Immanuel Kant

Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Immanuel Kant com questões de Vestibulares.


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01. (UNESP) A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira […]. A mentira pode ser externa […] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa […]. Pela mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua dignidade como ser humano. […] É possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos.

(Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.)

Em sua sentença dirigida à mentira, Kant

  1. considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto.
  2. assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade.
  3. apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais universalistas.
  4. demonstra um juízo condenatório, com justificação em motivações religiosas.
  5. assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas paixões.

Resposta: B

Resolução: Kant considera que a mentira é uma violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado apenas como um ser moral, e que essa violação é um crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos. Ele defende que a mentira é uma conduta condenável em si mesma, independentemente das motivações ou justificativas que possam ser apresentadas para ela. Portanto, a opção B, que afirma que Kant assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade, está correta. A opção A, que considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto, está incorreta, pois Kant defende a condenação absoluta da mentira. As opções C, D e E também estão incorretas, pois Kant não apresenta esses pontos em sua sentença.

02. (Unioeste) Na obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant apresenta uma formulação do imperativo categórico: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. (KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 129)]

Em relação ao pensamento de Kant, é CORRETO afirmar.

  1. O propósito do imperativo categórico é o de permitir que o indivíduo decida suas ações sem que tenha que se preocupar com os demais.
  2. O imperativo categórico tem por objetivo desfazer o conflito entre a providência divina, relacionada à cidade de Deus, e o espaço terreno.
  3. O imperativo categórico vincula a conduta moral a uma norma universal.
  4. Para Kant, não é possível que o indivíduo constitua um fim em si mesmo. Por isso mesmo, ele precisa espelhar-se na ação dos demais para a sua ação.
  5. O imperativo categórico corresponde à condição do estado de natureza, que é anterior à instituição do Estado civil.

Resposta: C

Resolução: Sim, é correto afirmar que o imperativo categórico vincula a conduta moral a uma norma universal, segundo o pensamento de Kant. De acordo com essa formulação, a moralidade de uma ação depende da possibilidade de querer que a máxima da ação se torne uma lei universal, isto é, valida para todos os indivíduos em todas as situações. A ideia é que a moralidade de uma ação não pode depender de seus resultados ou das circunstâncias em que ela é praticada, mas sim da intenção do agente em agir de acordo com uma norma universalmente válida.

03. (PUC-PR) Leia o texto abaixo.

“Só pode ser objeto de respeito e, portanto, mandamento aquilo que está ligado à minha vontade somente como princípio e nunca como efeito, não aquilo que serve à minha inclinação mas o que a domina ou que, pelo menos a exclui do cálculo na escolha, que dizer a simples lei por si mesma”

(KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70, 2011, p.32).

O filósofo Immanuel Kant discute o respeito à lei moral como contrário aos outros sentimentos que nascem das inclinações. Sobre o puro respeito é CORRETO afirmar que

  1. o reconhecimento imediato daquilo que é a lei para a pessoa se faz com o sentimento de respeito, ou seja, a consciência de subordinação da vontade a uma lei, sem intervenção de outras influências sobre a sensibilidade do sujeito.
  2. o respeito é a representação de um valor que não causa dano ao amor-próprio do sujeito, pois o objeto do respeito é a lei que o sujeito se impõe e não tem por consequência nenhum dano ao agente da ação.
  3. o respeito é a causa do porquê a ação tem valor moral universal, porquanto condiciona a ação aos valores reconhecidos por aqueles que são objeto da ação.
  4. o sentimento do respeito à lei moral carece da materialidade, que está no propósito da ação. Pelo objeto da ação moral o sujeito sente a verdade derivada do respeito.
  5. a ação por dever é consequência do sentimento de respeito. O respeito purifica as inclinações e organiza os reais valores das ações, eliminando assim o prejuízo das ações do sujeito.

Resposta: A

Resolução: O texto de Kant afirma que o respeito à lei moral é contrário aos outros sentimentos que nascem das inclinações. Ele também afirma que o objeto de respeito deve ser ligado à vontade do sujeito somente como princípio e nunca como efeito, ou seja, a lei deve ser seguida por si mesma, sem a influência de inclinações ou outras considerações. Portanto, a alternativa correta é a opção A, que afirma que o respeito à lei moral é o reconhecimento da subordinação da vontade a uma lei sem a intervenção de outras influências.

04. (UFU) Segundo Kant, o princípio supremo da doutrina dos costumes é: “aja segundo uma máxima que possa valer ao mesmo tempo como lei universal – cada máxima que não se qualifica a isso é contrária à moral”.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. MARTINS, C. A. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2013. p. 31.

A fórmula acima é denominada por Kant como imperativo categórico, diz-se que ela exige que

  1. nossas ações devem ser pela vontade.
  2. nossas ações sejam sempre por dever.
  3. as inclinações devem orientar a moral.
  4. agir conforme o dever é a lei universal.

Resposta: B

Resolução: O imperativo categórico de Kant é um tipo de imperativo moral que exige ação por dever e não por inclinação ou consequência. Ou seja, a ação deve ser tomada porque é considerada moralmente certa, e não porque leva a algum resultado desejado ou porque a pessoa tem uma inclinação natural para agir dessa maneira. Portanto, a resposta correta é a opção B, "nossas ações sejam sempre por dever."

05. (Enem 2019) TEXTO I

Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.

KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).

TEXTO II

Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.

FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.

A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:

  1. Possibilidade da liberdade e obrigação da ação.
  2. A prioridade do juízo e importância da natureza.
  3. Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica.
  4. Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
  5. Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.

Resposta: E

Resolução: A resposta correta é a opção E, "Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo." No texto I, Kant afirma que duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração: o céu estrelado e a lei moral. Isso indica que ele acreditava na existência de uma norma moral interna que guia as ações das pessoas. No texto II, a poeta invertendo essa ideia, afirma que admira a dura lei cobrindo-a e o estrelado céu dentro dela, ou seja, a lei moral é externa e o céu estrelado é interno. Isso sugere que a poeta acredita que o mundo externo é o que determina o que é certo ou errado, enquanto o mundo interno é algo que se pode admirar e contemplar.

06. (UFU) Leia

A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles.

KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarüng). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64.

A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da razão.

Essa condição evidencia a ausência

  1. do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais.
  2. da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem.
  3. da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento.
  4. da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre.

Resposta: B

Resolução: A resposta correta é a opção B, "da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem." De acordo com Kant, a menoridade é a condição daqueles que não fazem uso da razão, ou seja, aqueles que não são capazes de pensar por si mesmos e precisam de alguém para guiá-los. Ele atribui essa condição à preguiça e à covardia, ou seja, à falta de motivação e coragem para pensar por si mesmos. Portanto, a menoridade é a falta de autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem. A opção A, "do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais," não está relacionada com a menoridade descrita por Kant. A opção C, "da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento," também não está relacionada com a menoridade, já que Kant está falando sobre a capacidade de pensar por si mesmo e não sobre a religião. A opção D, "da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre," também não está correta, já que a menoridade não é sinônimo de ignorância.

07. (UENP) Immanuel Kant é conhecido por ter comparado seu papel na filosofia com o de Copérnico na astronomia. Com base nos conhecimentos sobre Kant, assinale a alternativa correta.

  1. Assentou a realidade exterior no centro da investigação filosófica e a razão a girar em torno dela.
  2. Colocou no centro da investigação filosófica a realidade objetiva e fez o sujeito girar a sua volta.
  3. Disse primeiro o que é a realidade para depois estudar o que é a razão.
  4. Depositou no centro da investigação filosófica a própria razão.
  5. Pôs no centro da investigação filosófica os objetos do conhecimento dizendo que eles são racionais.

Resposta: D

Resolução: A resposta correta é a opção D, "Depositou no centro da investigação filosófica a própria razão." Kant comparou seu papel na filosofia com o de Copérnico na astronomia, pois assim como Copérnico colocou o Sol no centro do sistema solar, Kant colocou a razão no centro da investigação filosófica. Antes de Kant, a maioria dos filósofos acreditava que a realidade objetiva era o ponto de partida para o conhecimento, e que a razão humana era capaz de conhecer essa realidade de maneira direta e imediata. Kant, porém, argumentou que a razão é o ponto de partida para o conhecimento, e que os objetos do conhecimento só podem ser compreendidos através da ação da razão. Portanto, a opção D está correta.

08. (UFU) Leia a citação a seguir.

A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles.

KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarüng). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64.

A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da razão. Essa condição evidencia a ausência

  1. do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais.
  2. da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem.
  3. da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento.
  4. da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre.

Resposta: B

Resolução: A resposta correta é a opção B, "da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem." De acordo com Kant, a menoridade é a condição daqueles que não fazem uso da razão, ou seja, aqueles que não são capazes de pensar por si mesmos e precisam de alguém para guiá-los. Ele atribui essa condição à preguiça e à covardia, ou seja, à falta de motivação e coragem para pensar por si mesmos. Portanto, a menoridade é a falta de autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem. A opção A, "do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais," não está relacionada com a menoridade descrita por Kant. A opção C, "da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento," também não está relacionada com a menoridade, já que Kant está falando sobre a capacidade de pensar por si mesmo e não sobre a religião. A opção D, "da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre," também não está correta, já que a menoridade não é sinônimo de ignorância.

09. (Enem 2017) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.

KANT, 1. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

De acordo com a moral kantiana, a "falsa promessa de pagamento" representada no texto

  1. assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.
  2. garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.
  3. opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.
  4. materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.
  5. permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.

Resposta: C

Resolução: De acordo com a moral kantiana, o dever moral de cada indivíduo é agir de acordo com a razão e com uma máxima que possa ser universalizada. Isso significa que, para Kant, uma ação é moralmente correta se ela pode ser aplicada a qualquer indivíduo em qualquer situação sem produzir resultados contraditórios. A falsa promessa de pagamento descrita no texto não atende a esse critério, pois ela implica em agir de maneira desonesta e trair a confiança de outra pessoa. Portanto, a resposta correta é a opção C, "opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal."

10. (UEL) O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna. Se a condição particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui.

(KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p.47. Coleção Os Pensadores.)

Com base nos conhecimentos sobre a concepção kantiana de tempo, assinale a alternativa correta.

  1. O tempo é uma condição a priori de todos os fenômenos em geral.
  2. O tempo é uma representação relativa subjacente às intuições.
  3. O tempo é um conceito discursivo, ou seja, um conceito universal.
  4. O tempo é um conceito empírico que pode ser abstraído de qualquer experiência.
  5. O tempo, concebido a partir da soma dos instantes, é infinito.

Resposta: A

Resolução: De acordo com a concepção kantiana de tempo, o tempo é uma condição a priori da percepção humana e não um atributo dos objetos em si mesmos. Isso significa que o tempo é um elemento fundamental da nossa experiência sensível, mas não é algo que possa ser encontrado diretamente nos objetos que percebemos. O tempo é, portanto, uma condição da possibilidade da percepção e do pensamento, e não algo que possa ser encontrado nos objetos em si. A resposta correta, portanto, é a opção A, "O tempo é uma condição a priori de todos os fenômenos em geral."

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