorda com Dom Quixote e critica o fato de a História ser fruto de interesses.
  4. Dona Benta opõe-se a Dom Quixote e critica a forma como a história dele é narrada nos livros.

14. (UNCISAL) Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa coisa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções.

Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevares e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado.

Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas.

Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos.

BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. (Fragmento).

O texto acima apresenta, como características da escrita de Lima Barreto,

  1. a análise da Guerra de Canudos e o otimismo acerca do futuro da nação.
  2. o nacionalismo ufanista e a tematização da escravidão indígena e africana.
  3. o uso de uma linguagem rebuscada e o tema da loucura nas classes menos abastadas.
  4. o olhar para a realidade social do país e a opção por uma linguagem não rebuscada.
  5. a predileção por figuras de linguagem que expressam contraste e o nacionalismo ufanista.

15. (UENP) Tanto o chamado Pré-Modernismo como a Semana de Arte Moderna, de 1922, caracterizam-se como momentos de transição no âmbito político, cultural e literário.

Assinale a alternativa que reúne, respectivamente: algumas das principais caraterísticas e textos pré- -modernistas; evidências e obras presentes na chamada Semana de Arte Moderna

  1. Afirmação dos princípios da Arte Moderna, em Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, e o regionalismo, em Os Sertões. / Referências ao nacionalismo saudosista, em Triste Fim de Policarpo Quaresma, e apresentação das vanguardas europeias, em Canaã.
  2. Crítica e desconstrução de modelos estéticos ultrapassados, em Os Sapos, e afirmação dos princípios da Arte Moderna, em Ode ao Burguês. / Referências ao nacionalismo saudosista, em Triste Fim de Policarpo Quaresma, e o regionalismo, em Os Sertões.
  3. Referências ao nacionalismo saudosista, em Triste Fim de Policarpo Quaresma, e o regionalismo, em Os Sertões. / Crítica e desconstrução de modelos estéticos ultrapassados, em Os Sapos, e afirmação dos princípios da Arte Moderna, em Ode ao Burguês.
  4. Referências a aspectos do Naturalismo, em Triste Fim de Policarpo Quaresma, e mistura de estilos literários de movimentos anteriores, em Canaã. / Busca de uma identidade nacional própria, em Cidades Mortas, e estética cultural vanguardista, em A Cinza das Horas.
  5. O regionalismo, em Os Sertões, e a crítica ao imperialismo germânico, em Canaã. / Crítica ao Parnasianismo, em Paranóia ou Mistificação, e desconstrução de modelos artísticos antigos, em Urupês.

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