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Cultura Hip-Hop

Lista de 19 exercícios de História da Arte com gabarito sobre o tema Cultura Hip-Hop com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Cultura Hip-Hop.




Arte Contemporânea

1. (Enem 2017) TEXTO I SPETO. Grafite. Museu Afro Brasil, 2009

TEXTO II

Speto Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um grafiteiro paulista envolvido com o skate e a música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa

Revista Zupi, n. 19, 2010

O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos

  1. na influência da expressão abstrata.
  2. na representação de lendas nacionais.
  3. na inspiração das composições musicais.
  4. nos traços marcados pela xilogravura nordestina.
  5. nos usos característicos de grafismos dos skates.

Arte Contemporânea

2. (Enem 2016) Nesse grafite, realizado por um grupo que faz intervenções artísticas na cidade de Lima

ACCIÓN POÉTICA LIMA. Disponível em: https://twitter.com. Acesso em: 30 maio 2016.

Nesse grafite, realizado por um grupo que faz intervenções artísticas na cidade de Lima, há um jogo de palavras como verbo “poner”. Na primeira ocorrência, o verbo equivale a “vestir uma roupa”, já na segunda, indica

  1. início de ação.
  2. mudança de estado.
  3. conclusão de ideia.
  4. simultaneidade de fatos.
  5. continuidade de processo.

03. (ENEM 2017) Inspiração no lixo

O paulistano Jaime Prades, um dos precursores do grafite e da arte urbana, chegou ao lixo por sua intensa relação com as ruas de São Paulo. “A partir da década de 1980, passei a perceber o desastre que é a ecologia urbana. Quando a gente fala em questão ambiental, sempre se refere à natureza, mas a crise ambiental urbana é forte”, diz Prades. Inspirado pela obra de Frans Krajcberg, há quatro anos Jaime Prades decidiu construir uma árvore gigante no Parque do Ibirapuera ou em outro local público, feita com sobras de madeira garimpadas em caçambas. “Elas são como os intestinos da cidade, são vísceras expostas”, conta Prades. “Percebi que cada pedaço de madeira carregava a memória da árvore de onde ela veio. Percebi que não estava só reciclando, e sim resgatando”. Sua árvore gigante ainda não vingou, mas a ideia evoluiu. Agora, ele pretende criar uma plataforma na internet para estimular outros artistas a fazer o mesmo. “Teríamos uma floresta virtual planetária, na qual se colocariam essas questões de forma poética, criando uma discussão enriquecedora.”

VIEIRA, A. National Geographic Brasil, n. 65-A, 2015.

O texto tematiza algumas transformações das funções da arte na atualidade. No trabalho citado, do artista Jaime Prades, considera-se

  1. reflexão sobre a responsabilidade ambiental do homem.
  2. valorização da poética em detrimento do conteúdo.
  3. preocupação com o belo encontrado na natureza.
  4. percepção da obra como suporte da memória.
  5. reutilização do lixo como forma de consumo.

04. (ENEM 2016) O hip hop tem sua filosofia própria, com valores construídos pela condição das experiências vividas nas periferias de muitas cidades. Colocando-se como um contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência, o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu objetivo é justamente encontrar saídas e fornecer uma alternativa à população excluída.

SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.

As autoras abordam no texto um movimento cultural que também tem características reconhecidas

  1. nos traços e formas que representam personagens de olhos desproporcionalmente maiores e expressivos, conhecidos como mangá.
  2. nas formas de se vestir e de cortar os cabelos com objetivos contestadores à ordem social, próprios do movimento punk
  3. nas frases e dizeres de qualquer espécie, rabiscados sobre fachadas de edifícios, que marcam a pichação.
  4. nos movimentos leves e sincronizados com os pés que deslocam o dançarino, denominado moonwalk.
  5. nas declamações rápidas e ritmadas de um texto, com alturas aproximadas, características do rap.

05. (Enem 2017) E a sujeira virou arte

Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes, 27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que consiste em apagar a sujeira para criar desenhos que dialogam com a problemática da cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que, na verdade, elas não veem porque não querem”, diz.

SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado).

A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo que a sociedade reveja valores e preconceitos. O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de

  1. ressaltar o descaso do poder público com a limpeza.
  2. evidenciar a humanidade dos usuários de drogas.
  3. apresentar a estética da paisagem urbana.
  4. destacar a poética dos espaços públicos.
  5. debater o perigo da poluição.

06. (FACASPER) “A batalha das autoridades paulistanas contra a poluição visual está entrelaçada a um conflito social profundo cuja forma de expressão não é vista em outras cidades – a pichação. O jornal americano, ‘New York Times’ diz que, mesmo com o reconhecimento do grafite paulistano em galerias internacionais, a pichação permanece como uma expressão marginal, com sua grafia muitas vezes incompreensível para quem não é do meio. Os integrantes das gangues de pichadores inclusive não se consideram grafiteiros, e veem o grafite como uma arte frequentemente cooptada comercialmente”, afirma o texto.

Fonte: Folha de SP, publicado em29-01-2012. Adaptado. http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1041022-sp-viveconflito-entre-cidade-limpa-e-pichacao-protesto-diz-nyt.shtml Acessado em 15-09-2013

O conflito explicitado pela matéria jornalística pode ser assim compreendido:

  1. Grafite e pichação estão desvinculados do universo artístico em razão de seu caráter de expressão marginal.
  2. O grafite parte de um engajamento político e social, enquanto a pichação visa ao embelezamento da cidade.
  3. A pichação, em sua finalidade, destoa do grafite, já que seu compromisso é meramente estético.
  4. Grafite e pichação são criações com propostas estéticas diferentes, sendo que os pichadores criticam a cooptação comercial dos grafiteiros.
  5. A ação do poder público retrata a sintonia política e social em relação às motivações dos pichadores.

07. (ENEM 2015) O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e poesia), junto com as linguagens da dança (o break dancing) e das artes plásticas (o grafite), seria difundido, para além dos guetos, com o Cultura Hip-Hop de cultura hip hop. O break dancing surge como uma dança de rua. O grafite nasce de assinaturas inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova York. As linguagens do rap, do break dancing se tornaram os pilares da cultura hip hop.

DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005 (adaptado).

Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracteriza como um tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio de movimentos:

  1. retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados.
  2. improvisados, como expressão da dinâmica da vida urbana.
  3. suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos.
  4. ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo de protesto.
  5. cadenciados, como contestação às rápidas mudanças culturais.

08. (FUVEST) O século XX viu emergir diversos movimentos culturais eivados de posicionamentos críticos a mazelas da sociedade, como o movimento Hip Hop. Sobre o Hip Hop, é correto afirmar que surgiu

  1. na França, em bairros centrais de Paris, como forma de protesto ao empobrecimento de parte da população, sobretudo de migrantes africanos.
  2. no Brasil, nas periferias paulistanas, como forma de protesto às precárias condições de vida das favelas brasileiras.
  3. na África do Sul, em bairros pobres, ocupados por maioria negra, como forma de protesto ao apartheid social a que esta maioria estava submetida.
  4. na Inglaterra, em subúrbios londrinos, relacionado ao trabalho de DJs e MCs, como forma de protesto ao racismo velado existente no país.
  5. nos EUA, nos guetos nova-iorquinos, relacionado ao break, ao grafismo e ao Rap, como forma de protesto à exclusão social de negros.

09. (FUVEST) Sobre a cultura hip-hop no Brasil, pode-se afirmar que

  1. tem sua origem nos bairros da periferia de São Paulo, restringindo-se a camadas sociais marginalizadas, envolvidas com o submundo do crime e das drogas.
  2. produz manifestações artísticas como os bailes funks, que se consolidaram como forma de protesto das comunidades faveladas do Rio de Janeiro.
  3. exemplifica um modo de colonialismo cultural, visto que se constitui em uma cópia das formas de expressão de negros norte-americanos.
  4. envolve manifestações como o rap, a dança break e o grafite, tendo como temática a denúncia das desigualdades sociais e as dificuldades do jovem da periferia.
  5. mostra-se como uma cultura de gueto, pois não é difundida fora de espaços das áreas marginalizadas da periferia paulista e das favelas do Rio de Janeiro.

10. (ENEM 2004) O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes construções de concreto e as estações de metrô, e cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova Iorque. É formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como uma forma de resistência política. Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade – o que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite de cores muito vivas.

(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)

De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem como principais características

  1. a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter nacionalista.
  2. a alienação política e a preocupação com o conflito de gerações.
  3. a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação de linguagens.
  4. a integração de diferentes classes sociais e a exaltação do progresso.
  5. a valorização da natureza e o compromisso com os ideais norte-americanos.

11. (ENEM 2004) No Brasil, a origem do funk e do hip–hop remonta aos anos de 1970, quando da proliferação dos chamados "bailes black" nas periferias dos grandes centros urbanos. Embalados pela Black music americana, milhares de jovens encontravam nos bailes de final de semana uma alternativa de lazer existente. Em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo, formavam–se equipes de som que promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo que buscava a valorização da cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido como "Black Rio". A indústria fonográfica descobriu o filão e lançando discos de "equipe" com as músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda pelo restante do país.

A presença da cultura hip–hop no Brasil caracteriza–se como uma forma de

  1. lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas periferias urbanas.
  2. entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacional.
  3. subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes.
  4. Afirmação de identidade dos jovens que a praticam.
  5. Reprodução da cultura musical norte–americana.

12. (ENEM PPL 2015) O rap constitui-se em uma expressão artística por meio da qual os MCs relatam poeticamente a condição social em que vivem e retratam suas experiências cotidianas.

SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.

O "relato poético" é uma característica fundamental desse gênero musical, em que o

  1. MC canta de forma melodiosa as letras, que retratam a complexa realidade em que se encontra.
  2. rap se limita a usar sons eletrônicos nas músicas, que seriam responsáveis por retratar a realidade da periferia.
  3. rap se caracteriza pela proximidade das notas na melodia, em que a letra é mais recitada do que cantada, como em uma poesia.
  4. MC canta enquanto outros músicos o acompanham com instrumentos, tais como o contrabaixo elétrico e o teclado.
  5. MC canta poemas amplamente conhecidos, fundamentando sua atuação na memorização de suas letras.

13. (FGV-SP) Engajamento agora é outro, revela pesquisa

Engajamento agora é outro, revela pesquisa

Os jovens brasileiros desconfiam dos políticos e estão cada vez mais desencantados com os partidos. Isso não provoca, no entanto, o seu afastamento automático de atividades politicamente engajadas. Ligado a organizações que se caracterizam pelo uso de redes sociais e pela estrutura pouco hierarquizada, um número significativo de jovens está se mobilizando em torno de um amplo leque de questões políticas e sociais.

Temas que vão da mobilidade urbana à organização de grupos de hip hop e cineclubes na periferia das grandes cidades fazem parte do cotidiano desses moços e moças, de acordo com três grandes pesquisas realizadas recentemente sobre juventude no Brasil. Embora conduzidas por diferentes pesquisadores e com focos diversos, as três apontaram na mesma direção.

R. Arruda, www.estadao.com.br, 14/07/2013.

Em relação às conclusões apresentadas nessa matéria jornalística, é correto afirmar que seu título —“Engajamento agora é outro, revela pesquisa”—

  1. expressa uma crítica velada do redator em relação aos mais recentes interesses da juventude brasileira.
  2. chama a atenção para o caráter desorganizado da participação política dos jovens brasileiros nos movimentos atuais.
  3. sugere que, nas manifestações atuais, a preocupação social sobrepuja a preocupação política, ao contrário do que ocorria com as gerações passadas.
  4. contém o pressuposto de que as manifestações do passado tinham características diferentes das que revelam as referidas pesquisas.
  5. interpreta os dados dessas pesquisas de modo equivocado, pois a preocupação com a política não mudou.

14. (EPCAR) TEXTO

Rap: uma linguagem dos guetos

Entre as vozes que se cruzam na cacofonia

urbana da sociedade globalizada, há uma que se

sobressai pela sua radicalidade marginal: o rap. A

moderna tradição negra dos guetos norte-americanos é,

[5] hoje, cantada pelos jovens das periferias de todos os

quadrantes do globo. Mas diferentemente das

estereotipias produzidas pela nação hegemônica e

difundidas em escala planetária, a cultura hip-hop

costuma ser assimilada como uma fala histórica

[10] essencialmente crítica por uma juventude com tão

escassas vias de fuga ao sempre igual. Quando, por

exemplo, jovens de uma favela brasileira incorporam

esta linguagem tornada universal, por mais que a sua

realidade seja diferente daquela dos marginalizados do

[15] país de origem, a forma permanece associada a um

conteúdo crítico – uma visão de mundo subalterna e

frequentemente subversiva.

O rap é hoje uma forma de expressão

comunitária, por meio da qual se comunicam e afirmam

[20] sua identidade habitantes dos morros e comunidades

populares. /.../

O surgimento do movimento hip-hop nos

remete ao contexto no qual estavam inseridos os

Estados Unidos dos anos 60 e 70, no auge da Guerra

[25] Fria. Foram anos de tensão e muita agitação política. O

descontentamento popular com a guerra do Vietnã

somava-se à pressão das comunidades negras

segregadas, submetidas a leis similares às do apartheid

sul-africano. O clima de revolta e inconformismo tomava

[30] conta dos guetos negros.

/.../

Na trilha da agitação política ocorriam

inovações culturais. Nos guetos, o que se ouvia era o

soul, que foi importante para a organização e

[35] conscientização daquela população. /.../ No mesmo

período surge uma variedade de outros ritmos, como o

funk, marcados por pancadas poderosas que causavam

estranhamento aos brancos, letras que invocavam a

valorização da cultura negra e denunciavam as

[40] condições às quais eram submetidas as populações dos

guetos. O soul e o funk foram as bases musicais que

permitiram o surgimento do rap, que virá a ser um dos

elementos do movimento hip-hop.

Por essa época ou um pouco antes, jovens

[45] negros já dançavam [o break] nas ruas ao som do soul e

do funk de uma forma inovadora, executando passos

que lembravam ao mesmo tempo uma luta e os

movimentos de um robô. /.../

Finalmente, além da música e da dança,

[50] propagava-se pelos guetos, ainda, o hábito de desenhar

e escrever em muros e paredes. /.../ Nesse contexto de

efervescência político-cultural, grafiteiros, breakers e

rappers começaram a se reunir para realizar eventos

juntos, afinal suas artes estavam relacionadas a uma

[55] experiência comum, a cultura de rua. /.../

Por volta de 1982, o rap chegou ao Brasil,

fixando-se, sobretudo, em São Paulo. /.../

Nos últimos anos da década de 90, o rap

brasileiro ultrapassou os limites da periferia dos grandes

[60] centros e chegou à classe média. /.../ O rap de caráter

mais comercial passou então a ser amplamente

difundido pelo país, ao mesmo tempo em que, em sua

forma marginal, a linguagem continuava a se

desenvolver nos espaços populares.

[65] Há que se destacar o caráter inovador do rap

nacional, que reelabora, de forma criadora, a partir de

tradições populares brasileiras, a linguagem dos guetos

norte-americanos, mesclando o ritmo do Bronx a

gêneros como o samba e a embolada.

[70] /.../

Não se trata, no entanto, de idealizar o hip-hop

como forma de conhecimento. O movimento,

seguramente, não é homogêneo: possui tendências

mais ou menos politizadas, mais ou menos engajadas e

[75] críticas. Há, por assim dizer, uma vertente cuja tônica é

a denúncia, a agitação e o protesto. Outra, espontânea,

sem uma linha política coerente e definida. E outra

ainda, talvez hegemônica, já assimilada pelo mercado,

que reproduz o modelo de comportamento, aspirações e

[80] ideais dominantes (consumismo, individualismo e

exaltação da vida privada), como a maioria das canções

ditas "de massa".

(COUTINHO, Eduardo Granja, ARAÚJO, Marianna. Rap: uma linguagem dos guetos. In: PAIVA, Raquel, TUZZO, Simone Antoniaci (Orgs.). Comunidade, mídia e cidade: possibilidades comunitárias na cidade hoje. Goiânia: FIC/UFG, 2014.)

De acordo com as informações do texto e o modo como ele está organizado, é correto afirmar que os autores

  1. defendem os ditos movimentos de rua, utilizando-se de argumentos sólidos que valorizam o rap.
  2. apresentam dados temporais e espaciais para defender a divulgação do rap na sociedade.
  3. são preconceituosos com relação à cultura de massa, que, segundo eles, é hegemônica em aspectos como exaltação da individualidade.
  4. expõem o tema rap, contextualizando-o em sua origem e desenvolvimento ao longo dos anos.

15. (ITA)

A questão se refere aos textos a seguir

Texto 1

[1]  As discussões muitas vezes acaloradas sobre o reconhecimento da pixação como expressão artística trazem
à tona um questionamento conceitual importante: uma vez considerado arte contemporânea, o movimento perderia
sua essência? Para compreendermos os desdobramentos da pixação, alguns aspectos presentes no graffiti são
essenciais e importantes de serem resgatados. O graffiti nasceu originalmente nos EUA, na década de 1970, como
um dos elementos da cultura hip-hop (Break, MC, DJ e Graffiti). Daí até os dias atuais, ele ganhou em força,
criatividade e técnica, sendo reconhecido hoje no Brasil como graffiti artístico. Sua caracterização como arte
contemporânea foi consolidada definitivamente por volta do ano 2000.
[2]  A distinção entre graffiti e pixação é clara; ao primeiro é atribuída a condição de arte, e o segundo é
classificado como um tipo de prática de vandalismo e depredação das cidades, vinculado à ilegalidade e
marginalidade. Essa distinção das expressões deu-se em boa parte pela institucionalização do graffiti, com os
primeiros resquícios já na década de 1970.
[3]  Esse desenvolvimento técnico e formal do graffiti ocasionou a perda da potência subversiva que o marca
como manifestação genuína de rua e caminha para uma arte de intervenção domesticada enquadrada cada vez
mais nos moldes do sistema de arte tradicional. O grafiteiro é visto hoje como artista plástico, possuindo as
características de todo e qualquer artista contemporâneo, incluindo a prática e o status. Muito além da diferenciação
conceitual entre as expressões – ainda que elas compartilhem da mesma matéria-prima – trata-se de sua força e
essência intervencionista.
[4]  Estudos sobre a origem da pixação afirmam que o graffiti nova-iorquino original equivale à pixação brasileira;
os dois mantêm os mesmos princípios: a força, a explosão e o vazio. Uma das principais características do pixo é
justamente o esvaziamento sígnico, a potência esvaziada. Não existem frases poéticas, nem significados. A pixação
possui dimensão incomunicativa, fechada, que não conversa com a sociedade. Pelo contrário, de certa forma, a
agride. A rejeição do público geral reside na falta de compreensão e intelecção das inscrições; apenas os membros
da própria comunidade de pixadores decifram o conteúdo.
[5]  A significância e a força intervencionista do pixo residem, portanto, no próprio ato. Ela é evidenciada pela
impossibilidade de inserção em qualquer estatuto pré-estabelecido, pois isso pressuporia a diluição e a perda de
sua potência signo-estética. Enquanto o graffiti foi sendo introduzido como uma nova expressão de arte
contemporânea, a pichação utilizou o princípio de não autorização para fortalecer sua essência.
[6]  Mas o quão sensível é essa forma de expressão extremista e antissistema como a pixação? Como lidar com
a linha tênue dos princípios estabelecidos para não cair em contradição? Na 26ª Bienal de Arte de São Paulo, em
2004, houve um caso de pixo na obra do artista cubano naturalizado americano, Jorge Pardo. Seu comentário,
diante da intervenção, foi “Se alguém faz alguma coisa no seu trabalho, isso é positivo, para mim, porque
escolheram a minha peça entre as expostas” […]. “Quem fez isso deve discordar de alguma coisa na obra. Pode ser
outro artista fazendo sua própria obra dentro da minha. Pode ser só uma brincadeira” e finalizou dizendo que “pichar
a obra de alguém também não é tão incomum. Já é tradicional”.
[7]  É interessante notar, a partir do depoimento de Pardo, a recorrência de padrões em movimentos de qualquer
natureza, e o inevitável enquadramento em algum tipo de sistema, mesmo que imposto e organizado pelos próprios
elementos do grupo. Na pixação, levando em conta o “sistema” em que estão inseridos, constatamos que também
passa longe de ser perfeito; existe rivalidade pesada entre gangues, hierarquia e disputas pelo “poder”.
[8]  Em 2012, a Bienal de Arte de Berlim, com o tema “Forget Fear”, considerado ousado, priorizou fatos e
inquietações políticas da atualidade. Os pixadores brasileiros, Cripta (Djan Ivson), Biscoito, William e R.C., foram
convidados na ocasião para realizar um workshop sobre pixação em um espaço delimitado, na igreja Santa
Elizabeth. Eles compareceram. Mas não seguiram as regras impostas pela curadoria, ao pixar o próprio
monumento. O resultado foi tumulto e desentendimento entre os pixadores e a curadoria do evento.
[9]  O grande dilema diante do fato é que, ao aceitarem o convite para participar de uma bienal de arte,
automaticamente aceitaram as regras e o sistema imposto. Mesmo sem adotar o comportamento esperado, caíram
em contradição. Por outro lado, pela pichação ser conhecidamente transgressora (ou pelo jeito, não tão conhecida
assim), os organizadores deveriam pressupor que eles não seguiriam padrões pré-estabelecidos.
[10]  Embora existam movimentos e grupos que consideram, sim, a pixação como forma de arte, como é o caso
dos curadores da Bienal de Berlim, há uma questão substancial que permeia a realidade dos pichadores. Quem
disse que eles querem sua expressão reconhecida como arte? Se arte pressupõe, como ocorreu com o graffiti,
adaptar-se a um molde específico, seguir determinadas regras e por consequência ver sua potência intervencionista
diluída e branda, é muito improvável que tenham esse desejo.
[11]  A representação da pixação como forma de expressão destrutiva, contra o sistema, extremista e
marginalizada é o que a mantêm viva. De certo modo, a rejeição e a ignorância do público é o que garante sua força
intervencionista e a tão importante e sensível essência. 

Adaptado de: CARVALHO, M. F. Pichação-arte é pixação? Revista Arruaça, Edição nº 0. Cásper Líbero, 2013. Disponível em Acesso em: maio 2018.

 

Texto 2

 

[1]  Em frente da minha casa existe um muro enorme, todo branco. No Facebook, uma postagem me chama
atenção: é um muro virtual e a brincadeira é pichá-lo com qualquer frase que vier à cabeça. Não quero pichar o
mundo virtual, quero um muro de verdade, igual a este de frente para a minha casa. Pelas ruas e avenidas,
vou trombando nos muros espalhados pelos quarteirões, repletos de frases tolas, xingamentos e erros de

 português. Eu bem poderia modificar isso. 

[2]  “O caminho se faz caminhando”, essa frase genial, tão forte e certeira do poeta espanhol Antonio
Machado, merece aparecer em diversos muros. Basta pensar um pouco e imaginar; de fato, não há caminho, o
caminho se faz ao caminhar.
[3]  De repente, vejo um prédio inteiro marcado por riscos sem sentido e me calo. Fui tentar entender e não
me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de difícil compreensão. As explicações prosseguem: grafite é
arte, pichar é vandalismo. O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na memória e, então,
sinto até o cheiro da lama de Woodstock em letras garrafais: “Não importam os motivos da guerra, a paz é
muito mais importante”.

[4]  Feito uma folha deslizando pelas águas correntes do rio me surge a imagem de John Lennon; junto
dela, outra frase: “O sonho não acabou”, um tanto modificada pela minha mão, tornando-se: o sonho nunca
acaba. E minha cabeça já se transforma num muro todo branco.
[5]  Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão, os homens das cavernas
deixaram pichados nas rochas diversos sinais. Num ato impulsivo, comprei uma tinta spray, atravessei a rua
chacoalhando a lata e assim prossegui até chegar à minha sala, abraçado pela ansiedade aumentada a cada
passo. Coloquei o dedo no gatilho do spray e fiquei respirando fundo, juntando coragem e na mente
desenhando a primeira frase para pichar, um tipo de lema, aquela do Lô Borges: “Os sonhos não envelhecem”
– percebo, num sorrir de canto de boca, o quanto os sonhos marcam a minha existência.
[6]  Depois arriscaria uma frase que criei e gosto: “A lagarta nunca pensou em voar, mas daí, no espanto da
metamorfose, lhe nasceram asas...”. Ou outra, completamente tola, me ocorreu depois de assistir a um
documentário, convencido de que o panda é um bicho cativante, mas vive distante daqui e sua agonia não é
menor das dos nossos bichos. Assim pensando, as letras duma nova pichação se formaram num estalo:
“Esqueçam os pandas, salvem as jaguatiricas!”.
[7]  No muro do cemitério, escreveria outra frase que gosto: “Em longo prazo estaremos todos mortos”, do
John Keynes, que trago comigo desde os tempos da faculdade. Frases de túmulos ganhariam os muros; no de
Salvador Allende está consagrado, de autoria desconhecida: “Alguns anos de sombras não nos tornarão
cegos.” Sempre apegado aos sonhos, picharia também uma do Charles Chaplin: “Nunca abandone os seus
sonhos, porque se um dia eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”.
[8]  Claro, eu poderia escrever essas frases num livro, num caderno ou no papel amassado que embrulha o
pão da manhã, mas o muro me cativa, porque está ao alcance das vistas de todos e quero gritar para o mundo
as frases que gosto; são tantas, até temo que me faltem os muros. Poderia passar o dia todo pichando frases,
as linhas vão se acabando e ainda tenho tanto a pichar... “É preciso muito tempo para se tornar jovem”, de
Picasso, “Há um certo prazer na loucura que só um louco conhece”, de Neruda, “Se me esqueceres, só uma
coisa, esquece-me bem devagarzinho”, cravada por Mário Quintana...
[9]  Encerro com Nietzsche: “Isto é um sonho, bem sei, mas quero continuar a sonhar”, que serve para
exemplificar o que sinto neste momento, aqui na minha sala, escrevendo no computador o que gostaria de
jogar nos muros lá fora, a custo me mantendo calmo, um olho na tela, outro voltado para o lado oposto da rua.
Lá tem aquele muro enorme, branco e virgem, clamando por frases. Não sei quanto tempo resistirei até puxar
o gatilho do spray

Adaptado de: ALVEZ, A. L. Um muro para pichar. Correio do Estado, fev 2018. Disponível em Acesso em: ago. 2018.

 

A partir da leitura dos textos 1 e 2, depreende-se que

 

I. os autores reiteram que grafite e pichação não são práticas artísticas bem aceitas por toda a sociedade.

II. o texto 1 menciona a ausência de poesia na pichação; o texto 2 explora a possibilidade de essa prática disseminar cultura.

III. o texto 1 contrasta grafite e pichação; já o texto 2 expressa motivações subjetivas do autor para pichar.

 

Está/ão correta/s:

  1. apenas I e II.
  2. apenas I e III.
  3. apenas II.
  4. apenas II e III.
  5. todas.

16. (FGV-SP) Artistas do hip-hop estadunidense costumam incorporar _________ seus shows elementos altamente tecnológicos. É o que faz o rapper Drake, com o uso de drones no palco durante seu single Elevate. A empresa de drones está satisfeita _________ uso de seus dispositivos aéreos nos shows do rapper: “Drake é o melhor _________ podemos chegar”, disse Raffaello D’Andrea, fundador da Verity. Um concerto ao ar livre representa desafios para o voo dos drones devido _________ intempéries climáticas e restrições de espaço, além do público. O mau funcionamento poderia ocasionar a queda dos drones na multidão, de forma que foi decidido que os dispositivos voadores ficassem apenas na região próxima _________ palco, em volta do artista.

(https://canaltech.com.br. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:

  1. a ... pelo ... que ... as ... do
  2. em ... com o ... a que ... a ... ao
  3. nos ... do ... em que ... às ... o
  4. para ... com o ... que ... às ... do
  5. a ... pelo ... a que ... à ... ao

17. (UNICAMP) GÊNESIS (INTRO) Deus fez o mar, as árvore, as criança, o amor

O homem me deu a favela, o crack, a trairagem

As arma, as bebida, as puta

Eu?

Eu tenho uma Bíblia velha, uma pistola automática

Um sentimento de revolta

Eu tô tentando sobreviver no inferno

(Racionais Mc’s, Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 45.)

“Gênesis” é a segunda canção do álbum Sobrevivendo no Inferno. É antecedida pela invocação de uma outra canção, intitulada

“Jorge da Capadócia”, de Jorge Ben.

É correto afirmar que as evocações dos elementos religiosos nesse álbum

  1. legitimam a violência social a que estão submetidos os pobres.
  2. dificultam a tomada de consciência da população negra.
  3. articulam as esferas ética e estética da experiência humana na poesia.
  4. dissimulam a hipocrisia moral das pessoas religiosas.

18. (Enem PPL 2016) O hip hop tem sua filosofia própria, com valores construídos pela condição das experiências vividas nas periferias de muitas cidades. Colocando-se como um contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência, o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu objetivo é justamente encontrar saídas e fornecer uma alternativa à população excluída.

(SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008)

As autoras abordam no texto um movimento cultural que também tem características reconhecidas:

  1. nos traços e formas que representam personagens de olhos desproporcionalmente maiores e expressivos, conhecidos como mangá.
  2. nas formas de se vestir e de cortar os cabelos com objetivos contestadores à ordem social, próprios do movimento punk.
  3. nas frases e dizeres de qualquer espécie, rabiscados sobre fachadas de edifícios, que marcam a pichação.
  4. nos movimentos leves e sincronizados com os pés que deslocam o dançarino, denominado moonwalk.
  5. nas declamações rápidas e ritmadas de um texto, com alturas aproximadas, características do rap.

19. (UFGD) Sobre Capítulo 4, Versículo 3, pertencente originalmente ao álbum Sobrevivendo no inferno (1997), do grupo Racionais MC’s, é correto afirmar que é

  1. um discurso poético musical em que há empenho de um eu lírico para definir sua identidade tanto em relação aos jovens da chamada elite, quanto aos da sua comunidade, que pode ser chamada de periférica, demarcando sua posição em relação à cor da pele, rejeitando, como tentação do demônio, as drogas e o álcool, a violência e o consumismo, o sexo desmedido e a busca pela fama.
  2. um texto rítmico poético em que um narrador, por meio do uso de rimas, conta histórias sobre a vida dos negros da periferia, grupo no qual se inclui, mostrando que não há diferenças fundamentais entre suas próprias escolhas de vida e as dos chamados “branquinhos do shopping”, dos “manos” e do “PM negro”, uma vez que todos estão seduzidos pelo consumo e pela publicidade.
  3. um exemplo de funk engajado em que o eu lírico se dizendo missionário, busca desde o início definir sua identidade que, aos poucos, vai se consolidando como sendo fortemente marcada pela cor da pele, pelo acolhimento da violência, das drogas e do álcool, como elementos adequados a um perfil ao mesmo tempo consumista e, contraditoriamente, religioso, ancorado na Bíblia.
  4. uma canção de protesto que tenta igualar a violência e a arte, apresentando um narrador que afirma a ação revolucionária em detrimento da acomodação religiosa, para combater as seduções do sexo, do consumo, das drogas e da violência, demarcando sua posição como jovem negro periférico distinto dos brancos de elite, mas também distinto dos jovens violentos e dos drogados.
  5. uma música de entretenimento da periferia, feita para jovem negro periférico, apresentando um eu lirico que, para se definir, exalta o consumismo, o uso das drogas e da violência, numa letra repleta de convites ao disparo indiscriminado de armas de fogo (vide as onomatopeias), propondo o extermínio do jovem branco da elite como forma de vingança social.

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