Hegel

Lista de 11 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Hegel com questões de Vestibulares.






01. (UFU) A respeito do conceito de dialética, Hegel faz a seguinte afirmação:

“O interesse particular da paixão é, portanto, inseparável da participação do universal, pois é também da atividade do particular e de sua negação que resulta o universal.”

HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2. ed. Tradução de Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasília: Editora da UnB, 1998. p. 35.

Com base no pensamento de Hegel, assinale a alternativa correta.

  1. O particular é irracional, por isso é a negação do universal, portanto, a História não é guiada pela Razão, mas se deixa conduzir pelo acaso cego dos acontecimentos que se sucedem sem nenhuma relação entre eles.
  2. O universal é a somatória dos particulares, de modo que a História é tão só o acumulado ou o agregado das partes isoladas, e assim elas estão articuladas tal como engrenagens de uma grande máquina.
  3. O particular da paixão é a ação dos indivíduos, sempre em oposição à finalidade da História, isto é, do universal da Razão que governa o mundo, mas esta depende da ação dos indivíduos, sem os quais ela não se manifesta.
  4. O universal é a vontade divina que por intermédio da sua ação providente preserva os homens de todos os perigos, evitando que se desgastem com suas paixões, assim, o humano é preservado desde o seu surgimento na Terra.

Resposta: C

Resolução: Hegel afirma que o interesse particular da paixão está inseparavelmente ligado ao universal, pois é da atividade do particular e de sua negação que resulta o universal. Portanto, a opção C está correta, pois reflete o pensamento de Hegel de que o particular da paixão é a ação dos indivíduos, que é necessária para a manifestação do universal da Razão que governa o mundo. As outras opções não estão de acordo com o pensamento de Hegel.

02. (UNESP) A genuína e própria filosofia começa no Ocidente. Só no Ocidente se ergue a liberdade da autoconsciência. No esplendor do Oriente desaparece o indivíduo; só no Ocidente a luz se torna a lâmpada do pensamento que se ilumina a si própria, criando por si o seu mundo. Que um povo se reconheça livre, eis o que constitui o seu ser, o princípio de toda a sua vida moral e civil. Temos a noção do nosso ser essencial no sentido de que a liberdade pessoal é a sua condição fundamental, e de que nós, por conseguinte, não podemos ser escravos. O estar às ordens de outro não constitui o nosso ser essencial, mas sim o não ser escravo. Assim, no Ocidente, estamos no terreno da verdadeira e própria filosofia.

(Hegel. Estética, 2000. Adaptado.)

De acordo com o texto de Hegel, a filosofia

  1. visa ao estabelecimento de consciências servis e representações homogêneas.
  2. é compatível com regimes políticos baseados na censura e na opressão.
  3. valoriza as paixões e os sentimentos em detrimento da racionalidade.
  4. é inseparável da realização e expansão de potenciais de razão e de liberdade.
  5. fundamenta-se na inexistência de padrões universais de julgamento.

Resposta: D

Resolução: De acordo com o texto de Hegel, a filosofia é inseparável da realização e expansão de potenciais de razão e de liberdade, ou seja, ela é fundamentada na valorização da racionalidade e da liberdade individual. Portanto, a alternativa D é a correta.

03. (Unimontes) De acordo com Marx, as grandes transformações históricas deram-se primeiramente no campo da economia, causadas por contradições geradas no interior do próprio modo de produção. Diferentemente de Hegel, no entanto, Marx não concebe uma história que anda sozinha, guiada por uma razão ou um espírito, mas sim uma história feita pelos seres humanos, que interferem no processo histórico e podem, dessa forma, transformar a realidade social, sobretudo se alterarem seu modo de produção.

Fonte: COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 296.

O excerto acima, ao afirmar que Marx adota uma perspectiva totalmente oposta ao pensamento de Hegel acerca da concepção da história, coloca em evidência o antagonismo entre duas correntes filosóficas.

Aponte quais são elas.

  1. Criticismo e historicismo
  2. Fenomenologia e estruturalismo.
  3. Idealismo e materialismo.
  4. Historicismo e perspectivismo.

Resposta: C

Resolução: Sim, as duas correntes filosóficas mencionadas no excerto são o idealismo, defendido por Hegel, e o materialismo, defendido por Marx. O idealismo é uma corrente filosófica que sustenta que a realidade é construída e compreendida pelo espírito ou pelo pensamento. Já o materialismo é uma corrente filosófica que defende que a realidade é composta por matéria e que as leis que regem a matéria são as responsáveis pelas transformações na sociedade e na história.

04. (UECE) Atente para a seguinte passagem da obra de W. F. Hegel:

“A consciência-de-si é em-si e para-si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer, só é como algo reconhecido. Inicialmente uma consciência visa submeter a outra, ao apreendê-la como objeto. Porém precisa ser reconhecida pela outra como sujeito. Mas o outro é também uma consciência-em-si. Um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Uma, a consciência independente, outra a consciência dependente. Uma é o senhor, outra é o escravo”.

Hegel, W. F. Fenomenologia do espírito. Parte I, seç. III. §§178 – 196.

A partir da leitura da passagem acima e considerando o pensamento hegeliano a respeito do processo de conhecimento, é correto dizer que

  1. Hegel, seguindo os passos de Kant, entendia o conhecimento como um processo puramente a-histórico de tomada de consciência do mundo.
  2. a visão hegeliana sobre o conhecer reflete uma percepção puramente especulativa sobre a realidade e rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva.
  3. Hegel, na fenomenologia do espírito, elaborou uma defesa veemente da relação de submissão existente entre escravos e seus senhores como parte do desenvolvimento do espírito do tempo.
  4. o conhecimento parte de uma consciência de si que, numa relação de contradição, chega à consciência do outro que lhe nega, mas, ao mesmo tempo, lhe identifica como sujeito.

Resposta: D

Resolução: Hegel acreditava que o processo de conhecimento passa por uma série de contraditórios: a consciência de si começa por reconhecer outras consciências como objetos, mas precisa ser reconhecida por elas como sujeito. Nessa relação de contradição, a consciência de si chega à consciência do outro que lhe nega, mas, ao mesmo tempo, lhe identifica como sujeito. Dessa forma, a opção D está correta, enquanto as demais opções não se aplicam à descrição dada por Hegel do processo de conhecimento.

05. (Unioeste) Em sua crítica a Tales de Mileto, o pensador alemão Hegel afirmou que a proposição pela qual o primeiro filósofo ficou conhecido – cuja formulação seria aproximadamente ‘a água é o princípio essencial de todos os seres’ – é filosófica porque enunciaria a concepção de que tudo é um. Assim, a infinda multiplicidade dos seres remeteria a uma unidade essencial. Para Hegel, porém, esse princípio essencial deve ser absolutamente diferente dos seres que ele gera, sustenta e comanda.

Com base no que foi dito, é CORRETO afirmar.

  1. Hegel concorda com a tese de Tales de que a água é o princípio essencial dos múltiplos seres.
  2. Hegel afirma que a multiplicidade não pode ser submetida a um princípio essencial.
  3. O primeiro filósofo afirma que o princípio essencial é universalmente diferente dos seres gerados.
  4. Hegel supõe que a filosofia diz a unidade dos seres, mas que a essência não é um ser entre outros.
  5. Tales se baseou na necessidade da água para os seres vivos, para fundar a filosofia da natureza.

Resposta: D

Resolução: O texto afirma que a proposição de Tales, segundo a qual a água é o princípio essencial de todos os seres, é filosófica porque enuncia a concepção de que tudo é um. No entanto, Hegel discorda dessa tese e afirma que o princípio essencial deve ser absolutamente diferente dos seres que ele gera, sustenta e comanda. Portanto, a opção correta é a D, pois afirma que Hegel supõe que a filosofia diz a unidade dos seres, mas que a essência não é um ser entre outros.

06. (UEA) Hegel rechaça a ética kantiana porque ela não leva em conta o homem inteiro, o homem vivo, mas exclui da ética sua vida real, subjuga-a mediante leis alheias à vida e converte assim a moral em algo positivo e morto para o homem vivo. Hegel vê claramente que essa rigidez mecânica da ética kantiana está estreitamente ligada com a absolutização do conceito de dever.

(Georg Lukács. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista, 1972.)

A crítica hegeliana incide sobre a noção kantiana de

  1. imperativo categórico.
  2. coletivismo prático.
  3. procedimento científico.
  4. utilitarismo comportamental.
  5. hedonismo ético.

Resposta: A

Resolução: O imperativo categórico é a noção central da ética kantiana, segundo a qual as ações devem ser realizadas por dever, independentemente de qualquer motivação ou interesse pessoal. Hegel critica essa noção por entender que ela subjuga a vida real do indivíduo e a torna algo morto e positivo.

07. (UFU) A dialética de Hegel

  1. envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, frio-calor).
  2. é incapaz de explicar o movimento e a mudança verificados tanto no mundo quanto no pensamento.
  3. é interna nas coisas objetivas, que só podem crescer e perecer em virtude de contradições presentes nelas.
  4. é um método (procedimento) a ser aplicado ao objeto de estudo do pesquisador.

Resposta: C

Resolução: A resposta correta é a opção C, pois a dialética de Hegel é um método de pensamento que envolve a compreensão das contradições internas das coisas e o seu movimento e mudança a partir da resolução dessas contradições. A opção A está incorreta, pois a dialética de Hegel não se limita a duas etapas formadas por opostos encontrados na natureza, mas sim à compreensão da relação dialética entre todas as coisas e a sua mudança ao longo do tempo. A opção B também está incorreta, pois a dialética de Hegel é capaz de explicar o movimento e a mudança verificados tanto no mundo quanto no pensamento. A opção D está incorreta, pois a dialética de Hegel não é um método a ser aplicado pelo pesquisador ao objeto de estudo, mas sim uma forma de compreensão do movimento e da mudança internos das coisas.

08. (UFU) O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...].

HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988.o que fazer para ganhar dinheiro

Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a alternativa correta segundo a filosofia de Hegel.

  1. A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos contrários.
  2. As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos são igualmente necessários.
  3. O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a possibilidade de uma vida ética.
  4. Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade benevolente.

Resposta: B

Resolução: A alternativa B está correta, pois segundo a filosofia de Hegel, as contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos são igualmente necessários. Isso significa que as contradições são partes integrantes da unidade e são necessárias para a existência e o desenvolvimento da realidade.

09. (UFU) De acordo com a filosofia de Hegel, é INCORRETO afirmar que

  1. a dialética envolve um diálogo entre dois pensadores ou entre um pensador e o seu objeto de estudo.
  2. a dialética envolve três etapas: na primeira delas, um ou mais conceitos ou categorias são considerados fixos, definidos e distintos.
  3. a terceira etapa da dialética envolve uma nova categoria, superior, que abarca as anteriores e dissolve as contradições nelas envolvidas.
  4. a dialética não é apenas uma característica de conceitos, mas se aplica também a coisas e processos reais.

Resposta: A

Resolução: De acordo com a filosofia de Hegel, a dialética é um processo que envolve o diálogo entre dois pensadores ou entre um pensador e o seu objeto de estudo. O processo dialético é dividido em três etapas: a tese, a antítese e a síntese. Na primeira etapa, um ou mais conceitos ou categorias são considerados fixos, definidos e distintos. Na segunda etapa, esses conceitos ou categorias são colocados em conflito ou oposição uns com os outros. Na terceira etapa, uma nova categoria, superior, é criada que abarca as anteriores e dissolve as contradições nelas envolvidas. A dialética também pode se aplicar a coisas e processos reais, não apenas a conceitos.

10. (UEG) Karl Marx é considerado um dos grandes filósofos da época moderna. Em sua trajetória intelectual, ele teve grande influência de outro grande filósofo, Hegel. Existe uma polêmica sobre a posição de Marx em relação a Hegel a partir do momento em que ele fundou sua concepção materialista da história. A esse respeito, verifica-se que Marx:

  1. abandonou toda discussão sobre Hegel e o hegelianismo, pois ao se tornar materialista não realizou mais discussões filosóficas, mas apenas científicas.
  2. retomou o pensamento de Hegel em sua totalidade e apenas acrescentou, a partir da dialética hegeliana, uma análise do modo de produção capitalista.
  3. aderiu ao neohegelianismo dos irmãos Bauer e Feuerbach, tornando-se um materialista dualista, unindo ideia e matéria na análise da realidade.
  4. rompeu totalmente com seu passado hegeliano e não só criticou os hegelianos como afirmou que Hegel havia se tornado um “cachorro morto”.
  5. resgatou elementos da dialética hegeliana, sendo que uma parte, o seu invólucro místico, ele descartou, mas manteve seu “núcleo racional”.

Resposta: E

Resolução: A resposta correta é "resgatou elementos da dialética hegeliana, sendo que uma parte, o seu invólucro místico, ele descartou, mas manteve seu “núcleo racional”." Karl Marx foi um grande filósofo que teve influência de Hegel em sua trajetória intelectual. Embora tenha adotado uma abordagem materialista para a análise da história e da sociedade, Marx não abandonou completamente o pensamento de Hegel. Em vez disso, ele resgatou elementos da dialética hegeliana e descartou a parte mística, mantendo o "núcleo racional" dessa filosofia. Além disso, Marx criticou os hegelianos por terem interpretado a dialética de maneira abstrata e idealista, e não como um processo concreto e material que ocorre na realidade social e histórica. Ele também não aderiu ao neohegelianismo dos irmãos Bauer e Feuerbach, nem afirmou que Hegel havia se tornado um "cachorro morto".

11. (UFU) Ao contrário das teorias contratualistas, a concepção hegeliana nega a anterioridade dos indivíduos, pois é o Estado que fundamenta a sociedade. Não é o indivíduo que escolhe o Estado, mas sim é por ele constituído. Ou seja, não existe o homem em estado de natureza, pois o homem é sempre um indivíduo social. O Estado sintetiza, numa realidade coletiva, a totalidade dos interesses contraditórios entre os indivíduos.

ARANHA, M. L. A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Ed. Moderna, 1993, p. 234.

De acordo com o texto, é correto afirmar que, para Hegel,

  1. a liberdade, em estado de natureza, é a mais perfeita para as pessoas.
  2. o Estado fundamenta a liberdade do soberano e não a dos indivíduos.
  3. a liberdade dos indivíduos está condicionada à existência do Estado.
  4. o Estado é resultado de um pacto estabelecido no estado de natureza.

Resposta: C

Resolução: De acordo com o texto, a resposta correta é "a liberdade dos indivíduos está condicionada à existência do Estado." Para Hegel, o Estado é o que fundamenta a sociedade e não os indivíduos. Os indivíduos são constituídos pelo Estado e não o escolhem. Além disso, Hegel afirma que não existe o homem em estado de natureza, pois o homem é sempre um indivíduo social. Portanto, a liberdade dos indivíduos está condicionada à existência do Estado, e não é resultado de um pacto estabelecido no estado de natureza. A liberdade do soberano também não é fundamentada pelo Estado. A opção "a liberdade, em estado de natureza, é a mais perfeita para as pessoas" também está incorreta, pois, de acordo com Hegel, o homem não existe em estado de natureza.

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