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Figuras de Linguagem II

Lista de 20 exercícios de Português com gabarito sobre o tema Figuras de Linguagem com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema aqui.




01. (UER) Ao fugir para o Brasil, metade dos Brun ganhou uma perna a mais. O “n” virou “m”. Mas essa perna a mais era um membro fantasma, um ganho que revelava uma perda. (l. 26-27)

A autora associa a troca de letras no registro do sobrenome de seu tetravô à expressão um membro fantasma.

Essa associação constrói um exemplo da figura de linguagem denominada:

  1. antítese
  2. metáfora
  3. hipérbole
  4. eufemismo

02. (UFVJM) A obra A pata da gazela, de José de Alencar, é composta por uma linguagem conotativa em que a metáfora e a comparação são invariavelmente utilizadas.

ASSINALE a opção que exemplifica uma metáfora.

  1. “Recordava-se das mulheres mais bonitas que tinha visto, das mais lindas senhoras a quem amara com paixão, e sua memória as trazia todas (...)”
  2. “O amor é sol do coração; imprime-lhe o brilho e o matiz! Vênus, a deusa da formosura, surgindo da espuma das ondas, não é outra coisa senão o mito da mulher amada, surgindo dentre as puras ilusões do coração! (...)”
  3. “O moço, apenas reconheceu o vestido de seda violeta e a mãozinha que lhe servira de fanal, abaixou o olhar para a fímbria do vestido (...)”
  4. "A moça colocou-se na frente, fazendo realçar com a graça de seus movimentos a suprema elegância do talhe. Demorou-se mais do que era preciso nesse ato (...)”.

03. (UNESC) Na tirinha seguinte, a figura de linguagem utilizada – que faz uso de palavras e expressões de exagero - para reforçar a ‘conversa’ é: Na tirinha seguinte, a figura de linguagem utilizada – que faz uso de palavras e expressões de exagero - para reforçar a ‘conversa’ é:

  1. Metáfora
  2. Pleonasmo
  3. Catacrese
  4. Metonímia
  5. Hipérbole

04. (ESPM) CAPÍTULO LXXI / O SENÃO DO LIVRO

Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...

(Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis)

O trecho: “...resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...” configura uma:

  1. Anáfora
  2. Hipálage
  3. Gradação
  4. Antonomásia
  5. Silepse de número

05. (UFAM PSC) Leia o trecho a seguir para responder à questão:

Os gatos têm a má fama de serem ariscos, esquivos, indiferentes; de não darem a mínima para o seu dono e de serem altivos até a intolerável arrogância. Em síntese, seriam verdadeiras ilhas. Por que tantos atributos negativos ao membro mais inofensivo da família dos felídeos? Talvez pela independência desses bichos. Por isso, muita gente os despreza e mesmo os detesta. Os gatos não fazem festa nem estardalhaço, não são excessivamente carentes de afeto, podem dormir e sonhar por um século e esquecer o mundo ao redor. Um dia, encontrei um bichaninho perto do edifico em que morava. Levei-o para o apartamento, onde foi um hóspede discreto. Curioso, olhava-me quando eu tomava café, segurando a asa da xícara. Esqueci-me de dizer: chamava-se Leon e era um gato de grande caráter.

(Milton Hatoum, “Elegia a um felino”, no livro Um solitário à espreita, p. 209-210. Texto adaptado.)

Observe os trechos a seguir: “seriam verdadeiras ilhas”, “podem dormir e sonhar por um século” e “olhavame quando eu tomava café, segurando a asa da xícara”. Neles estão expressas, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

  1. prosopopeia, hipérbole, metonímia
  2. metáfora, sinestesia, eufemismo
  3. metáfora, hipérbole, catacrese
  4. prosopopeia, eufemismo, sinestesia
  5. metáfora, catacrese, metonímia

06. (ESPM) Leia:

Sim, mas não esquecer que para escrever não-importao- quê o meu material básico é a palavra. Assim é que esta história será feita de palavras que se agrupam em frases e destas se evola um sentido secreto que ultrapassa palavras e frases.

(Clarice Lispector)

Nesse trecho o texto se volta para o próprio texto, incluindose aí o questionamento sobre a criação literária, por isso pode-se afirmar que está presente a função da linguagem:

  1. emotiva
  2. conativa
  3. fática
  4. referencial
  5. metalingüística

07. (UERJ) A namorada

Havia um muro alto entre nossas casas.

Difícil de mandar recado para ela.

Não havia e-mail.

O pai era uma onça.

A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão

E pinchava a pedra no quintal da casa dela.

Se a namorada respondesse pela mesma pedra

Era uma glória!

Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira

E então era agonia.

No tempo do onça era assim.

Manoel de Barros Poesia completa. São Paulo: Leya, 20 0.

Nesse verso, a palavra onça está empregada em um sentido que se define como:

  1. enfático
  2. antitético
  3. metafórico
  4. metonímico

08. (UERJ) O CONTO A SEGUIR FOI RETIRADO DO LIVRO HORA DE ALIMENTAR SERPENTES, DE MARINA COLASANTI.

PARA COMEÇAR

Desejou ter a beleza de uma árvore frondosa tatuada nas costas, copa espraiada sobre os ombros. Temendo, porém, o longo sofrimento imposto pelas agulhas, mandou tatuar na base da coluna, bem na base, a mínima semente.

Na narrativa, o desejo inicial e a decisão final do personagem podem ser relacionados por meio da seguinte figura de linguagem:

  1. metonímia
  2. hipérbole
  3. antítese
  4. ironia

09. (UFVJM) Texto III

“Driblar a censura foi um aprendizado para todos os artistas e intelectuais que, a partir de 1964, se engajaram na resistência ao regime militar. Os que estavam vinculados à música popular encontraram nas letras das canções uma forma de protesto, quase sempre se valendo de metáforas, na tentativa de despistar o olhar vigilante da ditadura. Houve também uma mudança de foco da produção cultural brasileira, que antes do golpe buscava, como se dizia à época, ‘despertar a visão crítica e promover o protagonismo’ das classes populares.”

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-03/artistas-precisaram-usar-metaforas-paracriticar-o-regime-militar. (Trecho do texto) Acesso em: 15 de abril de 2014.

Esse texto apresenta a metáfora como um artifício usado pelos intelectuais, durante o regime militar, como forma de protesto ao abuso de poder instaurado.

A metáfora é uma figura de linguagem que tem como marca

  1. a imitação de um som.
  2. o emprego de uma palavra no sentido figurado.
  3. a mistura de diferentes impressões sensoriais.
  4. o uso de um termo com significado contrário do habitual.

10. (UNICAMP) Uma cidade viva não é obra de um gênio: é obra de trabalhadores simples e de suas constantes conversas consigo própria. Uma cidade é um tecido em contínua evolução, retocado e reparado para nosso uso, no qual a ordem emerge através de uma “mão invisível” proveniente do desejo das pessoas em se relacionar bem com seus vizinhos.

(Adaptado de Roger Scruton, Confissões de um herético. Belo Horizonte: Âyiné, 2017, p.133.)

No trecho acima, a figura de linguagem “mão invisível”

  1. estabelece uma intertextualidade com a expressão “a mão invisível do mercado”, de Adam Smith, sendo a cidade a expressão plena do planejamento.
  2. sugere que a organização de uma cidade não se limita ao planejamento de um gestor, mas diz respeito às relações éticas construídas no cotidiano.
  3. indica a submissão dos moradores de uma cidade aos interesses ocultos de uma administração que promove, no espaço urbano, a vida cotidiana.
  4. associa-se à gestão pública, que é mantenedora da ordem e do bem-estar nas relações econômicas de uma cidade.

11. (UFGD) Meu coração tropical está coberto de neve mas

Ferve em seu cofre gelado E à voz vibra e a mão escreve mar

Bendita lâmina grave que fere a parede e traz

As febres loucas e breves Que mancham o silêncio e o cais

Roserais Nova Granada de Espanha

Por você eu teu corsário preso

Vou partir na geleira azul da solidão

E buscar a mão do mar

Me arrastar até o mar procurar o mar

Mesmo que eu mande em garrafas

Mensagens por todo o mar

Meu coração tropical partirá esse gelo e irá

Com as garrafas de náufragos

E as rosas partindo o ar

Nova Granada de Espanha

E as rosas partindo o mar

Nos trechos “Meu coração tropical está coberto de neve” e “mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar” ocorrem duas figuras de linguagem. Elas são, respectivamente:

  1. prosopopeia e aliteração.
  2. antítese e hipérbole.
  3. antítese e prosopopéia.
  4. catacrese e polissíndeto.
  5. polissíndeto e hipérbato.

12. (UFMS) Considere os versos do poema “As trevas”, que integra a obra Espumas flutuantes, de Castro Alves, para responder à questão

“Tive um sonho em tudo não foi sonho!...

O sol brilhante se apagava: e os astros,

Do eterno espaço na penumbra escura,

Sem raios, e sem trilhos, vagueavam.

A terra fria balouçava cega

E tétrica no espaço ermo de lua.

A manhã ia... vinha ... e regressava...

Mas não trazia o dia! Os homens pasmos

Esqueciam no horror dessas ruínas

Suas paixões: E as almas conglobadas

Gelavam-se num grito de egoísmo

Que demandava ‘luz’. Junto às fogueiras

Abrigavam-se... e os tronos e os palácios,

Os palácios dos reis, o albergue e a choça

Ardiam por fanais. Tinham nas chamas

As cidades morrido. Em torno às brasas

Dos seus lares os homens se grupavam,

P’ra à vez extrema se fitarem juntos.

Feliz de quem vivia junto às lavas

Dos vulcões sob a tocha alcantilada!”

As figuras de linguagem estão presentes em textos poéticos e produzem expressividade no discurso, criando efeitos de sentido variados.

Assinale a alternativa que nomeia a figura em destaque nos seguintes versos: “E as almas conglobadas/Gelavam-se num grito de egoísmo”.

  1. Aliteração.
  2. Comparação.
  3. Metonímia.
  4. Catacrese.
  5. Sinestesia.

13. (UCPEL) O REI E O OPERÁRIO

[1] – O que vales , junto à forja,

[2] Cingindo o sujo avental?

[3] – E a ti que te vale a gorja

[4] Do teu diadema real?!

[5] – Eu mando tropas e armadas,

[6] Sustenho povos na mão...

[7] – Pois eu tempero as espadas,

[8] Que fazem a revolução!

[9] – E eu tenho um cetro q’ao vê-lo

[10] Curvam-se as raças fiéis...

[11] – Pois eu possuo o martelo

[12] Que prega a forca dos reis.

[13] – És um divino espantalho...

[14] – E tu que vales, vilão?!!

[15] – Pois eu forjo o anel do trabalho,

[16] Tu forjas a escravidão!

[17] – Eu tenho o sangue que deve

[18] Recordar-me os Faraós...

[19] – E eu, o do peão que em Grève

[20] Decapitou teus avós.

[21] – Tu és das trevas o eleito...

[22] – Mentes, eu laboro a luz!

[23] – Eu prego a luz do direito...

[24] – E eu prego as leis de Jesus!

[25] – Tu és a noite – eu o dia,

[26] Deslumbram-te os vivos sóis...

[27] – Tu fundes – a tirania,

[28] Eu fundo o pulso aos heróis!

COSTA, Francisco Lobo da. Auras do Sul. Rio Grande: Americana, 1910.

Em “Tu és a noite – eu o dia” (linha 25) existe

  1. anacoluto.
  2. disfemismo.
  3. antítese.
  4. sinestesia.
  5. hipérbato.

14. (UFPR) Marcha a ré

Um grupo de ativistas promoverá neste sábado, em São Paulo e em outras 200 cidades, a "Marcha da Família com Deus", para fazer frente a um "golpe comunista marcado para este ano" – a ser dado, segundo eles, pelo PT e seus aliados. A passeata será uma reedição da "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", que, no dia 19 de março de 1964, protestou contra a "ameaça comunista" e contribuiu para a queda do presidente João Goulart.

É difícil imaginar um "golpe comunista" em que os aliados são Sarney, Collor, Maluf, Renan Calheiros e outros. Mas, quando se trata dessa turma, tudo é possível. A exemplo de 1964, os ativistas vão conclamar os militares a tomar o poder, fechar os partidos, varrer a subversão e a corrupção e, com tudo saneado, nos devolver o país – ou o que sobrar dele.

Pessoalmente, acho a pauta até modesta. Eu pediria também a volta de Cláudia Cardinale, Stefania Sandrelli e Vera Vianna. Dos cigarros Luiz XV e Mistura Fina e dos fósforos marca Olho. Da cuba-libre, do hi-fi e da vaca preta. Dos LPs do Tamba Trio, do Henry Mancini e do Modern Jazz Quartet. Das cuecas samba-canção, ideais para um bate-coxa, e dos penteados femininos armados com Bom Bril. Do sexo à milanesa (de noite, na praia) e das corridas de submarino. Tudo isso era 1964.

Do "Correio da Manhã", do pente Flamengo e do concretismo. Da Gillette Mono Tech, da pasta d'água e da Coca-Cola como bronzeador. Do Toddy em lata, dos tróleibus e das bicicletas Monark com pneu balão. Da Parker 21, do papel almaço e da goma arábica. Dos currículos com latim, francês e canto orfeônico. Tudo isso também era 1964.

Já os militares que a "Marcha" quer chamar de volta, não recomendo. Sob eles, a família se esgarçou, a liberdade acabou e, em pouco tempo, o próprio Deus saiu de fininho para não se comprometer.

Ruy Castro, www.folha.uol.com.br, 19 de março de 2014.

É correto afirmar que o tom geral que impera no texto pode ser resumido pela palavra

  1. indiferença.
  2. metáfora.
  3. ironia.
  4. paródia.
  5. informação.

15. (UNESP) Leia o trecho do livro A dança do universo, do físico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder à questão.

Algumas pessoas tornam-se heróis contra sua própria vontade. Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente) revolucionárias, muitas vezes não as reconhecem como tais, ou não acreditam no seu próprio potencial. Divididas entre enfrentar sua insegurança expondo suas ideias à opinião dos outros, ou manter-se na defensiva, elas preferem a segunda opção. O mundo está cheio de poemas e teorias escondidos no porão.

Copérnico é, talvez, o mais famoso desses relutantes heróis da história da ciência. Ele foi o homem que colocou o Sol de volta no centro do Universo, ao mesmo tempo fazendo de tudo para que suas ideias não fossem difundidas, possivelmente com medo de críticas ou perseguição religiosa. Foi quem colocou o Sol de volta no centro do Universo, motivado por razões erradas. Insatisfeito com a falha do modelo de Ptolomeu, que aplicava o dogma platônico do movimento circular uniforme aos corpos celestes, Copérnico propôs que o equante fosse abandonado e que o Sol passasse a ocupar o centro do cosmo. Ao tentar fazer com que o Universo se adaptasse às ideias platônicas, ele retornou aos pitagóricos, ressuscitando a doutrina do fogo central, que levou ao modelo heliocêntrico de Aristarco dezoito séculos antes.

Seu pensamento reflete o desejo de reformular as ideias cosmológicas de seu tempo apenas para voltar ainda mais no passado; Copérnico era, sem dúvida, um revolucionário conservador. Ele jamais poderia ter imaginado que, ao olhar para o passado, estaria criando uma nova visão cósmica, que abriria novas portas para o futuro. Tivesse vivido o suficiente para ver os frutos de suas ideias, Copérnico decerto teria odiado a revolução que involuntariamente causou.

Entre 1510 e 1514, compôs um pequeno trabalho resumindo suas ideias, intitulado Commentariolus (Pequeno comentário). Embora na época fosse relativamente fácil publicar um manuscrito, Copérnico decidiu não publicar seu texto, enviando apenas algumas cópias para uma audiência seleta. Ele acreditava piamente no ideal pitagórico de discrição; apenas aqueles que eram iniciados nas complicações da matemática aplicada à astronomia tinham permissão para compartilhar sua sabedoria. Certamente essa posição elitista era muito peculiar, vinda de alguém que fora educado durante anos dentro da tradição humanista italiana. Será que Copérnico estava tentando sentir o clima intelectual da época, para ter uma ideia do quão “perigosas” eram suas ideias? Será que ele não acreditava muito nas suas próprias ideias e, portanto, queria evitar qualquer tipo de crítica? Ou será que ele estava tão imerso nos ideais pitagóricos que realmente não tinha o menor interesse em tornar populares suas ideias? As razões que possam justificar a atitude de Copérnico são, até hoje, um ponto de discussão entre os especialistas.

(A dança do universo, 2006. Adaptado.)

Em “Copérnico era, sem dúvida, um revolucionário conservador” (3° parágrafo), a expressão sublinhada constitui um exemplo de

  1. eufemismo.
  2. pleonasmo.
  3. hipérbole.
  4. metonímia.
  5. paradoxo.

16. (UENP) Leia o excerto a seguir

BISAZINHA

Minha avozinha,

tão franzidinha,

quem te secou?

Foi o vento, meu netinho,

foi o vento que ventou.

(BANDEIRA, P. Cavalgando o arco-íris. 17. ed. São Paulo: Moderna, 1991.)

Quanto ao recurso estilístico empregado no verso “Foi o vento que ventou”, assinale a alternativa correta.

  1. Aliteração.
  2. Antítese.
  3. Onomatopeia.
  4. Paranomásia.
  5. Rima.

17. (PUC-SP) O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, faz significativo uso da linguagem figurada, o que dá ao texto uma fina dimensão estética. Assim, indique a alternativa em que o fragmento não está corretamente classificado, de acordo com a figura que nele ocorre.

  1. Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. – Metáfora,
  2. E estando a recordá-lo, ouço um ranger de porta, um farfalhar de saias... - onomatopeia.
  3. Quincas Borba não só estava louco, mas sabia que estava louco, e esse resto de consciência, como uma frouxa lamparina no meio das trevas, complicava muito o horror da situação. - Eufemismo.
  4. Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer. - Antítese.

18. (UNIVESP) A alternativa que apresenta uma metáfora é

  1. O professor indicou a leitura de Machado de Assis.
  2. Suas palavras eram amargas e frias.
  3. Não foi trabalhar, pois o pai estava entre a vida e a morte.
  4. Estou morrendo de fome!
  5. Depois de muito tempo, ela entregou-lhe a chave do seu coração.

19. (UERJ) A EDUCAÇÃO PELA SEDA

Vestidos muito justos são vulgares. Revelar formas é vulgar. Toda revelação é de uma vulgaridade abominável. Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, e pode-se adivinhar a norma que lhe rege a vida ao primeiro olhar.

Rosa Amanda Strausz Mínimo múltiplo comum: contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.

Os conceitos a vestiram como uma segunda pele,

O vocábulo a é comumente utilizado para substituir termos já enunciados. No texto, entretanto, ele tem um uso incomum, já que permite subentender um termo não enunciado.

Esse uso indica um recurso assim denominado:

  1. elipse
  2. catáfora
  3. designação
  4. modalização

20. (UFU) Havia em Recife inúmeras ruas, as ruas dos ricos, ladeadas por palacetes que ficavam no centro de grandes jardins. Eu e uma amiguinha brincávamos muito de decidir a quem pertenciam os palacetes. “Aquele branco é meu. ” “Não, eu já disse que os brancos são meus. ” “Mas esse não é totalmente branco, tem janelas verdes. ” Parávamos às vezes longo tempo, a cara imprensada nas grades, olhando.

[...] Numa das brincadeiras de “essa casa é minha”, paramos diante de uma que parecia um pequeno castelo. No fundo via-se o imenso pomar. E, à frente, em canteiros bem ajardinados, estavam plantadas as flores.

LISPECTOR, Clarice. Cem anos de perdão. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 60.

A narrativa de ficção joga com sentidos duplos e figurados e explora as variadas possibilidades da linguagem. Na obra de Clarice Lispector, para atingir uma maior expressividade na construção do texto, destaca-se ainda a epifania. Considerando-se o conceito de epifania na obra dessa autora, pode-se ler o conto Cem anos de perdão como

  1. antítese do prazer da criança que desvela, por meio do ato de roubar, as possibilidades da transgressão das rígidas normas impostas pela sociedade, mas que sofre de forma antecipada devido à possibilidade da punição.
  2. metáfora da passagem da infância para a adolescência, uma vez que a descoberta dos grandes jardins com suas rosas e pitangas acena, figurativamente, para a descoberta do erotismo e da sexualidade.
  3. alegoria da dor da criança pobre que, ao andar pelas ruas ricas do espaço urbano, percebe a desigualdade social de Recife, o que autoriza e legitima o ato de roubar.
  4. metonímia do mal que se manifesta, de forma inofensiva, nas crianças, por meio do roubo de rosas e de pitangas, mas que na vida adulta se manifestará em atos e atitudes que prejudicarão a sociedade.

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