Friedrich Nietzsche

Lista de 12 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Friedrich Nietzsche com questões de Vestibulares.






01. (Enem 2015) A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levâ-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e favulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.

NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento de filosofia entre os gregos?

  1. O impulso para transformar, mediante justificativas os elementos sensíveis em verdades racionais.
  2. O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
  3. A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
  4. A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
  5. A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.

Resposta: C

Resolução: Nietzsche menciona que a filosofia grega começa com uma ideia aparentemente absurda - a proposição de que a água é a origem e a matriz de todas as coisas. No entanto, ele afirma que é necessário levar essa proposição a sério por três razões, uma delas sendo que ela enuncia algo sobre a origem das coisas.

Essa busca pela origem, pela causa primeira das coisas, é uma característica fundamental da filosofia grega e, mais tarde, da filosofia em geral. Os filósofos pré-socráticos, como Tales de Mileto (que propôs que a água era a origem de todas as coisas), estavam interessados em compreender o princípio subjacente que unificava a diversidade do mundo natural. Essa busca racional pela causa primeira das coisas é um dos elementos essenciais que caracterizam o surgimento da filosofia na Grécia antiga.

02. (UNESP) Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro filósofo, seja preciso que ele percorra todas as gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e devem permanecer firmes: ele deve ter sido crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista e vidente e “espírito livre”, tudo enfim para poder percorrer o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e poder lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos baixios para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar da sua incumbência. Seu destino exige outra coisa: a criação de valores.

(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.)

No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve

  1. assegurar e manter os poderes políticos do governante.
  2. conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na sociedade.
  3. privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes críticas perante a vida e os humanos.
  4. restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma verdade absoluta.
  5. retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca de sua liberdade de natureza.

Resposta: B

Resolução: Nietzsche menciona que o verdadeiro filósofo deve percorrer várias gradações e experiências, como ser crítico, cético, dogmático, histórico, poeta, viajante, moralista, vidente e espírito livre. Essas diversas vivências permitem que ele percorra o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e seja capaz de lançar um olhar de múltiplos olhos e consciências, abrangendo tanto alturas sublime quanto abismos.

Essa formação ampla e abrangente permite ao filósofo conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na sociedade. A partir dessa compreensão profunda da condição humana, ele pode desempenhar seu destino de criar valores, ou seja, contribuir para a construção de novas perspectivas e concepções de mundo.

03. (UFU) Nietzsche escreveu:

E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo!

NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38.

Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo.

  1. O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno primordial.
  2. O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas.
  3. O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa.
  4. O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não objetivada.

Resposta: C

Resolução: Em sua obra "O nascimento da tragédia", Nietzsche introduz esses conceitos para descrever duas forças fundamentais na cultura grega antiga. O dionisíaco representa o aspecto instintivo, irracional e caótico da vida, associado à embriaguez, à música, à dança, às festas e à força vital não domesticada. É a energia vital que flui e pulsa na natureza e nos seres humanos.

Por outro lado, o apolíneo simboliza o aspecto racional, equilibrado e ordenado da vida, associado à beleza das formas, à clareza, à serenidade e à busca pela harmonia estética. É a força que busca expressar o mundo de forma figurativa, através da arte, como na escultura e nas artes visuais.

Nietzsche argumenta que a tragédia grega é a união dessas duas forças, em que o apolíneo oferece a forma e a representação, enquanto o dionisíaco traz a energia e a vitalidade que transbordam dentro dessa forma, dando vida à arte trágica.

04. (Enem 2021) Minha fórmula para o que há de grande no individuo é amor fati: nada desejar além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo.

NIETZSCHE apud FERRY | Aprender a viver filosofia para os novos tempos Ro de Janeiro Obetvs, 2010 (adaptado)

Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma critica à tradição cristã que

  1. combate as práticas sociais de cunho afetivo.
  2. impede o avanço cientifico no contexto moderno.
  3. associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.
  4. condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.
  5. consagra a realização humana ao campo transcendental.

Resposta: E

Resolução: Ao falar em "amor fati", Nietzsche está enfatizando a importância de amar e abraçar o destino, aceitando e celebrando tudo o que acontece na vida, inclusive as adversidades e infortúnios. Ele critica a tradição cristã que enfatiza a busca pela redenção, pela salvação e pela transcendência em um mundo além da vida terrena. Para Nietzsche, essa visão transcendental nega o valor da existência humana na terra e desvia o foco da realização e aceitação do mundo real em que vivemos.

Nietzsche defende uma postura afirmativa da vida, valorizando o presente e buscando encontrar sentido e propósito em tudo o que nos acontece. Ele critica a ideia cristã de buscar a realização e a salvação fora do mundo concreto, enfatizando a importância de amar e aceitar a vida terrena, com todas as suas vicissitudes.

05. (UEL) Leia o texto a seguir.

Teremos ganho muito a favor da ciência estética se chegarmos não apenas à intelecção lógica mas à certeza imediata da introvisão [Anschauung] de que o contínuo desenvolvimento da arte está ligado à duplicidade do apolíneo e do dionisíaco, da mesma maneira como a procriação depende da dualidade dos sexos, em que a luta é incessante e onde intervêm periódicas reconciliações.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia, ou Helenismo e pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 27.

A compreensão do processo de criação a partir da analogia com a procriação, da valorização da intuição e da crítica ao conceito renovou profundamente a estética filosófica.

A respeito da teoria nietzscheana da criação, manifesta na sua interpretação do apolíneo e do dionisíaco, assinale a alternativa correta.

  1. O dionisíaco, elogiado por Nietzsche como símbolo de um acordo superior entre o humano e a natureza, tem como marca característica a dissolução do humano.
  2. O apolíneo representa o âmbito da dissolução das formas, da embriaguez; enquanto o dionisíaco diz respeito ao âmbito figurativo do sonho.
  3. O procedimento dialético socrático, discutido por Nietzsche, mantém a tensão característica da tragédia, sendo a lógica uma criação resultante do equilíbrio entre a forma e o informe.
  4. A cultura da ópera representa o renascimento da tragédia, pois reconstitui os vínculos entre arte, religião e sociedade a partir da oposição entre o apolíneo e o dionisíaco.
  5. A relação entre o apolíneo e o dionisíaco permite pensar a criação a partir de elementos negligenciados pela filosofia, como o corpo, as pulsões e o feminino.

Resposta: E

Resolução: Nietzsche descreve o apolíneo e o dionisíaco como duas forças fundamentais na cultura grega antiga, e ele os associa com elementos distintos da criação artística e do impulso criativo humano.

O apolíneo é associado ao mundo das formas, da harmonia, da beleza e da ordem. Representa a busca pela estética e pelo equilíbrio. Por outro lado, o dionisíaco é relacionado ao mundo do instinto, da paixão, da embriaguez, da natureza selvagem e da energia vital. É a força que rompe com a ordem estabelecida e possibilita a expressão criativa e intensa da vida.

A relação entre o apolíneo e o dionisíaco é crucial para a criação artística, pois é na combinação e tensão entre essas duas forças que surgem as grandes obras de arte e a verdadeira criatividade. Nietzsche valoriza essa relação, pois permite pensar a criação a partir de elementos negligenciados pela filosofia tradicional, como o corpo, as pulsões (desejos) e o feminino, que são aspectos importantes da experiência humana, mas muitas vezes ignorados ou reprimidos pela racionalidade filosófica tradicional.

06. (UNESP) Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade!

(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.)

Nesse excerto, Nietzsche

  1. defende o inatismo metafísico contra as teses empiristas sobre o conhecimento.
  2. valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a realização da paz.
  3. defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento crítico.
  4. identifica a maturidade intelectual com a capacidade de conhecer a verdade absoluta.
  5. valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em oposição ao dogmatismo.

Resposta: E

Resolução: Nietzsche critica a ideia de convicção, que é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Ele argumenta que essa crença pressupõe que existem verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para alcançá-las e que aqueles que têm convicções utilizam esses métodos perfeitos. No entanto, Nietzsche considera esses pressupostos infantis e afirma que o homem das convicções está na idade da inocência, sendo uma criança, por adulto que seja em outros aspectos.

Ele sugere que a história da humanidade teria sido mais pacífica e livre de conflitos se as pessoas que tinham convicções dedicassem parte de sua força para investigar por que caminho chegaram a essas convicções. Em outras palavras, Nietzsche valoriza uma postura crítica de autorreflexão, que questiona as próprias crenças e busca entender a origem e os fundamentos dessas convicções, em oposição ao dogmatismo que se apega a certezas absolutas sem questionamento.

07. (UFU) [...] a palavra “bom”, de antemão, não se prende necessariamente a ações “não-egoístas”; como é a superstição daqueles genealogistas da moral. Em vez disso, somente com um declínio de juízos de valor aristocráticos acontece que essa oposição “egoísta” – “não-egoísta” se imponha mais e mais à consciência humana – é, para me servir de minha linguagem, o instinto de rebanho que, com ela, afinal, toma a palavra (e também as palavras).

NIETZSCHE, Friedrich. Para a genealogia da moral. Os Pensadores. Trad. LEBRUN, G. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 342.

De acordo com o conteúdo da citação, assinale a alternativa que nomeia um dos conceitos mais importantes da filosofia nietzschiana.

  1. Impulso apolíneo.
  2. Impulso dionisíaco.
  3. Vontade de potência.
  4. Transvaloração dos valores.

Resposta: D

Resolução: Nietzsche questiona a oposição entre "egoísta" e "não-egoísta" e argumenta que a palavra "bom" não se prende necessariamente a ações não-egoístas. Ele critica os genealogistas da moral que acreditam em uma moralidade absoluta e fixa. O que Nietzsche propõe é a ideia de "transvaloração dos valores", que significa uma reavaliação radical e subversão dos valores tradicionais. Ele sugere que os valores morais são construídos historicamente e influenciados por diferentes perspectivas de poder, e que é necessário questionar e reavaliar esses valores para além das noções preestabelecidas.

A transvaloração dos valores é um conceito-chave na filosofia nietzschiana, onde ele busca romper com a moralidade tradicional e questionar as bases sobre as quais ela foi construída. Esse processo de transvaloração envolve uma nova interpretação e valorização de conceitos como "bom" e "mau", que estão intrinsecamente ligados ao instinto de rebanho mencionado na citação.

08. (UNESP) Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma.

(Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.)

A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos

  1. psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã.
  2. cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante.
  3. estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma vida sábia.
  4. éticos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana.
  5. metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico.

Resposta: A

Resolução: Nietzsche questiona a possibilidade de um homem agir unicamente para os outros, sem qualquer motivo pessoal. Ele argumenta que o ego está sempre presente nas ações humanas e que não é possível agir sem referência a si próprio, ou seja, sem uma necessidade interna. Ele critica a ideia de que alguém possa ser totalmente altruísta, fazendo e querendo tudo apenas para os outros, sem levar em conta suas próprias necessidades e desejos.

Nietzsche também aponta que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que existam os egoístas, pois se todos fossem altruístas, a suposta "suprema moralidade" se extinguiria, uma vez que ela se sustenta em contraste com a imoralidade. Assim, ele desafia a consistência da moral cristã que prega um ideal de altruísmo absoluto.

09. (UEG) Friedrich Nietzsche (1844-1900) é um importante e polêmico pensador contemporâneo, particularmente por sua famosa frase “Deus está morto”. Em que sentido podemos interpretar a proclamação dessa morte?

  1. O Deus que morre é o Deus cristão, mas ainda vive o deus-natureza, no qual o homem encontrará uma justificativa e um consolo para sua existência sem sentido.
  2. Não fomos nós que matamos Deus, ele nos abandonou na medida em que não aceitamos o fato de que essa vida só poderá ser justificada no além, uma vez que o devir não tem finalidade.
  3. O Deus que morre é o deus-mercado, que tudo nivela à condição de mercadoria, entretanto o Deus cristão poderá ainda nos salvar, desde que nos abandonemos à experiência de fé.
  4. A morte de Deus não se refere apenas ao Deus cristão, mas remete à falta de fundamento no conhecimento, na ética, na política e na religião, cabendo ao homem inventar novos valores.
  5. A morte de Deus serve de alerta ao homem de que nada é infinito e eterno, e que o homem e sua existência são momentos fugazes que devem ser vividos intensamente.

Resposta: D

Resolução: Quando Nietzsche proclama que "Deus está morto", ele não se refere apenas ao Deus cristão, mas sim ao declínio geral da crença em fundamentos absolutos, transcendentes e eternos que serviam como base para a moral, a ética, a política e a religião na cultura ocidental.

Essa afirmação é uma crítica à ideia de que existem valores objetivos e universais que fundamentam nossas crenças e ações. Para Nietzsche, a crença em Deus e os valores morais absolutos estavam perdendo sua influência na sociedade moderna, deixando as pessoas em um vácuo de significado e propósito.

Ele argumentava que, sem a crença em fundamentos transcendentes, os seres humanos precisariam inventar novos valores e significados para suas vidas. Isso implicava em uma reavaliação radical dos valores morais e a criação de novas perspectivas para enfrentar a incerteza e a falta de fundamentos.

10. (Unioeste) Considere os seguintes excertos:

“Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o fora através do poder demoníaco que falava pela boca de Eurípedes. Também Eurípedes foi, em certo sentido, apenas máscara: a divindade, que falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio de recentíssimo nascimento, chamado Sócrates”.

Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

“O Nascimento da tragédia tem dois objetivos principais: a crítica da racionalidade conceitual instaurada na filosofia por Sócrates e Platão; a apresentação da arte trágica, expressão das pulsões artísticas dionisíaca e apolínea, como alternativa à racionalidade”.

Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra de Nietzsche” In: Novaes, A. (org.) Artepensamento. São Paulo. Companhia das Letras, 1994

Os trechos acima aludem diretamente à crítica nietzschiana referente à atitude estética que

  1. subordina a beleza à racionalidade.
  2. cultua os antigos em detrimento do contemporâneo
  3. privilegia o cômico ao trágico.
  4. concebe o gosto como processo social.
  5. glorifica o gênio em detrimento da composição calculada.

Resposta: A

Resolução: Os trechos acima aludem diretamente à crítica nietzschiana referente à atitude estética que subordina a beleza à racionalidade.

11. (UFSJ) De acordo com a discussão que Nietzsche realiza sobre a origem dos valores morais, pode-se afirmar que:

  1. na avaliação reativa, os fracos primeiro avaliam a si mesmos como bons e daí decorre a avaliação do outro, o forte, como mau
  2. Os gestos úteis foram inicialmente valorados como bons, tendo se tornado hábito passar a considerá-los como bons em si
  3. a moral escrava tem sua origem no cristianismo, religião na qual a oposição entre bem e mal foi primeiramente constituída
  4. a filologia mostra que as palavras usadas para designar a nobreza social adquiriram progressivamente o sentido de nobreza de espírito

Resposta: D

Resolução: Nietzsche argumenta que a moralidade tradicional, ou a "moral escrava", tem suas raízes no cristianismo, onde a dicotomia entre bem e mal foi estabelecida pela primeira vez. Ele descreve uma genealogia dos valores morais, na qual a moralidade dominante é moldada por aqueles que eram socialmente fracos ou oprimidos.

Esse tipo de moralidade enaltece a humildade, a submissão e a renúncia, enquanto despreza o poder, a força e a busca de poder. Segundo Nietzsche, a moralidade do cristianismo emergiu como uma reação à moralidade dos "senhores" ou nobres, que valorizavam a força, a excelência e o poder de forma mais direta.

12. (UENP) Leia o texto a seguir.

Este problema do valor da compaixão e da moral da compaixão (– eu sou um adversário do amolecimento moderno dos sentimentos –) à primeira vista parece ser algo isolado, uma interrogação à parte; mas quem neste ponto se detém, quem aqui aprende a questionar, a este sucederá o mesmo que ocorreu a mim – uma perspectiva imensa se abre para ele, uma nova possibilidade dele se apodera como uma vertigem, toda espécie de desconfiança, suspeita e temor salta adiante, cambaleia a crença na moral, em toda moral – por fim, uma nova exigência se faz ouvir. Enunciemo-la, esta nova exigência: necessitamos de uma crítica dos valores morais, o próprio valor desses valores deverá ser colocado em questão.

(NIETZSCHE, F. Genealogia da moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p.12.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o sentido da filosofia em Nietzsche, assinale a alternativa correta.

  1. A filosofia não deve obediência às verdades morais e a nenhuma outra instituição, pois uma de suas tarefas é avaliar o valor de todos os valores.
  2. A filosofia deve fazer uma genealogia dos valores, cujo objetivo é descobrir os verdadeiros valores morais e melhorar a vida dos homens.
  3. A filosofia deve representar as verdades estabelecidas pela tradição, especialmente as verdades da moral e do Estado.
  4. O sentido da filosofia está em fazer uma crítica dos valores morais da humanidade, uma vez que essa mesma humanidade deturpou os verdadeiros valores e, com a morte de Deus, tornou-se desumana.
  5. Uma das tarefas da filosofia é criticar os valores morais, uma vez que eles são falsos e precisam ser substituídos por outros ideais supremos.

Resposta: A

Resolução: No texto, Nietzsche destaca a importância de questionar o valor da compaixão e da moral da compaixão. Ele critica o "amolecimento moderno dos sentimentos" e defende a necessidade de uma crítica dos valores morais, colocando em questão o próprio valor desses valores. A filosofia, segundo Nietzsche, deve ser uma atividade crítica que não se submete às verdades morais estabelecidas pela tradição, mas sim questiona e avalia todos os valores, incluindo os morais, para entender sua origem, significado e efeitos na vida dos indivíduos e da sociedade.

Clique Para Compartilhar Esta Página Nas Redes Sociais



Você acredita que o gabarito esteja incorreto? Avisa aí 😰| Email ou WhatsApp