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Mario Quintana

Lista de 10 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Mario Quintana com questões de Vestibulares.






01. (UEMA) Mario Quintana, poeta gaúcho, foi um dos maiores expoentes da literatura brasileira. Com estilo eclético, estreou em 1940, desafiando os críticos literários por se ter tornado um poeta popular. Sua poesia é compreensível sem ser banal; sua originalidade é natural; suas metáforas são claras, mas, ao mesmo tempo, surpreendentes.

Leia o poema Solau à moda antiga para responder à questão.

Senhora, eu vos amo tanto

Que até por vosso marido

Me dá um certo quebranto...

Pois que tem que a gente inclua

No mesmo alastrante amor

Pessoa animal ou cousa

Ou seja lá o que for,

Só porque os banha o esplendor

Daquela a quem se ama tanto?

E sendo desta maneira,

Não me culpeis, por favor,

Da chama que ardente abrasa

O nome de vossa rua,

Vossa gente e vossa casa

E vossa linda macieira

Que ainda ontem deu flor...

QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Nesse poema, marcado pelo senso de humor, reconhece-se, fortemente, características da poesia medieval trovadoresca nos versos:

  1. “Pois que tem que a gente inclua
    No mesmo alastrante amor
    Pessoa animal ou cousa”
  2. “Não me culpeis, por favor,
    Da chama que ardente abrasa
    O nome de vossa rua,
  3. “Senhora, eu vos amo tanto
    Que até por vosso marido
    Me dá um certo quebranto...”
  4. “Ou seja lá o que for,
    Só porque os banha o esplendor
    Daquela a quem se ama tanto?”
  5. “E vossa linda macieira
    Que ainda ontem deu flor...”

02. (UEMA) Leia o poema para responder à questão.

Selva selvaggia

As palavras espiam como animais:

umas, rajadas, sensuais, que nem panteras...

outras, escuras, furtivas raposas...

mas as mais belas palavras estão pousadas nas frondes mais altas, como

pássaros...

O poema está parado em meio da clareira.

O poema

caiu

na armadilha! debate-se

e ora subdivide-se e entrechoca-se como esferas de vidro colorido

ora é uma fórmula algébrica

ora, como um sexo, palpita... Que importa

que importa qual seja enfim o seu verdadeiro universo?

Ele em breve será inteiramente devorado pelas palavras!

QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Selva selvaggia exemplifica uma das características da poética de Mário Quintana:

  1. memorialismo nostálgico sem ser imagético.
  2. descrições de paisagens poéticas com linguagem seca e disciplinada.
  3. sucessão de diálogos como experimentalismo concretista.
  4. metalinguagem com instalação do fantástico e do trágico.
  5. linguagem denotativa com seu significado convencional.

03. (UCPEL) Sobre Mário Quintana e sua obra, analise as afirmações seguintes como falsas (F) ou verdadeiras (V).

I. Vindo de um mundo destruído em sua grandeza, Mário constrói, a princípio, uma poesia eminentemente crepuscular, percorrida por uma constante amargura e articulada em torno da morte e da tristeza das coisas.

II. O poeta também escreve poemas curtos em prosa. Lembram epigramas, pois são apresentados em prosa, mas com dimensão e densidade poéticas e, por isso, necessariamente curtos e geralmente irônicos.

III. A manutenção de uma lírica tradicional é contrabalançada por uma linguagem de absoluta simplicidade, como se em Quintana houvesse a fusão do subjetivismo crepuscular, de origem simbolista, com o estilo coloquial da poesia moderna.

A sequência correta é

  1. F – V – F
  2. V – V – V
  3. F – V – V
  4. F – F – F
  5. V – F – F

04. (UEMG) Uma tendência marcante na poesia de Mário Quintana pode ser observada na ambientação onírica, em que o eu-lírico penetra no mundo dos sonhos, do inconsciente, trazendo para o poema imagens inusitadas, muito recorrentes na literatura neossimbolista.

Marque, a seguir, a alternativa cujos versos expressam essa tendência.

  1. “Não tenho vergonha de dizer que estou triste, / Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez / de se matarem, fazem poemas ...”
  2. “Minha vida não foi um romance... / Nunca tive até hoje um segredo./ Se me amas, não digas, que morro / De surpresa...de encanto... de medo.”
  3. “Longe do mundo vão, goza o feliz minuto / Que arrebataste às horas distraídas. Maior prazer não é roubar um fruto / Mas sim saboreá-lo às escondidas.”
  4. “Pé ante pé / Vem vindo / O Cavaleiro do Luar / Na sua fronte de prata / A lua se retrata (...) / No seu coração / Dorme um leão com uma rosa na boca”

05. (UCS) Sobre a poesia de Mario Quintana, é correto afirmar que

  1. dá continuidade, no Rio Grande do Sul, ao projeto modernista de Augusto Meyer, porém com o entusiasmo futurista dos modernistas de São Paulo.
  2. é repleta de símbolos que remetem à infância, ao sonho e à vida simples, de modo que se encontram em sua obra traços românticos e simbolistas.
  3. expressa o mal-estar e a fragmentação do ser humano no século que presenciou duas Guerras Mundiais.
  4. é centrada no indivíduo e trata apenas de sentimentos do próprio autor.
  5. deveria ser classificada como simbolista, pois só tem em comum com os modernistas a utilização do verso livre.

06. (UEMA) O Surrealismo, movimento vanguardista, trazia como princípios a prevalência do automatismo psíquico em estado puro e a expressão do pensamento de maneira automática e espontânea, gerando, na escrita literária, imagens impulsionadas pelo inconsciente.

As poesias de Mario Quintana, não muito raro, trazem imagens que dialogam com a proposta surrealista, como se pode observar no seguinte conjunto de versos, extraído do livro de poemas Esconderijos do tempo:

  1. “O poeta é belo porque os seus farrapos / são do tecido da eternidade”
  2. “E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, / eu nem olhava o relógio”
  3. “..., mas eu queria ter nascido numa dessas casas de meia-água / com o telhado descendo logo após as fachadas”
  4. “Eu queria escrever uns versos para Ray Bradbury, / o primeiro que, depois da infância, conseguiu encantar- me com suas mágicas”
  5. “As moças das cidades pequenas / com o seu sorriso e o estampado claro de seus vestidos”

07. (FGV-RJ) “A poesia é necessária”

Título de uma antiga seção do velho [Rubem] Braga na Manchete. Pois eu vou mais longe ainda do que ele. Eu acho que todos deveriam fazer versos. Ainda que saiam maus, não tem importância. É preferível, para a alma humana, fazer maus versos a não fazer nenhum. O exercício da arte poética representaria, no caso, como que um esforço de autossuperação. É fato consabido que esse refinamento do estilo acaba trazendo necessariamente o refinamento da alma. Sim, todos devem fazer versos. Contanto que não venham mostrar-me.

Mário Quintana. Na volta da esquina. Porto Alegre: Globo, 1979.

Diferentemente do que ocorria na referida seção da revista Manchete e ocorre também no texto acima, nos quais o assunto é a poesia, a maioria das crônicas de Rubem Braga baseava-se no seguinte tema:

  1. fatos pitorescos da História do Brasil.
  2. episódios extraídos da vida cotidiana.
  3. críticas à prática da corrupção na sociedade brasileira.
  4. relatos do anedotário brasileiro.
  5. especulações filosóficas sobre a fugacidade da vida.

08. (PUC-RS) NSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho extraído de “Maria-Fumaça”, de autoria de Mario Quintana, e analise as afirmativas que seguem.

“As lentas, poeirentas, deliciosas viagens nos trens antigos. As famílias (viajavam famílias inteiras) levavam galinhas com farofa em cestas de vime, que ofereciam, pois não, aos viajantes solitários.

E os viajantes solitários (e os meninos) ainda desciam nas estaçõezinhas pobres... Para os pastéis, os sonhos, as laranjas...

(...)

O mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora para comprar laranjas.

Nesses aviões, vamos todos imóveis e empacotados como encomendas. Às vezes encomendas para a Eternidade...

Cruzes, poeta! Deixa-te de ideias funéreas e pensa nas aeromoças, arejadas e amáveis como anjos.

E “anjos”, aplicado a elas, não é exagero nenhum.

(...)

Entre a monotonia irreparável das nuvens, nada vemos da viagem. Isto é, não viajamos: chegamos.

Pobres turistas de aeroportos, damos a volta ao mundo sem nada ver do mundo.

I. Nesse texto, Mario Quintana retira a matéria para sua criação literária do tema da viagem, comparando diferentes modalidades de transporte e hábitos dos viajantes.

II. Valendo-se de uma linguagem simples, com frases irônicas e com humor, Mario Quintana reflete sobre a função da viagem e o seu significado para o viajante.

III. Para o poeta, viajar de avião não concretiza o verdadeiro prazer da viagem, que estaria mais no ato de ver, experimentar, conhecer, do que no percurso partida-chegada.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

  1. I, apenas.
  2. II, apenas.
  3. I e III, apenas.
  4. II e III, apenas.
  5. I, II e III.

09. (UEMG) Na poesia de Mário Quintana e nos Contos de Aprendiz, de Carlos Drummond de Andrade, há temáticas comuns que são desenvolvidas por meio de uma elaboração da linguagem que é peculiar ao gênero e ao tipo de texto próprio de cada autor.

Assinale, abaixo, a alternativa em que foram apontados CORRETAMENTE aspectos temáticos comuns às duas obras.

  1. Contos de Aprendiz, assim como os poemas evocam com frequência momentos da maldade humana que provocam no homem desejos de fuga da realidade através dos sonhos.
  2. Em ambas as obras, pode-se observar o uso do recurso metalinguístico, por meio do qual o eu-lírico e o narrador tecem considerações acerca do fazer poético e da arte de escrever.
  3. Nos textos da poesia e da prosa predomina o tema da cidade grande como espaço da angústia, do sofrimento e dos desencontros afetivos do ser humano.
  4. Tanto na poesia de Quintana quanto nos contos de Drummond, o leitor observa a presença permanente de uma postura de humor e sarcasmo do eu-lírico e do narrador, diante da infância e da vida cotidiana ociosa nas pequenas cidades.

10. (FUVEST) A borboleta

Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama: “Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura:

— Ah!, sim, um lepidóptero...

Mário Quintana, Caderno H.

nasóculos = óculos sem hastes, ajustáveis ao nariz.

Depreende-se desse fragmento que, para Mário Quintana,

  1. a crítica de poesia é meticulosa e exata quando acolhe e valoriza uma imagem poética.
  2. uma imagem poética logo se converte, na visão de um crítico, em um referente prosaico.
  3. o leitor e o poeta relacionam-se de maneira antagônica com o fenômeno poético.
  4. o poeta e o crítico sabem reconhecer a poesia de uma expressão como “pedaço esvoaçante de vida”.
  5. palavras como “borboleta” ou “lepidóptero” mostram que há convergência entre as linguagens da ciência e da poesia.

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