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Quinhentismo II

Lista de 14 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Quinhentismo com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Quinhentismo.




01. (UFRR) A propósito dos primórdios da Literatura Brasileira, Alfredo Bosi diz que:

Os primeiros escritos da nossa vida documentam precisamente a instauração do processo: são informações que viajantes e missionários europeus colheram sobre a natureza do homem brasileiro. Enquanto informação, não pertencem à categoria do literário, mas à pura crônica histórica e, por isso, há quem as omita por escrúpulo estético (José Veríssimo, por exemplo, na sua História da Literatura Brasileira). No entanto, a pré-história das nossas letras interessa como reflexo da visão do mundo e da linguagem que nos legaram os primeiros observadores do país.

BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. 47.ed. São Paulo: Cultrix, 2006

São exemplos de textos de informação de que o autor fala acima:

  1. Carta, de Pero Vaz de Caminha; Sermão da Sexagésima, de Pe. Antonio Vieira; Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão.
  2. Diário de Navegação, de Pero Lopes de Sousa; Canção do Exílio, de Gonçalves Dias; As Joias da Coroa, de Raul Pompéia.
  3. Carta, de Pero Vaz de Caminha; Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão; Os Índios do Jaguaribe, de Franklin Távora.
  4. Diálogo sobre a conversão do gentio, do Pe. Manuel da Nóbrega; Sermão da Sexagésima, de Pe. Antonio Vieira; Canção do Exílio, de Gonçalves Dias.
  5. Diálogo sobre a conversão do gentio, de Pe. Manuel da Nóbrega; Carta, de Pero Vaz de Caminha; Diário de Navegação, de Pero Lopes de Sousa.

02. (UFN) Leia os trechos a seguir.

Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!

Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar[...]

E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe [...]

(Fonte: Carta a El Rei D. Manuel, Dominus: São Paulo, 1963. Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/down-load/texto/bv000292.pdf)

Considerando os trechos da Carta a El Rei D. Manuel, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações a seguir.

( ) Trata-se de trechos que fazem parte das últimas informações da Carta de Pero Vaz de Caminha sobre o “achamento” do Brasil.

( ) Sobrepõe as riquezas naturais encontradas no local, como a água, à necessidade de salvação do povo habitante da terra encontrada.

( ) Compara o clima da terra recém-descoberta com o clima de uma região localizada em Portugal.

( ) Do ponto de vista literário, pode-se dizer que os trechos fazem parte de uma literatura que se con-vencionou chamar “crônicas de viagem” ou “literatura informativa”.

( ) O trecho destacado permite inferir que o único interesse dos colonizadores residia na salvação do povo que vivia na terra ora encontrada.

A sequência correta é

  1. F – V – F – F – F.
  2. V – V – F – F – V.
  3. V – F – V – V – F.
  4. V – V – F – V – V.
  5. F – F – V – V – F.

03. (UFAM PSC) Assinale o item que comprova o objetivo da ação missionária jesuítica de catequizar os povos nos versos de “A Santa Inês”, do Pe. José de Anchieta.

  1. Virginal cabeça
    pola fé cortada,
    com vossa chegada,
    já ninguém pereça.
  2. Vós sois, cordeirinha,
    de Iesu formoso,
    mas o vosso esposo
    já vos fez rainha.
  3. Não se vende em praça
    este pão de vida,
    porque é comida
    que se dá de graça.
  4. Entrai ad altare Dei,
    virgem mártir mui formosa,
    pois que sois tão digna esposa
    de Iesu, que é sumo rei.
  5. Naquele lugar estreito
    cabereis bem com Jesus,
    Pois ele, com sua cruz,
    vos coube dentro no peito,
    ó virgem de grão respeito.

4. (UFAM PSC) Leia os enunciados abaixo e assinale aquele que NÃO se refere de modo correto a acontecimentos e fatos do período conhecido como Quinhentismo:

  1. Os jesuítas, à semelhança do que fizeram com os índios, defenderam os negros da exploração e da libidinagem dos brancos, condenando a escravidão.
  2. Foi um período marcado pela ascensão da burguesia, com a consequente destruição das estruturas feudais e o fortalecimento das monarquias europeias.
  3. O Brasil não era sujeito de sua história e assumia apenas, em relação à metrópole, a condição de terra a ser ocupada e onde se podia plantar cana-de-açúcar.
  4. Na atividade literária praticada pelos missionários da Companhia de Jesus, as intenções doutrinárias e pedagógicas prevaleciam sobre as estéticas.
  5. lavoura canavieira escravocrata, foi, acima do clero, o poder político, tornando-se a força colonizadora por excelência.

5. (UCS) Com base na Carta do Achamento, de Pero Vaz de Caminha, considere as seguintes afirmações.

I. Na Carta, o escrivão Caminha descreve o descobrimento de uma nova terra, chamando a atenção para a beleza natural, a fertilidade, a cordialidade dos índios e as riquezas.

II. No texto, é possível perceber um dos objetivos da expansão marítima de Portugal: catequização dos gentios para a ampliação do mundo cristão.

III. A Carta, um dos relatos que fazem parte da literatura informativa sobre o Brasil, é considerada mais um documento histórico do que uma obra literária.

Das afirmativas acima, pode-se dizer que

  1. apenas I está correta.
  2. apenas III está correta.
  3. apenas I e II estão corretas.
  4. apenas II e III estão corretas.
  5. I, II e III estão corretas.

06. (UDESC) TEXTO 5

[1] Quanto à organização social de nossos selvagens, é coisa quase incrível – e dizê-

la envergonhará aqueles que têm leis divinas e humanas – que, apesar de serem

conduzidos apenas pelo seu natural, ainda que um tanto degenerado, eles se dêem tão

bem e vivam em tanta paz uns com os outros. Mas com isso me refiro a cada nação em

[5] si ou às nações que sejam aliadas; pois quanto aos inimigos, já vimos em outra ocasião

o tratamento terrível que lhes dispensam1. Porque, em ocorrendo alguma briga (o que

se dá com tão pouca frequência que durante quase um ano em que com eles estive só

os vi brigar duas vezes), os outros nem sequer pensam em separar ou pacificar os

contendores; ao contrário, se estes tiverem de arrancar-se mutuamente os olhos,

[10] ninguém lhes dirá nada, e eles assim farão. Todavia, se alguém for ferido por seu

próximo, e se o agressor for preso, ser-lhe-á infligido o mesmo ferimento no mesmo

lugar do corpo, por parte dos parentes próximos do agredido, e caso este venha a

morrer depois, ou caso morra na hora, os parentes do defunto tiram a vida ao assassino

de um modo semelhante. De tal forma que, para dizer numa palavra, é vida por vida,

[15] olho por olho, dente por dente etc. Mas, como já disse, são coisas que raramente se

vêem entre eles.

1. O autor tratou do assunto no capítulo XIV, “Da guerra, combate e bravura dos selvagens”.

Olivieri, Antonio Carlos e Villa, Marco Antonio. Cronistas do descobrimento. São Paulo: Ed. Ática,1999, p.69.

Assinale a alternativa incorreta em relação à obra Cronistas do descobrimento, Antonio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa, e ao Texto 5.

  1. A ortoépia ou ortoepia ocupa-se da pronúncia correta das palavras e pronunciar inflingido ao invés de “infligido” (linha 11) constitui erro de ortoépia ou ortoepia.
  2. Da leitura do sintagma “apesar de serem conduzidos apenas pelo seu natural, ainda que um tanto degenerado” (linhas 2 e 3) infere-se que, para o autor do texto, os índios teriam melhor organização se seguissem as leis divinas.
  3. As crônicas do descobrimento, escritas no século XVI, têm grande importância por constituírem fontes históricas do período do descobrimento do Brasil, por retratarem os primeiros anos da colônia e a vida dos nativos que, como os árcades, escreviam sobre a vida simples do campo.
  4. Em “pensam em separar ou pacificar os contendores” (linhas 8 e 9) se o termo destacado for substituído por combatentes, ainda assim mantém-se o sentido e a coerência do texto.
  5. Infere-se da leitura do final do texto que os selvagens faziam uso da “lei de talião”, ou seja, o castigo era dado na mesma proporção do dano causado.

07. (FACERES) “Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos ... Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa”.

(Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Carta de Pero Vaz de Caminha. Carta de Mestre João Faras. Relação do Piloto Anônimo. Rio de Janeiro: Lacerda, 1999)

Nesse trecho, Caminha:

  1. Faz referência às belezas naturais do Brasil e da vida dadivosa dos índios.
  2. Indica ao rei de Portugal sobre as facilidades em desbravar um território muito vasto porém promissor.
  3. Negligencia os indícios de existência humana naquele ambiente.
  4. Estabelece os limites das Capitanias Hereditárias.
  5. Aponta para a possibilidade de extração do pau brasil.

08. (UPE) A carta do Descobrimento do Brasil, segundo Alfredo Bosi, é um diário de viagens. Nela, o autor Pero Vaz de Caminha, ao enaltecer as belezas e riquezas da terra, visa

  1. convencer as autoridades portuguesas a enviarem colonos para a região descoberta, a fim de que tomassem posse da terra, impedindo a entrada de navios estrangeiros na costa brasileira, muito cobiçada pelos ingleses na época.
  2. comunicar ao Rei de Portugal, Dom João Terceiro, que a nova terra havia sido descoberta e que nela tudo era atraente, inclusive a natureza, bastante exuberante. Por essa razão, os marinheiros ficavam tão encantados que demonstravam a intenção de não retornar a Portugal.
  3. demonstrar ao Rei Português que os navegantes atingiram os objetivos da viagem, uma vez que já tinham certeza, ao saírem da Europa, de que encontrariam, sem muito sacrifício, terras ao Sul do Equador.
  4. certificar ao Rei a chegada à nova terra, a qual lhe causara boa impressão por ser rica, ter água doce, natureza viçosa, além de ser habitada por um povo exótico que não usava roupa.
  5. informar ao Regente português as dificuldades da viagem, as discórdias existentes entre os marinheiros e a visão da nova terra, por sinal pouco satisfatória, em vista da dificuldade de acesso e da má hospitalidade de seus habitantes.

09. (UFAM) Leia os trechos abaixo, pertencentes à “Carta”, de Pero Vaz de Caminha:

O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar de ouro mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa por estrado. Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correa e nós outros que aqui na nau com ele vamos, sentados no chão, pela alcatifa. Acenderam-se tochas. Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata.

Mostraram-lhes um papagaio pardo que o capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como quem diz que os havia ali. Mostraram-lhes um carneiro: não fizeram caso. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela; não lhe queriam pôr a mão; e depois a tomaram como que espantados.

Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo.

Sobre o texto acima, fazem-se as seguintes afirmativas:

I. O cronista procura valorizar o cristianismo, ideologia que seria um dos braços da colonização, mediante referência ao interesse do gentio pelo rosário.

II. Caminha registra pormenores em ritmo sincopado (“Acenderam-se tochas. Entraram”), o que mostra o literato latente que havia nele.

III. Com as referências à existência de ouro e prata em terra, Caminha procura despertar o interesse do rei de Portugal, D. Manuel.

IV. O carneiro e a galinha eram animais que os portugueses traziam para a sua alimentação a bordo e que não existiam no Brasil.

V. Como escrivão da frota de Cabral, a quem chama de Capitão, Caminha procurou ser fiel à realidade, a fim de bem informar a Coroa Portuguesa.

Assinale a alternativa correta:

  1. Somente as afirmativas I, II e V estão corretas
  2. Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas
  3. Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas
  4. Somente as afirmativas II, III e V estão corretas
  5. Todas as afirmativas estão corretas

10. (EsPCEx) Em relação ao momento histórico do Quinhentismo brasileiro, podemos afirmar que

  1. a Europa do século XVI vive o auge do Renascimento, com a cultura humanística recrudescendo os quadros rígidos da cultura medieval.
  2. o século XVI marca também uma crise na Igreja: de um lado, as novas forças burguesas e, de outro, as forças tradicionais da cultura medieval.
  3. os dogmas católicos são contestados nos tribunais da Inquisição (livros proibidos) e no Concílio de Trento, em 1545.
  4. o homem europeu estabelece duas tendências literárias no Quinhentismo: a literatura conformativa e a literatura dominicana.
  5. a política das grandes navegações coíbe a busca pela conquista espiritual levada a efeito pela Igreja Católica.

11. (UPE) Escrita por Pero Vaz de Caminha, a Carta do Achamento do Brasil

  1. descreve a terra descoberta, supostamente as Índias, cuja cultura dos habitantes era completamente conhecida por parte dos portugueses que atracaram nas praias.
  2. denuncia as mazelas da terra, a pobreza e a inviabilidade de colonizá‐la por ser um território inóspito, pobre e muito quente.
  3. atrai a curiosidade e a ambição dos habitantes do velho mundo, para que eles, movidos pelo desejo de conhecer a nova terra, enfrentassem os perigos da viagem e viessem a habitá‐la e colonizá‐la.
  4. é um texto literário, tendo em vista que a imaginação fértil de seu autor não lhe confere a menor credibilidade histórica.
  5. é o primeiro documento histórico produzido em terras brasileiras, construído por uma linguagem técnica, científica, cujo significado só pode ser captado por intelectuais.

12. (UFSM) Em 2014, o jesuíta José de Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco I, tornando-se o terceiro santo brasileiro. Muito embora tenha nascido nas Ilhas Canárias, Anchieta ficou conhecido como o “Apóstolo do Brasil”, legando-nos importantes textos, os quais dão a tônica da função da literatura no início do período colonial brasileiro. Entre seus poemas, destaca-se “A Santa Inês”. No poema, nota-se o emprego figurativo e religioso do mais básico dos alimentos da época: o pão.

A Santa Inês

Na Vinda de sua Imagem

Cordeirinha linda,

Como folga o povo

Porque vossa vinda

Lhe dá lume novo!

[…]

Também padeirinha

Sois de nosso povo,

Pois, com vossa vinda,

Lhe dais trigo novo.

Não é de Alentejo

Este vosso trigo,

Mas Jesus amigo

É vosso desejo.

[….]

O pão que amassastes

Dentro em vosso peito,

É o amor perfeito

Com que a Deus amastes.

Deste vos fartastes,

Deste dais ao povo,

Porque deixe o velho

Pelo trigo novo.

[…]

Composto de versos de ________ sílabas métricas, “A Santa Inês” celebra a chegada da imagem da santa a umpovoado. Para homenageá-la, o eu-lírico chama-lhe de “padeirinha”, pois traria um “trigo novo” para “alimentar” o povo: o exemplo do amor a Cristo. Esse uso figurativo da linguagem caracteriza uma _______________.

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas.

  1. seis – metonímia
  2. cinco – metáfora
  3. seis – antonomásia
  4. cinco – prosopopeia
  5. seis – analogia

13. (UPE) As manifestações da literatura do Brasil-Colônia estão ligadas ao Quinhentismo português e ao Seiscentismo peninsular. Assim, entre os anos de 1500 a 1600, encontram-se importantes produções, como as de José de Anchieta e a de Bento Teixeira, as quais marcam presença nas origens da literatura brasileira.

Texto 11

PRIMEIRO ATO

(Cena do martírio de São Lourenço)

Cantam:

Por Jesus, meu salvador,

Que morre por meus pecados,

Nestas brasas morro assado

Com fogo do meu amor.

Bom Jesus, quando te vejo

Na cruz, por mim flagelado,

Eu por ti vivo e queimado

Mil vezes morrer desejo.

Pois teu sangue redentor

Lavou minha culpa humana,

Arda eu pois nesta chama

Com fogo do teu amor.

O fogo do forte amor,

Ah, meu Deus!, com que me amas

Mais me consome que as chamas

E brasas, com seu calor.

Pois teu amor, pelo meu

Tais prodígios consumou,

Que eu, nas brasas onde estou,

Morro de amor pelo teu.

(Auto de São Lourenço, de José de Anchieta)

Texto 12

PROSOPOPEIA

I

Cantem Poetas o Poder Romano,

Sobmetendo Nações ao jugo duro;

O Mantuano pinte o Rei Troiano,

Descendo à confusão do Reino escuro;

Que eu canto um Albuquerque soberano,

Da Fé, da cara Pátria firme muro,

Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,

Pode estancar a Lácia e Grega lira.

II

As Délficas irmãs chamar não quero,

que tal invocação é vão estudo;

Aquele chamo só, de quem espero

A vida que se espera em fim de tudo.

Ele fará meu Verso tão sincero,

Quanto fora sem ele tosco e rudo,

Que per rezão negar não deve o menos

Quem deu o mais a míseros terrenos.

III

E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta

A Estirpe d\'Albuquerques excelente,

E cujo eco da fama corre e salta

Do Cauro Glacial à Zona ardente,

Suspendei por agora a mente alta

Dos casos vários da Olindesa gente,

E vereis vosso irmão e vós supremo

No valor abater Querino e Remo.

IV

Vereis um sinil ânimo arriscado

A trances e conflictos temerosos,

E seu raro valor executado

Em corpos Luteranos vigurosos.

Vereis seu Estandarte derribado

Aos Católicos pés victoriosos,

Vereis em fim o garbo e alto brio

Do famoso Albuquerque vosso Tio.

V

Mas em quanto Talia no se atreve,

No Mar do valor vosso, abrir entrada,

Aspirai com favor a Barca leve

De minha Musa inculta e mal limada.

Invocar vossa graça mais se deve

Que toda a dos antigos celebrada,

Porque ela me fará que participe

Doutro licor milhor que o de Aganipe.

(Bento Teixeira)

Sobre tais produções e seus autores, analise as proposições a seguir.

I.Em geral, a produção de José de Anchieta tem como finalidade prestar serviço à Companhia de Jesus; assim, é intencional o caráter estético-doutrinário e pedagógico de suas obras.

II.O Auto de São Lourenço é dotado de técnica tomada de empréstimo de Gil Vicente e possui forte influência barroca, como imaginação exaltada, ideia abstrata e valorização dos sentidos.

III.Prosopopeia é um poemeto épico com a finalidade de louvar o Governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho.

IV.Pode-se dizer que o Texto 12 distancia-se tanto na forma como no estilo de Os Lusíadas, de Camões.

V.Bento Teixeira compromete o valor estético de sua Prosopopeia, quando emprega um tom bajulatório no poemeto, apresentando pobre motivo histórico e inconsistência nos recursos nele utilizados.

Estão CORRETAS apenas:

  1. I, II e IV.
  2. II, III e V.
  3. I, III e IV.
  4. IV e V.
  5. I, II, III e V.

14. (UPE) Leia os textos a seguir:

TEXTO 6

POEMA À VIRGEM


Olha como está prostrado diante da Face do PAI,

Todo o suor de sangue do seu corpo se esvai.

Olha a multidão se comporta como ELE se ladrão

fosse, Pisam-N0 e amarram as mãos presas ao pescoço.


Olha, diante de Anás, como um cruel soldado

O esbofeteia forte, com punho bem cerrado.

Vê como diante Caifás, em humildes meneios,

Aguenta mil opróbrios, socos e escarros feios.


Não afasta o rosto ao que bate, e do perverso

Que arranca Sua barba com golpe violento.

Olha com que chicote o carrasco sombrio

Dilacera do SENHOR a meiga carne a frio.


Olha como lhe rasgou a sagrada cabeça os espinhos,

E o sangue corre pela Face pura e bela.

Pois não vês que seu corpo, grosseiramente ferido

Mal susterá ao ombro o desumano peso?


[...]


Se o não sabes, a Mãe dolorosa reclama

Para si, as chagas que vê suportar o FILHO que ama.

Pois quanto sofreu aquele corpo inocente em reparação,

Tanto suporta o Coração compassivo da Mãe, em expiação.

(J.Anchieta)

TEXTO 7

Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão de ir ouvir missa e pregação naquele ilhéu. Mandou a todos os capitães que se aprestassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou naquele ilhéu armar um esperável, e dentro dele um altar mui bem corregido. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual foi dita pelo padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes, que todos eram ali. A qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção.

Ali era com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saiu de Belém, a qual esteve sempre levantada, da parte do Evangelho.

[...]

Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação da história do Evangelho, ao fim da qual tratou da nossa vinda e do achamento desta terra, conformando-se com o sinal da Cruz, sob cuja obediência viemos, o que foi muito a propósito e fez muita devoção.

(Pero Vaz de Caminha)

Correlacione os textos e as imagens às proposições abaixo:

(1) A segunda imagem pertence a um famoso artista plástico, que registrou momentos significativos, não só do início da colonização brasileira mas também da cidade de Salvador no século XX.

(2) A carta do Descobrimento do Brasil, pelas suas características e pretensões, pertence à literatura denominada catequética, ideia transmitida na imagem 2, o que está bem explícita.

(3) O texto 6 e a imagem 2 referem-se ao sofrimento da Virgem, quando acompanha o suplício do filho. Trata-se da obra do Padre José de Anchieta, cuja devoção pela Virgem Maria é incontestável.

(4) Tanto o poema como a carta em prosa são textos que registram momentos importantes para nós, brasileiros: o primeiro pelo caráter religioso e catequético e o segundo como documento histórico, o que bem ratifica a linguagem visual referente a cada um deles.

(5) Apesar da importância da carta de Caminha para nossa história, há quem discuta se realmente nela reside o início da Literatura Brasileira, pois apresenta duas características que podem justificar essa discussão: a primeira, o fato de não transmitir conhecimento dos habitantes da nova terra, e a segunda, pela predominância da função apelativa e não poética, vez que esta, segundo Jakobson, é o que torna o texto literário.

Estão CORRETAS apenas

  1. 1, 2 e 3.
  2. 2, 4 e 5.
  3. 3 e 5.
  4. 1, 2, 3 e 4.
  5. 4 e 5.

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