Política

Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Política com questões de Vestibulares.


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01. (UECE) Um dos argumentos em favor do direito amplo ao armamento individual é o que afirma que cabe ao próprio indivíduo, e não ao Estado, a proteção de sua vida e de sua propriedade. Esse argumento pode ser entendido, nos termos da filosofia de Thomas Hobbes, como um “direito de natureza”, que o pensador inglês define no seguinte modo: “O direito de natureza é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e consequentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim”.

HOBBES, Thomas. Leviatã, Parte I, cap. XIV. Trad. br. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983 – adaptado.

Com base na definição acima, considere as seguintes afirmações:

I. O direito de natureza não garante a vida de ninguém.

II. O direito de natureza não garante a propriedade individual.

III. O direito de natureza é igual para todos.

É correto o que se afirma em

  1. I e II apenas.
  2. I e III apenas.
  3. II e III apenas.
  4. I, II e III.

Resposta: D

Resolução: Todas estão corretas

02. (UEL) Leia o texto a seguir.

As leis da natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia e a piedade) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias às nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho e a vingança. Os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar qualquer segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza (que cada um respeita quando tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê-lo com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua própria força e capacidade, como proteção contra todos os outros.

(Adaptado de: HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Victor Civita, 1974. p.107.)

Um dos problemas enfrentados pela Filosofia Política diz respeito às razões que levam os indivíduos a se unirem com o objetivo de constituir uma ordem civil. Trata-se do problema da ordem política requerer ou não um elemento coercitivo a fim de garantir a vida civil. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Thomas Hobbes, assinale a alternativa correta.

  1. A ordem política é o fim natural para o qual os homens tendem, o que dispensa a força para fundar e manter a associação política.
  2. Uma multidão reunida em associação civil age espontaneamente com base na justiça e nas leis da natureza, o que leva ao respeito mútuo sem o uso da força.
  3. Os seres humanos, natural e necessariamente, entendem-se, uma vez que buscam concretizar na vida civil fins comuns, o que dispensa o uso da coerção.
  4. Os seres humanos reúnem-se politicamente porque a vida civil, em que se cultiva o diálogo sem o uso da força, realiza a perfeição humana.
  5. Os seres humanos precisam se sujeitar e obedecer a um poder comum que os mantenha em respeito se quiserem viver em paz e em ordem uns com os outros.

Resposta: E

Resolução: No texto, Hobbes argumenta que as leis da natureza (justiça, equidade, modéstia, piedade) são contrárias às nossas paixões naturais, e, na ausência de um poder que as faça ser respeitadas, cada indivíduo tenderá a buscar seus próprios interesses (parcialidade, orgulho, vingança) e a confiar apenas em sua própria força para proteger-se contra os outros. Portanto, para garantir uma vida civilizada e pacífica, é necessário que os indivíduos se submetam a um poder comum, ou seja, a uma autoridade central que possua o poder coercitivo para impor o cumprimento das leis e garantir a ordem social. Esse poder comum é o Estado soberano, que deve ser obedecido para evitar o caos e os conflitos entre os indivíduos.

03. (FGV-SP) O país que não tem minas próprias deve, sem dúvida, obter seu ouro e prata dos países estrangeiros, tal como o país que não tem vinhas precisa obter o seu vinho. Não parece necessário, porém, que a atenção do governo se deva voltar mais para um problema do que para outro. O país que tiver meios para comprar vinhos terá sempre o vinho que desejar; e o país que tiver meios de comprar ouro e prata terá sempre abundância desses metais. Eles são comprados por determinado preço, como todas as outras mercadorias. [...]

O monopólio do comércio da colônia, portanto, com todos os outros expedientes mesquinhos e malignos do sistema mercantilista, deprime a indústria de todos os outros países, mas principalmente a das colônias, sem que aumente em nada – pelo contrário, diminui – a indústria do país em cujo benefício é adotado.

(Adam Smith, A riqueza das nações)

Adam Smith

  1. entende que o sistema mercantilista enriquece a Metrópole e a colônia na medida em que controla tanto a produção como a venda no mercado internacional, transferindo toda a riqueza colonial para a economia metropolitana, incentivando a produção colonial e o afastamento da concorrência.
  2. critica o metalismo e o monopólio comercial da Metrópole em relação à colônia, duas práticas mercantilistas adotadas pelo Estado absolutista, mostrando que o ouro e a prata são simples mercadorias e que as restrições ao mercado da colônia prejudicam tanto esta como a Metrópole.
  3. discorda das práticas mercantilistas e considera que o vinho e o ouro são mercadorias e, como tais, produzidas e vendidas no mercado, mas que cabe ao Estado liberal promover práticas de controle econômico para garantir os lucros da nação por meio da criação de empresas estatais.
  4. afirma que o empobrecimento da Metrópole e da colônia é fruto das práticas mercantilistas porque elas ampliam o mercado e dificultam o controle por parte do Estado absolutista, que utiliza o metalismo e o monopólio colonial como fontes efetivas de lucro no concorrido jogo de exportação e de importação.
  5. trata as duas práticas mercantilistas como essenciais para a sobrevivência econômica do Estado liberal pois, ao ampliar o mercado, garantem a diversificação da produção, evitam a concorrência entre os Estados e permitem à Metrópole impor condições no comércio internacional.

Resposta: B

Resolução: Adam Smith critica as práticas mercantilistas, como o metalismo (ênfase na acumulação de ouro e prata) e o monopólio comercial da Metrópole em relação à colônia. Ele argumenta que o ouro e a prata são simples mercadorias e que as restrições ao mercado da colônia não são benéficas nem para a colônia nem para a Metrópole. Essas práticas não enriquecem a nação como um todo, mas sim beneficiam apenas alguns grupos ou setores específicos, prejudicando o desenvolvimento econômico geral.

Adam Smith defende a ideia de que a riqueza de uma nação não depende apenas da acumulação de metais preciosos, mas sim do desenvolvimento da indústria e do comércio, além da livre concorrência e trocas internacionais. Nesse sentido, o controle econômico do Estado absolutista, como o metalismo e o monopólio comercial, é criticado por Smith, que prega uma abordagem mais liberal e voltada para o livre mercado.

04. (UNICAMP) Apenas a procriação de filhos legítimos, embora essencial, não justifica a escolha da esposa. As ambições políticas e as necessidades econômicas que as subentendem exercem um papel igualmente poderoso. Como demonstraram inúmeros estudos, os dirigentes atenienses casam-se entre si, e geralmente com o parente mais próximo possível, isto é, primos coirmãos. É sintomático que os autores antigos que nos informam sobre o casamento de homens políticos atenienses omitam os nomes das mulheres desposadas, mas nunca o nome do seu pai ou do seu marido precedente.

(Adaptado de Alain Corbin e outros, História da virilidade, vol. 1. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 62.)

Considerando o texto e a situação da mulher na Atenas clássica, podemos afirmar que se trata de uma sociedade

  1. na qual o casamento também tem implicações políticas e sociais.
  2. que, por ser democrática, dá uma atenção especial aos direitos da mulher.
  3. em que o amor é o critério principal para a formação de casais da elite.
  4. em que o direito da mulher se sobrepõe ao interesse político e social.

Resposta: A

Resolução: O texto menciona que, na Atenas clássica, a escolha da esposa não se baseava apenas na procriação de filhos legítimos, mas também em ambições políticas e necessidades econômicas. Os dirigentes atenienses casavam-se entre si, geralmente com primos coirmãos, o que indica que o casamento tinha implicações políticas, buscando fortalecer alianças e interesses familiares dentro da elite governante.

05. (UECE) “Em situações de crise econômica, social, institucional, moral, aquilo que era aceito porque não havia outra possibilidade deixa de sê-lo. E aquilo que era um modelo de representação desmorona na subjetividade das pessoas. Só resta o poder descarnado de que as coisas são assim, e aqueles que não aceitarem que saiam às ruas, onde a polícia os espera. Essa é a crise de legitimidade.”

CASTELLS, Manuel. Ruptura: a crise da democracia liberal. Trad. Joana Angélica d’Avila Melo. Rio de Janeiro: Zahar, 2018, p.14.

O texto acima adverte para a crise do modelo político representativo pensado e legitimado por pensadores como Thomas Hobbes, Locke e outros. Trata-se da crise da república representativa, na qual o poder é exercido por representantes eleitos.

Considerando o texto de Castells, é correto dizer que o modelo representativo está em crise de legitimidade, o que quer dizer que

  1. os eleitores passaram a acreditar que os seus representantes representam não a eles, mas sim a interesses estranhos.
  2. a crise econômica, social, institucional e moral conduz a uma crise de legitimidade, que tem forçado o eleitor a votar bem.
  3. os pensadores da representação estão teoricamente errados, mas as instituições representativas estão estáveis.
  4. a crise da representação se resolve com uma boa conscientização política, com o povo sabendo escolher seus representantes.

Resposta: A

Resolução: O texto fala sobre situações de crise econômica, social, institucional e moral, que levam a uma crise de legitimidade do modelo político representativo. Isso significa que os eleitores estão perdendo a confiança nos seus representantes, pois passaram a acreditar que esses representantes não defendem os interesses do povo, mas sim interesses estranhos, alheios aos anseios da população. A perda de confiança na representação política é um dos principais sintomas dessa crise de legitimidade, onde o poder parece descarnado e imposto, levando ao descontentamento e ao questionamento da representatividade dos governantes.

06. (FACERES) “O Estado deve parecer uno, o rosto do seu governante precisa ser apreciado pelos cidadãos e não pode deixar de surgir assim, caso contrário não haveria obediência possível. Se a república tivesse diante de si o espetáculo de um poder dividido em facções, surgiria de imediato a pergunta essencial: Quem será obedecido, esta ou aquela corrente? E se ninguém pode ser acatado, quem garantiria a segurança de todos e de cada um?”

(ROMANO, Roberto. In: Ética e ministério público: Uma reflexão em três momentos, p.217.)

Esse pensamento está cristalizado em qual autor:

  1. Rousseau e a ideia de “bom selvagem”.
  2. Platão e a exaltação da República Romana.
  3. Marx e a denúncia da exploração do proletariado.
  4. Maquiavel e a noção da aparência unitária do Estado.
  5. Santo Agostinho e a razão em conformidade com a fé.

Resposta: D

Resolução: O texto destaca a importância da aparência de unidade e coesão do Estado para garantir a obediência dos cidadãos. Maquiavel, em suas obras políticas, como "O Príncipe", enfatiza a necessidade de o governante parecer uno e de manter a imagem de um poder centralizado, mesmo que por trás das cortinas existam disputas e facções políticas. Para Maquiavel, a aparência de força e autoridade é fundamental para manter a segurança e a ordem na sociedade, mesmo que internamente o poder seja dividido e compartilhado entre diferentes grupos.

07. (URCA) “Entre o Irã e a Espanha existem grandes diferenças. O fracasso do desenvolvimento econômico impediu que se formassem, no Irã, a base social de um regime liberal, moderno, ocidentalizado. Formou-se, em compensação, um imenso impulso popular, que explodiu este ano: ele atropelou os partidos políticos em via de reconstituição; acabou por jogar milhões de homens nas ruas de Teerã contra as metralhadoras e os tanques.

E não se gritava somente “para a morte o xá”, mas também “islã, Islã, Khomeyni, nós o seguiremos”. E, mesmo, Khomeyni para rei”

(FOUCAULT, Michel. “Com o que Sonham os Iranianos?”. IN: FOUCAULT. Ditos e Escritos, (v. VI). Repensar a Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.). O substrato acima foi retirado de um artigo publicado por Michel Foucault no Le Nouvel Observateur, n. 727, 16-22 de outubro de 1978.

Podemos dizer corretamente sobre o acontecimento analisado por Foucault que se trata:

  1. do movimento que destituiu do poder iraniano o aiatolá Khomeini, fundador da República Islâmica do Irã, instituída em 1973 com a alta dos preços do Petróleo dos países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo);
  2. da instituição da monarquia iraniana, que tinha à frente o megalomaníaco aiatolá Khomeini com a pretensão de dominar a Ásia Ocidental com um poder absoluto e uma polícia secreta infiltrada nos países da região;
  3. da revolução iraniana resultante da pobreza no campo e nas cidades do país, gerada pela reforma agrária feita pelo Xá Reza Pahlevi que acabou com o agro comércio no Irã;
  4. da revolução iraniana liderada pelo Aiatolá Khomeyni que melhorou as condições de vida das mulheres garantindo-lhes igualdade de direitos com os homens, acesso à educação e saúde públicas.
  5. da revolução iraniana que levou à derrubada do Xá Reza Pahlevi que tinha como base de governo e de projeto econômico o sólido apoio dos Estados Unidos e as riquezas petrolíferas do país;

Resposta: E

Resolução: O texto faz referência à revolução iraniana que ocorreu em 1978-1979 e levou à queda do Xá Reza Pahlevi, que governava o Irã com o apoio dos Estados Unidos e se beneficiava das riquezas petrolíferas do país. O movimento foi liderado pelo aiatolá Khomeini, que acabou por se tornar o líder da República Islâmica do Irã. A revolução foi impulsionada por diversos fatores, incluindo a insatisfação com a pobreza no campo e nas cidades, a oposição à política autoritária do Xá e o desejo de estabelecer um regime islâmico no país. O povo iraniano tomou as ruas e manifestou seu descontentamento, resultando na destituição do Xá e na ascensão de Khomeini ao poder.

08. (UEMA) Leia o texto para responder à questão.

Assim diz o filósofo francês Gérard Lebrun:

Se, numa democracia, um partido tem o peso político, é porque tem força para mobilizar um certo número de eleitores. Se um sindicato tem peso político, é porque tem força para deflagrar uma greve. Assim, força não significa necessariamente a posse de meios violentos de coerção, mas de meios que me permitam influir no comportamento de outra pessoa. À força não é sempre (ou melhor, é rarissimamente) um revólver apontado para alguém; pode ser o charme de um ser amado, quando me extorque alguma decisão (uma relação amorosa é, antes de mais nada, uma relação de força; conferir as Ligações perigosas, de Lactos).

Em suma, a força é a canalização da potência, é a sua determinação. E é graça a ela que se pode definir a potência na ordem nas relações sociais ou, mais especificamente, políticas.

Fonte: LEBRUN, Gérard. O que é o poder. São Paulo: Brasiliense, 1981. (coleção Primeiros Passos)

Do exposto pelo filósofo Gérard Lebrun, pode-se afirmar que, do ponto de vista político, o conceito de poder e de força significa

  1. obter consenso das pessoas em torno de uma ideia.
  2. insuflar os indivíduos na realização de suas ações.
  3. delimitar o comportamento de um grupo social.
  4. exigir o comando das relações sindicais.
  5. conseguir subsídios junto aos partidos políticos

Resposta: A

Resolução: Obter consenso das pessoas em torno de uma ideia.

09. (UFPR) O filósofo Gérard Lebrun, em seu livro intitulado O que é o poder, discorre sobre diferentes abordagens do conceito de poder. Na apresentação da obra, tece considerações sobre o binômio poder/dominação, tendo como referência a obra de Michel Foucault. Escreve Lebrun:

Quando a questão é compreender como foi e continua sendo possível a resignação, quase ilimitada, dos homens perante os excessos do poder, não basta invocar as disciplinas e as mil fórmulas de adestramento que, como mostra Foucault, são achados relativamente recentes da modernidade. Sua origem e seu sucesso talvez se devam a um sentimento atávico dos deserdados, de serem por natureza excluídos do poder, estranhos a este – talvez derivem da convicção de que opor-se a ele seria loucura comparável a opor-se aos fenômenos atmosféricos. Ainda que o poder não seja uma coisa, ele se torna uma, pois é assim que a maioria dos homens o representa. É preciso situar a tese de Foucault dentro de seus devidos limites: o homem condicionado, adestrado pelos poderes, é o privilegiado, o europeu. Não é o colonizado, não é o proletário do Terceiro Mundo (assim como não era o proletário europeu do século XIX). Estes, o poder não pensa sequer em domesticar: domina-os – e muito de cima.

(LEBRUN, Gérard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 08.)

Com base na reflexão desenvolvida por Lebrun, é correto afirmar que:

  1. o conceito de poder tem a possibilidade de ser interpretado a partir de noções como “disciplina” ou “adestramento”, construídas no próprio sujeito, considerando ao mesmo tempo a natureza estrutural e as condicionantes macrossociais do poder que orientam os indivíduos à ação social.
  2. as diferentes enunciações do conceito de poder presentes na obra de Foucault devem levar em consideração a situação dos trabalhadores novecentistas em países de Terceiro Mundo; do contrário o poder só pode ser entendido como narrativa dos opressores.
  3. o poder é um fenômeno que prescinde das instituições políticas e sociais para que se manifeste e, conforme Lebrun, toda forma de poder é uma manifestação da domesticação e do adestramento do indivíduo para a ação coletiva, tendo como princípio a vigilância e a punição.
  4. a explicação oferecida por Foucault possui limitações e não corresponde à realidade das relações de poder existentes no mundo moderno e contemporâneo, sobretudo quando se destaca a análise do proletariado do Terceiro Mundo.
  5. as relações de poder serão compreendidas em profundidade se assumirmos como parâmetro de nossas análises os processos de colonização no século XIX e a opressão ao proletário do Terceiro Mundo.

Resposta: A

Resolução: O texto de Lebrun discorre sobre o binômio poder/dominação e a resignação dos homens perante os excessos do poder. Ele menciona a obra de Michel Foucault, que aborda as disciplinas e formas de adestramento presentes na modernidade, mas Lebrun destaca que essa concepção precisa ser situada dentro de seus devidos limites. Ele aponta que o homem condicionado e adestrado pelos poderes é o privilegiado, o europeu, e que o poder não pensa sequer em domesticar colonizados e proletários do Terceiro Mundo - eles são dominados de cima.

10. (PUC-PR) Étienne de La Boétie, ao criticar a natureza humana de acomodar-se diante das virtudes de quem pretende governá-los, aponta que esses súditos solapam os fundamentos da liberdade e da escravidão. As reflexões do filósofo colocaram em evidências ideais centrais da sua teoria.

Analise as afirmativas e assinale a alternativa que demonstra a relevância desses ideais.

  1. Encontramos nas lideranças que nos oferecem a proteção e a governabilidade defesa da prerrogativa do Estado forte que estrutura os mais dotados à liderança do comando.
  2. A racionalidade lógica possibilita aos governantes e aos governados o domínio dos atos cometidos, o que estabelece, nessa relação, a confiança não atrelada aos bens materiais, aos laços afetivos que estabelecem o poder centralizado nas mãos de um grupo que se dispõe a governar.
  3. Explica-se a submissão por meio de covardia. Existe uma separação clara entre liberdade e escravidão. Nesse caso, os seres humanos que se submetem à escravidão, doam-se por inteiro a um domínio tirânico de forma completamente voluntária. Julga-se que poderá vir sempre bem e nunca mal de quem um dia lhes fez bem.
  4. A liberdade é a única coisa que os seres humanos desejam e por isso obtê-la exige um sacrifício de não perdêla de forma tão fácil para um tirano.
  5. A virtude naturaliza o ser humano a viver livre, a ponto de fazê-lo não perder a lembrança de sua primeira condição; o desejo de liberdade como um ato incondicional a sua existência.

Resposta: C

Resolução: Nas reflexões de Étienne de La Boétie, ele critica a natureza humana de se acomodar diante de quem pretende governá-los. Ele aponta que os súditos, por covardia ou por uma suposta gratidão àqueles que lhes fizeram bem, acabam se submetendo voluntariamente a um domínio tirânico. La Boétie destaca a separação clara entre liberdade e escravidão, onde a submissão dos seres humanos à tirania é explicada por sua própria vontade, tornando-se escravos por escolha, mesmo que de forma inconsciente. A reflexão sobre essa submissão voluntária e a diferenciação entre liberdade e escravidão são aspectos centrais em sua teoria.

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