Filosofia da Linguagem

Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia da Linguagem com questões de Vestibulares.


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01. (UNESP) Texto

O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos.

(Gilles Deleuze e Félix Guattari. O que é a filosofia?, 2007.)

Texto

A língua é um “como” se pensa, enquanto que a cultura é “o quê” a sociedade faz e pensa. A língua, como meio, molda o pensamento na medida em que pode variar livremente. A língua é o molde dos pensamentos.

(Rodrigo Tadeu Gonçalves. Perpétua prisão órfica ou Ênio tinha três corações, 2008. Adaptado.)

Os textos levantam questões que permitem identificar uma característica importante da reflexão filosófica, qual seja, que

  1. a mutabilidade da linguagem amplia o conhecimento do mundo.
  2. a cultura é constituída a partir da especulação teórica.
  3. o conhecimento evolui a partir do desenvolvimento tecnológico.
  4. a filosofia estabelece as balizas e diretrizes do fazer científico.
  5. os conceitos são permanentes e derivados de verdades preestabelecidas.

Resposta: A

Resolução: O panóptico foi uma ideia proposta pelo filósofo e pensador social Jeremy Bentham no século XVIII. Ele defendia a construção de uma prisão circular com celas nas extremidades e o alojamento do inspetor no centro, de forma que os prisioneiros pudessem ser vigiados a qualquer momento, sem saberem se estavam sendo observados ou não. A ideia por trás desse modelo é que a vigilância constante e incerta criaria uma disciplina interna nos prisioneiros, que iriam modificar seu comportamento para se adequar às expectativas da sociedade.

A figura do inspetor, que representa o poder, não precisa agir de forma ativa para controlar os prisioneiros. A mera presença do inspetor, ou a possibilidade de que ele esteja vendo, é suficiente para manter a ordem. Assim, o panóptico é uma metáfora para a sociedade disciplinar, onde o poder é exercido de forma sutil e constante, através de mecanismos de vigilância e controle.

O panóptico é amplamente estudado e debatido na sociologia, filosofia e teoria crítica da arte, pois fornece uma perspectiva sobre como o poder é exercido e como as instituições influenciam a vida das pessoas.

02. (UNESP) Texto

O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos.

(Gilles Deleuze e Félix Guattari. O que é a filosofia?, 2007.)

Texto

A língua é um “como” se pensa, enquanto que a cultura é “o quê” a sociedade faz e pensa. A língua, como meio, molda o pensamento na medida em que pode variar livremente. A língua é o molde dos pensamentos.

(Rodrigo Tadeu Gonçalves. Perpétua prisão órfica ou Ênio tinha três corações, 2008. Adaptado.)

Os textos levantam questões que permitem identificar uma característica importante da reflexão filosófica, qual seja, que

  1. a mutabilidade da linguagem amplia o conhecimento do mundo.
  2. a cultura é constituída a partir da especulação teórica.
  3. o conhecimento evolui a partir do desenvolvimento tecnológico.
  4. a filosofia estabelece as balizas e diretrizes do fazer científico.
  5. os conceitos são permanentes e derivados de verdades preestabelecidas.

Resposta: A

Resolução: Ambos os textos apontam para a importância da linguagem e dos conceitos na filosofia. O primeiro texto, de Gilles Deleuze e Félix Guattari, destaca a filosofia como disciplina que consiste em criar conceitos, e não apenas em formar, inventar ou fabricá-los. Em outras palavras, a filosofia é uma disciplina que se dedica à criação de conceitos de forma rigorosa e sistemática.

Já o segundo texto destaca a relação entre a língua e o pensamento. A língua é vista como um "como" se pensa, ou seja, é o meio pelo qual o pensamento se molda. A cultura, por sua vez, é "o quê" a sociedade faz e pensa. A língua, como molde dos pensamentos, pode variar livremente e influenciar a forma como as pessoas pensam e compreendem o mundo.

A mutabilidade da linguagem, portanto, amplia o conhecimento do mundo, permitindo uma reflexão crítica e a criação de conceitos novos e mais amplos. A língua, como instrumento de comunicação e formação de conceitos, é fundamental para a filosofia e para o avanço do conhecimento humano.

03. (Universidade Tiradentes) Supunham-se duas situações de linguagem a seguir:

1. Um índio, ainda com pouco contato com a civilização branca, que não conhecia aparelhos sanitários para as excretas pessoais, teve que fazer uma viagem de trem e, sentindo sede, procurou onde beber um pouco d’água. Encontrou, no banheiro do trem, um vaso sanitário e o confundiu com um poço. Meteu o caneco e tomou daquela água.

2. As crianças de uma escola foram solicitadas a trazer, no dia seguinte, uma redação sobre um animal de estimação da casa. A professora percebeu que as duas irmãs gêmeas trouxeram redações com textos idênticos, ao que lhe responderam: “o nosso animalzinho de estimação é o mesmo, professora!”

As duas situações de linguagem contrariam, respectivamente, um fato da

  1. fala e da cultura.
  2. cultura e da fala.
  3. linguagem e da cultura.
  4. da língua e da fala.
  5. da fala e do dialeto.

Resposta: B

Resolução: Sim, ambas as situações de linguagem retratam exemplos de problemas linguísticos que surgem quando há diferenças culturais e de conhecimento. No primeiro caso, o índio, por não ter conhecimento de aparelhos sanitários, acabou confundindo um vaso sanitário com um poço. Isso mostra como o contexto cultural e o conhecimento de um indivíduo podem afetar a sua compreensão da linguagem.

No segundo caso, as crianças gêmeas apresentam uma fala idêntica, o que pode sugerir uma falta de individualidade na sua forma de se expressar. Isso mostra como a influência do meio em que se vive e as circunstâncias sociais podem afetar a fala de uma pessoa.

Portanto, ambas as situações de linguagem destacam a importância da conscientização dos fatores culturais e sociais que podem influenciar a linguagem e a compreensão da linguagem.

04. (ENEM PPL 2019) A ciência ativa rompe com a separação antiga entre a ciência (episteme), o saber teórico, e a técnica (techne), o saber aplicado, integrando ciência e técnica. Do ponto de vista da ideia de ciência, a valorização da observação e do método experimental opõe a ciência ativa à ciência contemplativa dos antigos; assim também, a utilização da matemática como linguagem da física, proposta por Galileu sob inspiração platônica e pitagórica, e contrária à concepção aristotélica.

MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008 (adaptado).

  1. utilização da prova para confirmação empírica.
  2. apropriação do senso comum como inspiração.
  3. reintrodução dos princípios da metafísica clássica.
  4. construção do método em separado dos fenômenos.
  5. consolidação da independência entre conhecimento e prática.

Resposta: A

Resolução: utilização da prova para confirmação empírica do conhecimento, como uma forma de comprovar a validade dos resultados obtidos pela ciência, também representa uma importante mudança na compreensão da ciência, já que valoriza a objetividade e a verificação dos resultados. A ciência ativa busca, desta forma, integrar o saber teórico e o saber aplicado, colocando a ciência como um fator importante no desenvolvimento tecnológico e na melhoria da qualidade de vida da sociedade. A nova compreensão da ciência também rompe com a antiga divisão entre filosofia e ciência, valorizando a interação e a colaboração entre essas duas áreas do conhecimento.

05. (Unimontes) A passagem da mentalidade mítica para o pensamento racional e filosófico foi gestado por fatores considerados relevantes à construção de uma nova mentalidade. Algumas novidades do período arcaico ajudaram a transformar a visão que o mito oferecia sobre o mundo e a existência humana. São fatores relevantes: a invenção da escrita e do(a)

  1. moeda; a lei escrita; e a imprensa.
  2. moeda; a lei escrita; e o nascimento da pólis.
  3. telefone; a lei escrita; e o nascimento da pólis.
  4. religião; a lei escrita; e o nascimento da pólis.

Resposta: B

Resolução: Esses fatores foram considerados relevantes porque marcaram a evolução da forma como a sociedade era organizada e pensada. A invenção da escrita permitiu que as informações e conhecimentos fossem registrados e preservados, aumentando o acesso à informação e ao conhecimento. A moeda foi importante na medida em que estabeleceu um meio de troca e valorização de bens, fomentando a economia e o comércio. A lei escrita representou uma mudança na forma como as normas e regras eram estabelecidas e aplicadas na sociedade, tornando-as mais claras e precisas.

Finalmente, o nascimento da pólis foi importante porque estabeleceu uma forma de organização política que permitiu a constituição de cidades-estado e a formação de uma sociedade mais complexa. Essas mudanças contribuíram para a transformação da mentalidade mítica para o pensamento racional e filosófico.

06. (UPE) Leia o texto a seguir sobre a Linguagem Humana:

Considera-se o homem um ser que fala e a palavra, a senha de entrada no mundo humano. Nesse sentido, a linguagem é um sistema simbólico, e o homem, o único animal capaz de criar símbolos.

(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia, São Paulo: Moderna, 1993, p. 28). Adaptado.

No universo humano, a dimensão da linguagem tem a singularidade na edificação formativa do mundo cultural.

No âmbito dessa questão, é CORRETO afirmar que

  1. a linguagem possibilita transcender a nossa experiência.
  2. o mundo cultural declina do sistema simbólico.
  3. a condição humana prescinde da linguagem.
  4. a dimensão da linguagem restringe a comunicação.
  5. a linguagem limita a inteligência humana.

Resposta: A

Resolução: im, a frase "a linguagem possibilita transcender a nossa experiência" é correta. A linguagem humana é um meio pelo qual podemos transmitir nossas ideias e conceitos a outras pessoas, além de permitir a construção de um mundo cultural compartilhado. Com a linguagem, somos capazes de transcender nossas próprias experiências e compreender pontos de vista e realidades diferentes das nossas.

07. (Unimontes) O filósofo austríaco Wittgenstain (1994, p. 245), ao afirmar que “Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo”, quis demonstrar que linguagem e mundo estão intrinsecamente ligados. Assinale a alternativa INCORRETA.

  1. Quanto mais amplo for o mundo, mais ampla será a linguagem.
  2. Quanto mais restrita for a linguagem, mais restrito será o mundo.
  3. Quanto mais rica for a linguagem, com muitas palavras, maior serão as possibilidades de pensamento e produção de ideias.
  4. Quanto mais amplo for o mundo e a linguagem, mais restritas se tornam as possibilidades de pensamento.

Resposta: D

Resolução: Esta afirmação é incorreta, pois segundo Wittgenstein, quanto mais amplo for o mundo e a linguagem, mais amplas se tornam as possibilidades de pensamento. A ideia do filósofo é que a linguagem e o mundo são interdependentes, e a ampliação de uma reflete na ampliação da outra.

08. (ENEM PPL 2012) A escolha de uma forma teatral implica a escolha de um tipo de teatralidade, de um estatuto de ficção com relação à realidade. A teatralidade dispõe de meios específicos para transmitir uma cultura–fonte a um público–alvo; é sob esta única condição que temos o direito de falar em interculturalidade teatral.

PAVIS, P. O teatro no cruzamento de culturas. São Paulo: Perspectiva, 2008.

A partir do texto, o meio especificamente cênico utilizado para transmitir uma cultura estrangeira implica

  1. buscar nos gestos, compreender e explicitar conceitos ou comportamentos.
  2. procurar na filosofia a tradução verdadeira daquela cultura.
  3. apresentar o videodocumentário sobre a culturafonte durante o espetáculo.
  4. eliminar a distância temporal ou espacial entre o espetáculo e a cultura-fonte.
  5. empregar um elenco constituído de atores provenientes da cultura-fonte.

Resposta: A

Resolução: A partir do texto, podemos concluir que a escolha de uma forma teatral tem relação direta com a escolha de um tipo de teatralidade e de um estatuto de ficção em relação à realidade. Além disso, é mencionado que a teatralidade dispõe de meios específicos para transmitir uma cultura-fonte a um público-alvo, e que é somente nessa condição que se pode falar em interculturalidade teatral. O meio especificamente cênico utilizado para transmitir uma cultura estrangeira é mencionado como sendo a busca nos gestos para compreender e explicitar conceitos ou comportamentos.

09. (UPE) Moramos na tenda da linguagem. Nós e todas as coisas! Na tenda da linguagem, não nos fechamos, não nos enclausuramos; abrimo-nos à percepção da realidade, entregamo-nos a muitas experiências; devotamo-nos a múltiplas aprendizagens.

(BUZZI. Arcângelo R. Introdução ao pensar, 1991, p. 233.)

Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que

  1. o homem é o único animal capaz de criar símbolos para poucas experiências no seu processo de aprendizagem.
  2. a linguagem como atividade humana por excelência permite a comunicação entre os seus integrantes. A linguagem está fechada para as múltiplas aprendizagens e aberta para as muitas experiências.
  3. a linguagem nos fecha à realidade e nos abre à percepção da experiência.
  4. dentre as muitas experiências, é na aprendizagem da ciência e da técnica que a linguagem aparentemente mostra mais sua função de organização da realidade.
  5. na tenda da linguagem, a comunicação humana não consegue transpor os limites da simples transmissão e recepção para as múltiplas aprendizagens.

Resposta: D

Resolução: De acordo com o texto, a linguagem é fundamental para a percepção e compreensão da realidade, e a ciência e a técnica são exemplos de áreas em que a linguagem é usada para organizar e transmitir conhecimento e informações.

10. (UNICAMP) Tenho horror a de aqui a pouco vos ter já dito o que vos vou dizer. As minhas palavras presentes, mal eu as diga, pertencerão logo ao passado, ficarão fora de mim, não sei onde, rígidas e fatais... Falo, e penso nisto na minha garganta, e as minhas palavras parecem-me gente...

(Fernando Pessoa, O marinheiro. Campinas: Editora da Unicamp, 2020, p. 51.)

O que eu era outrora já não se lembra de quem sou... Às vezes, à beira dos lagos, debruçava-me e fitava-me... Quando eu sorria, os meus dentes eram misteriosos na água... Tinham um sorriso só deles, independentes do meu...

(Idem, p. 52.)

Nos excertos acima, dois fenômenos são apresentados ao leitor e constituem o principal problema dramático da peça de Fernando Pessoa.

Assinale a alternativa que identifica e explica corretamente esses fenômenos.

  1. As palavras e as imagens tornam-se independentes da pessoa humana. Isso significa a cisão entre o sujeito e o mundo ou, ainda, a crise de identidade pessoal reiterada nos diálogos.
  2. Proferir um discurso e ver-se refletido em um lago são situações dramáticas que sugerem a unidade entre ser e existir. A questão central, quem eu sou, é resolvida no desfecho da peça.
  3. Lembrar e esquecer são dois aspectos inseparáveis da estrutura dramática da peça. Se a imagem refletida no lago não se assemelha à pessoa que a contempla, as palavras, por sua vez, garantem a conexão entre o eu e a realidade exterior.
  4. O horror e o mistério das coisas são elementos básicos desse drama. Eles produzem, nas personagens, a convicção de que é útil narrar as experiências do passado porque assim se revela o seu verdadeiro significado.

Resposta: A

Resolução: A frase "Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo" afirmada por Wittgenstein sugere que a linguagem e o mundo estão intrinsecamente ligados e que a forma como entendemos o mundo é influenciada pela linguagem que usamos para descrevê-lo. Portanto, quanto mais ampla for a linguagem, maior será o nosso conhecimento e compreensão do mundo. Ao contrário, se a linguagem é restrita, isso também limita nossa compreensão e percepção do mundo. Dessa forma, a alternativa "Quanto mais amplo for o mundo e a linguagem, mais restritas se tornam as possibilidades de pensamento" não está de acordo com a ideia apresentada por Wittgenstein, por isso está incorreta.

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