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O Primo Basílio

Lista de 10 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema O Primo Basílio (Eça de Queirós) com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema O Primo Basílio.




01. (ESPM) Texto para a questão:

Quando se conversa, deve-se evitar as frases feitas que são verdadeiras chapas. Exemplos: em um enterro, dizer “que não se morre senão uma vez”, que “basta estar vivo para morrer”, que “o morto é feliz porque deixou de sofrer”, que “Deus sabe o que faz e escreve certo por linhas tortas” ou que “as grandes dores são mudas”. Quando se visita um doente, não há necessidade de levar no bolso sentenças desse jaez: “a saúde é a maior das fortunas”, “somos nós que pagamos pelos excessos de nossos pais” ou “a ciência, que tudo pode, ainda não encontrou remédio para os pequenos males”. Em todos os setores das atividades sociais, há frases no mesmo estilo e que convém deixar ao cuidado do Conselheiro Acácio que nelas se esmerou.

(Marcelino de Carvalho, Guia de Boas Maneiras)

Personagem da obra O Primo Basílio, a figura fictícia Conselheiro Acácio, citada no texto, tornou-se célebre como:

  1. o herói sem nenhum caráter, nem moral nem psicológico, é individualista, preguiçoso, faz o que deseja sem se preocupar com nada. Além disso, mente com a maior facilidade, é vaidoso, malandro e malicioso.
  2. o herói quixotesco, idealista, patriota exacerbado, a ponto de fazer um ofício para o ministro, escrito em tupi, defendendo que a língua oficial deveria ser então essa.
  3. representação da convencionalidade e mediocridades dos políticos e burocratas dos finais do século XIX, denunciando a pompa balofa e a postura de pseudo-intelectualidade utilizada por figuras públicas.
  4. representante da literatura conformista, alienada e vazia, indiferente às desigualdades sociais, preocupada que está somente com os efeitos estéticos e de adorno do texto literário.
  5. primeiro anti-herói da Literatura, representa o malandro em seu esforço de sobreviver à margem das instituições sociais por meio do “jeitinho brasileiro”.

02. (FGV) Jorge envolvia-a em delicadezas de amante, ajoelhava-se aos seus pés, era muito dengueiro. E sempre de bom humor, com muita graça; mas nas coisas da sua profissão ou do seu brio, tinha severidades exageradas, e punha então nas palavras, nos modos uma solenidade carrancuda. Uma amiga dela romanesca, que via em tudo dramas, tinha-lhe dito: é homem para te dar uma punhalada. Ela, que não conhecia ainda o temperamento plácido de Jorge, acreditou, e isso mesmo criou uma exaltação no seu amor por ele.

Eça de Queirós. O primo Basílio.

No fragmento, Luísa reconhece certas características de Jorge que se confirmam no curso do romance, EXCETO UMA, que é:

  1. A extrema violência.
  2. A delicadeza no trato.
  3. O bom humor.
  4. O rigor profissional.
  5. O temperamento tranquilo.

03. (UEL) Sobre o romance O Primo Basílio, de Eça de Queirós, assinale a alternativa correta.

  1. A empregada Juliana desempenha papel secundário na trama, o que demonstra certo preconceito do escritor para com as classes subalternas.
  2. A empregada Juliana desempenha papel de grande relevância na narrativa, uma vez que é ela quem desencadeia a crise central do romance.
  3. A empregada Juliana tem importância relativa na história, pois vê tudo de perto, mas resolve não se envolver, narrando apenas os fatos para o leitor.
  4. A amizade entre Luísa e Juliana dá continuidade ao clichê romântico de que as empregadas contribuem para o adultério feminino.
  5. Os desentendimentos entre Luísa e Juliana ocorrem porque a protagonista se sente ameaçada diante da beleza e do frescor da empregada.

04. (UFRR) “Porque enfim fossem francos: que tinha ela? [...] não era uma amante chique; andava em tipóias de praça; usava meias de tear; casara com um reles indivíduo de secretaria; vivia numa casinhola, não possuía relações decentes; jogava naturalmente o quino, e andava por casa de sapatos de ourelo; não tinha espírito, não tinha toalette... Que diabo! Era um trambolho!”

(QUEIRÓS, Eça de. O Primo Basílio. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001).

O texto se refere a:

  1. Leopoldina.
  2. Joana.
  3. Adelaide.
  4. Luísa.
  5. Alphonsine.

05. (UFRG) Leia o trecho abaixo, extraído do romance O Primo Basílio, de Eça de Queirós.

Estavam parados ao pé da confeitaria. Na vidraça, por trás deles, emprateleirava-se uma exposição de garrafas de malvasia com os seus letreiros muito coloridos, transparências avermelhadas de gelatinas, amarelidões enjoativas de doces de ovos, e queques de um castanho-escuro tendo espetados cravos tristes de papel branco ou cor-de-rosa. Velhas natas lívidas amolentavam-se no oco dos folhados; ladrilhos grossos de marmelada esbeiçavam-se ao calor; as empadinhas de marisco aglomeravam as suas crostas ressequidas.

Com relação a este trecho, assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.

No trecho do romance, percebe-se a preocupação do escritor com a ........ dos pormenores do ambiente, característica própria do estilo ........ . Termos como “enjoativas”, “tristes” e “ressequidas”, empregados neste contexto, concretizam a visada ........ que o narrador expressa sobre a sociedade lisboeta.

  1. descrição – realista – crítica
  2. narração – impressionista – crítica
  3. descrição – realista – nostálgica
  4. narração – realista – nostálgica
  5. descrição – impressionista – crítica

06. (UEL) Sobre a obra O Primo Basílio, considere as afirmativas a seguir.

I. Com base nas ideias científicas do momento (darwinismo, determinismo e positivismo), o romance intenta a moralização de uma sociedade em crise de valores, atribuindo à literatura uma função transformadora.

II. Há na obra uma crítica ferrenha ao movimento romântico, que é responsabilizado pela degeneração da sociedade e pela prática do adultério feminino, ambas decorrência de leituras impróprias por parte das mulheres.

III. Há uma extrema idealização da mulher, que é tratada como uma criatura inatingível, revelando o forte sentimentalismo com o qual o escritor realista busca abordar a temática do enlace amoroso em suas obras.

IV. O romance retoma valores expressos pela estética romântica, uma vez que traz a história de um amor impossível entre Luísa e Basílio, impedidos de serem plenamente felizes pela interferência do marido possessivo e da família moralista.

Assinale a alternativa correta.

  1. Somente as afirmativas I e II são corretas.
  2. Somente as afirmativas I e IV são corretas.
  3. Somente as afirmativas III e IV são corretas
  4. Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
  5. Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

07. (UFRR) Mas Julião indignava-se:

- Estás desmoralizado pela doutrina vitalista, miserável! - Trovejou contra o Vitalismo, que declarou "contrário ao espírito científico". Uma teoria que pretende que as leis que governam os corpos brutos não são as mesmas que governam os corpos vivos - é uma heresia grotesca - exclamava. - E Bichat que a proclama é uma besta!

O estudante, fora de si, bradou - que chamar a Bichat uma besta era simplesmente de um alarve.

Mas Julião desprezou a injúria, e continuou, exaltado nas suas ideias: - Que nos importa a nós o princípio da vida? Importa-me tanto como a primeira camisa

que vesti! O princípio da vida é como outro qualquer princípio: um segredo! Havemos de ignorá-lo eternamente! Não podemos saber nenhum princípio. A vida, a morte, as origens, os fins, mistérios! São causas primárias com que não temos nada a fazer, nada! Podemos batalhar séculos, que não avançamos uma polegada. O fisiologista, o químico, não têm nada com os princípios das coisas; o que lhes importa são os fenômenos! Ora, os fenômenos e as suas causas imediatas, meu caro amigo, podem ser determinadas com tanto rigor nos corpos brutos, como nos corpos vivos — numa pedra, como num desembargador! E a Fisiologia e a Medicina são ciências tão exatas como a Química! Isto já vem de Descartes!

Travaram então um berreiro sobre Descartes. E imediatamente, sem que Sebastião atônito tivesse descoberto a transição, encarniçaram-se sobre a ideia de Deus.

(QUEIRÓS, Eça de. O Primo Basílio. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, com atualização da ortografia, conforme Acordo Ortográfico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)

Pela leitura do texto é correto afirmar que:

  1. Julião, personagem dominado pelo desequilíbrio, sentimentalismo e subjetividade, exemplifica o estilo cultural, artístico e literário do Naturalismo, por oposição ao Barroco e ao Romantismo.
  2. O trecho confirma que o desenvolvimento científico transformou a intelectualidade do final do século XIX. Das cátedras universitárias aos locais de diversão ou repouso, como o quarto de pensão em que se encontravam as personagens, os intelectuais dedicavam-se à busca de evidências que justificassem congregar o cientificismo aos ideais da religião.
  3. Para convencer seu amigo estudante a aderir ao pensamento científico, Julião recorre a doutrinas filosóficas e sociais, demonstrando que somente pelo princípio da autoridade de Deus poderia se explicar a origem da vida.
  4. Eça de Queiroz insere em sua obra a temática das grandes descobertas científicas, sendo Julião o defensor da ciência. Essa personagem defende o pensamento positivista de que antes de expor ideias é preciso prová-las cientificamente.
  5. O posicionamento do estudante é embasado nas ideias de autores clássicos, seus contemporâneos, como Bichat e Descartes, defensores das transformações políticas e econômicas na sociedade do século XIX.

08. (Fuvest) Ao criticar O Primo Basílio, Machado de Assis afirmou: "a Luisa é um caráter negativo, e no meio da ação ideada pelo autor, é antes um títere que uma pessoa moral.”

Títere é um boneco mecânico, acionado por cordéis controlados por um manipulador. Nesse sentido, as personagens que, principalmente, manipulam Luisa, determinando-lhe o modo de agir, são:

  1. Basílio e Juliana
  2. Jorge e Justina
  3. Jorge, Conselheiro Acácio e Juliana
  4. Basílio, Leopoldina e Conselheiro Acácio
  5. Jorge e Leopoldina

09. (Fuvest) Como se sabe, Eça de Queirós concebeu o livro O primo Basílio como um romance de crítica da sociedade portuguesa, cujas “falsas bases” ele considerava um “dever atacar”.

A crítica que ele aí dirige a essa sociedade incide mais diretamente sobre

  1. o plano da economia, cuja estagnação estava na base da desordem social.
  2. os problemas de ordem cultural, como os que se verificavam na educação e na literatura.
  3. a excessiva dependência de Portugal em relação às colônias, responsável pelo parasitismo da burguesia metropolitana.
  4. a extrema sofisticação da burguesia de Lisboa, cujo luxo e requinte conduziam à decadência dos costumes.
  5. os grupos aristocráticos, remanescentes da monarquia, que continuavam a exercer sua influência corruptora em pleno regime republicano.

10. (UNIFESP) O melro veio com efeito às três horas. Luísa estava na sala, ao piano.

– Está ali o sujeito do costume – foi dizer Juliana.

Luísa voltou-se corada, escandalizada da expressão:

– Ah! meu primo Basílio? Mande entrar.

E chamando-a:

– Ouça, se vier o Sr. Sebastião, ou alguém, que entre.

Era o primo! O sujeito, as suas visitas perderam de repente para ela todo o interesse picante. A sua malícia cheia, enfunada até aí, caiu, engelhou-se como uma vela a que falta o vento. Ora, adeus! Era o primo!

Subiu à cozinha, devagar, — lograda.

– Temos grande novidade, Sr.a Joana! O tal peralta é primo. Diz que é o primo Basílio.

E com um risinho:

– É o Basílio! Ora o Basílio! Sai-nos primo à última hora! O diabo tem graça!

– Então que havia de o homem ser se não parente?

– observou Joana.

Juliana não respondeu. Quis saber se estava o ferro pronto, que tinha uma carga de roupa para passar! E sentouse à janela, esperando. O céu baixo e pardo pesava, carregado de eletricidade; às vezes uma aragem súbita e fina punha nas folhagens dos quintais um arrepio trêmulo.

– É o primo! – refletia ela. – E só vem então quando o marido se vai. Boa! E fica-se toda no ar quando ele sai; e é roupa-branca e mais roupa-branca, e roupão novo, e tipoia para o passeio, e suspiros e olheiras! Boa bêbeda! Tudo fica na família!

Os olhos luziam-lhe. Já se não sentia tão lograda. Havia ali muito “para ver e para escutar”. E o ferro estava pronto?

Mas a campainha, embaixo, tocou.

(Eça de Queirós. O primo Basílio, 1993.)

A leitura do trecho de O primo Basílio, em seu conjunto, permite concluir corretamente que essa obra

  1. expõe a sociedade portuguesa da época para recuperar a tradição e os vínculos sociais.
  2. traz as relações humanas de forma idealista, ainda que recupere a ideologia vigente.
  3. retrata a sociedade portuguesa da época de forma romântica e idealizada.
  4. faz explicitamente a defesa das instituições sociais, como a família.
  5. faz um retrato crítico da sociedade portuguesa da época, exibindo os seus costumes.

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