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Ontológia

Lista de 05 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Ontológia com questões de Vestibulares.


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01. (UEG) No nascimento da razão moderna com a metafísica cartesiana e a revolução científica do séc XVII, a questão ontológica grega que perguntava pelo ser das coisas é substituída pela questão gnosiológica que pergunta pelos limites e possibilidades da razão. Nesse contexto surgem duas tendências fundamentais que pretendem explicar a fonte e a natureza do processo de conhecimento. A esse respeito tem-se o seguinte:

  1. uma dessas tendências é o empirismo, que coloca como fonte do conhecimento a experiência sensível, dispensando o trabalho da razão na medida em que já há uma ordem implícita na realidade.
  2. tanto o racionalismo quanto o empirismo negam que a fonte do conhecimento seja a experiência sensível, pois o ser humano traz consigo ideias inatas, que são as fontes do conhecimento.
  3. o empirismo coloca como critério da verdade a evidência clara e distinta das ideias inatas, ao passo que o racionalismo aposta na verificação/observação dos fatos pelos sentidos.
  4. tanto o racionalismo quanto o empirismo consideram que a maior parte de nosso conhecimento advém de verdades reveladas por crenças que dispensam o critério da evidência ou da verificação.
  5. uma dessas tendências é o racionalismo, que, sem apoio da experiência sensível, coloca a razão como fonte do conhecimento e a evidência como critério da verdade, além de propor o inatismo das ideias.

02. (UEG) O surgimento do pensamento moderno se dá com a mudança de paradigma. Enquanto os medievais trabalharam a filosofia a partir do teocentrismo, os modernos trabalharam a filosofia a partir do antropocentrismo; os primeiros, seguindo os gregos, se interessaram pelo ser e sua contemplação, ao passo que os segundos, ao se voltarem para o homem, se preocuparam com o conhecimento e a questão do método. Assim, nota-se que a filosofia greco-medieval tinha uma preocupação ontológica, e a filosofia moderna, gnoseológica. Frente ao exposto, verifica-se que as principais tendências em explicar o conhecimento na modernidade foram

  1. idealismo e criticismo.
  2. criticismo e positivismo.
  3. marxismo e positivismo.
  4. racionalismo e empirismo.
  5. racionalismo e intuicionismo.

03. (UFT) Durante a Idade Média, a filosofia era praticada como forma de justificar dogmas e crenças. Porém, nem sempre havia uma concordância no modo como isso era feito entre os filósofos. Como exemplo disso, temos as pretensas provas da existência de Deus. As mais famosas são as cinco vias de Tomás de Aquino (1225-1274) que, partindo das categorias aristotélicas, pressupunha que Deus é o primeiro na ordem ontológica, mas não na ordem psicológica, de maneira que se deveria partir do mundo e do seu movimento para chegar à sua origem divina. O outro modo de provar é o argumento ontológico de Anselmo de Aosta (1033-1109), que faz o movimento especulativo contrário a Tomás de Aquino, partindo daquilo que sabemos de Deus independentemente da experiência sensível.

Com base nestas informações, marque a alternativa que NÃO corresponde às vias de Tomás de Aquino.

  1. Todas as coisas que existem foram causadas por outras. E estas, por sua vez, por outras, de maneira que na ordem da causalidade do movimento se pressupõe um motor primeiro: uma causa não causada que causou todas as causas: Deus.
  2. Observamos que as coisas que existem não possuem, em si mesmas, a existência como propriedade precípua, pois são contingentes. Aquilo que agora é não foi em algum momento, portanto, se tudo o que existe pudesse deixar de existir, nada existiria, mas como existem, significa que há um ser necessário: Deus.
  3. Não se pode conceber Deus senão como uma ideia que supera em grandeza todas as outras. Ele é a ideia da qual não se pode pensar nada maior. Se dissermos que Deus não existe, isso equivaleria a afirmar que há algo na mente que é maior do que aquilo do qual não se pode pensar nada maior, o que seria contraditório; portanto, Deus existe, necessariamente.
  4. A finalidade que observamos no mundo mostra que as coisas seguem um fim determinado segundo sua natureza. Como os seres sem consciência perseguem igualmente seu télos, pressupõe-se que há uma inteligência que a tudo guia: Deus.

04. (UFU) [...] após ter distinguido em quantos sentidos se diz cada um [destes objetos], deve-se mostrar, em relação ao primeiro, como em cada predicação [o objeto] se diz em relação àquele.

Aristóteles, Metafísica. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

De acordo com a ontologia aristotélica,

  1. a metafísica é ―filosofia primeira‖ porque é ciência do particular, do que não é nem princípio, nem causa de nada.
  2. o primeiro entre os modos de ser, ontologicamente, é o ―por acidente‖, isto é, diz respeito ao que não é essencial.
  3. a substância é princípio e causa de todas as categorias, ou seja, do ser enquanto ser.
  4. a substância é princípio metafísico, tal como exposto por Platão em sua doutrina.

05. (Unioeste) O filósofo alemão Martin Heidegger publicou, em 1927, sua obra Ser e tempo, que rapidamente ganhou notoriedade e ocupa posição central nos debates de várias correntes e temas filosóficos. Entre as inovações da obra, está a elevação da tonalidade afetiva ao centro da possibilidade de compreensão do mundo. Compreendemos algo sempre situado em algum contexto: primeiro dá-se algo como sala de aula, ou como sala de visitas, ou como sala de jogos, e somente por abstração imaginaríamos uma ‘pura sala’, a ‘sala em si mesma’. Toda compreensão é, assim, interpretativa (algo aparece sempre como algo, x aparece como sala de aula, etc.). Mas, além disso, toda compreensão é atravessada por tonalidade afetiva. Nunca se está apenas puramente em uma sala de aula; está-se ali de algum modo, tocado por uma tonalidade de afeto: tédio, ansiedade, cansaço, alegria, expectativa... A tonalidade mostra, abre, unifica a sala de aula, que, sem isso, seria um ajuntamento de partes. O ‘como aparece’ antecede o ‘o que aparece’: os entes não são essências determinadas, eles dependem do modo de aparecimento, que inclui interpretação e tonalidade afetiva.

Essa ontologia diverge frontalmente da metafísica da substância, ligada a certa leitura do aristotelismo. Segundo essa metafísica, o conhecimento verdadeiro e ‘primeiro’ dos entes implica visualizar sua substância ou essência, o que se faz e se expressa na definição, que diz o que é x.

Com base nas indicações precedentes, assinale a alternativa CORRETA.

  1. Ao se adotar a perspectiva substancialista, fundada em certas leituras da filosofia aristotélica, as teses de Ser e tempo sobre a tonalidade afetiva complementam perfeitamente a tarefa de uma definição, a qual, segundo Aristóteles, deve ser compreensiva, interpretativa e caracterizada pela tonalidade afetiva análoga.
  2. Compreensão é sempre interpretativa, e, além disso, atravessada e unificada por uma tonalidade afetiva. Essa tese de Ser e tempo oferece um ponto de partida para a comparação com Aristóteles e, com base nela, Heidegger afirma que as definições são todas poéticas.
  3. Segundo Heidegger, o erro aristotélico reside em ignorar os sentimentos e optar somente pela racionalidade. Com isso, a definição se tornaria impossível, pois toda definição depende de uma sensação. Noutras palavras, a tonalidade afetiva ganhou lugar no discurso filosófico definicional, a partir de Ser e tempo.
  4. A tonalidade afetiva, proposta por Heidegger em Ser e tempo, implica a primazia do sentir sobre o pensar. Por isso, a fenomenologia heideggeriana supera o racionalismo aristotélico.
  5. Para Aristóteles, o decisivo é indicar a forma substancial (essência) de um ente, a fim de alcançar a sua definição – assim ocorre o conhecimento metafísico. Em outras palavras, devemos saber e dizer “o que é” uma sala, uma xícara, um ser humano, para assim iniciar um discurso de conhecimento. Em Heidegger, por outro lado, a definição alcança somente o ente abstraído do contexto de compreensão e tonalidade afetiva, em que apareceu. Tal conhecimento abstrativo é, para Heidegger, por isso, precário e derivado: definir uma sala de aula é um procedimento tardio em relação à “experiência” em que a unidade de seu aparecimento articula compreensão, interpretação e tonalidade afetiva.

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