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Filosofia das Ciências

Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia das Ciências com questões de Vestibulares.


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01. (ITA) Assinale a opção que apresenta a sequência que melhor descreve o ciclo de ações envolvidas no método científico (hipotético - dedutivo):

  1. Observação → Hipótese → Experimento → Análise dos Resultados → Conclusões → Observação → ⋯
  2. Introdução → Hipótese → Argumentação → Conclusões → Introdução → ⋯
  3. Hipótese → Argumentação → Contra Argumentação → Consenso → Hipótese → ⋯
  4. Observação → Hipótese → Argumentação → Contra Argumentação → Consenso → Observação → ⋯
  5. Hipótese → Argumentação → Consenso → Experimento → Observação → Hipótese → ⋯

02. (UNESP) Diariamente somos inundados por inúmeras promessas de curas milagrosas, métodos de leitura ultrarrápidos, dietas infalíveis, riqueza sem esforço. Basta abrir o jornal, ver televisão, escutar o rádio, ou simplesmente abrir a caixa de correio eletrônico. A grande maioria desses milagres cotidianos é vestida com alguma roupagem científica: linguagem um pouco mais rebuscada, aparente comprovação experimental, depoimentos de “renomados” pesquisadores, utilização em grandes universidades. São casos típicos do que se costuma definir como “pseudociência”.

(Marcelo Knobel. “Ciência e pseudociência”. In: Física na escola, vol. 9, no 1, 2008.)

Pode-se elaborar a crítica filosófica aos conhecimentos pseudocientíficos por meio

  1. da imposição de novos sistemas ideológicos.
  2. da confiança em teorias fundamentadas no senso comum.
  3. da ampla divulgação de ideias individuais.
  4. da preservação de saberes populares.
  5. da demonstração de ausência de evidências empíricas.

03. (UECE) “Os grandes cientistas de Tales a Demócrito e Anaxágoras costumam ser descritos nos livros de história ou de filosofia como ‘pré-socráticos’, como se sua principal função fosse sustentar a fortaleza filosófica até o advento de Sócrates, Platão e Aristóteles, e talvez influenciá-los um pouco. Na verdade, os antigos jônios representam uma tradição diferente e bastante questionadora, muito mais compatível com a ciência moderna.”

SAGAN, Carl. A espinha dorsal da noite. In: Cosmos. Trad. bras. Paulo Seiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

É implícita a essa passagem de Carl Sagan (1934- 1996) acerca do surgimento e da história da filosofia grega a visão de que

  1. depois de Sócrates os filósofos não estudaram a natureza.
  2. Sócrates rompeu com os métodos dos filósofos jônicos.
  3. os pensadores anteriores a Sócrates não eram filósofos.
  4. Platão e Aristóteles não conheceram teses présocráticas.

04. (UEMA) Uma das questões comuns aos professores de Filosofia quando vão para suas atividades em sala de aula é a seguinte: Para que mesmo serve a Filosofia? Pela pergunta apresentada, parece que os alunos têm clareza para que serve as ciências de uma forma em geral e conseguem identificar o seu pragmatismo, mas quanto à Filosofia, parece não ficar clara a sua função. Analise a cena transcrita:

A professora ou o professor de Biologia, ao terminar de explicar a aula sobre Leishmaniose, faz a seguinte atividade para os alunos: Analise as imagens relacionadas à leishmaniose e sintetize as informações pertinentes. Ao executar esse comando, a professora espera que o aluno saiba o que é o analisar e o sintetizar. Essa é uma condição de operacionalização do pensar que pode ser feita com imagens ou com conceitos para todas as ciências.

Os procedimentos de análise e de sistematização pressupõem, necessariamente, comportamentos cognitivos de

  1. memorização e de aprendizagem.
  2. investigação e de organização.
  3. convencimento e de reflexão.
  4. focalização e de reação.
  5. inferência e de comando.

05. (UFPR) Em 1632, o matemático, astrônomo e filósofo italiano Galileu Galilei (1564-1642) publicou o Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo, no qual três personagens, de nomes Sagredo, Salviati e Simplício, debatem sobre a cosmologia copernicana e a cosmologia aristotélica. Ainda no mesmo ano, Galileu foi intimado a comparecer à Congregação do Santo Ofício em Roma, acusado de defender as ideias de Copérnico, consideradas heréticas pela Igreja.

Considerando o contexto histórico do processo e da condenação de Galileu Galilei pela Inquisição de Roma, assinale a alternativa correta.

  1. A Inquisição proibiu os livros de Nicolau Copérnico, relacionando-os ao Index Librorum Prohibitorum, por divulgarem a heresia protestante.
  2. Os inquisidores descobriram, nos diálogos entre as personagens do livro de Galileu Galilei, passagens em defesa da magia como uma forma legítima de conhecimento do mundo natural, motivo para proibição do livro.
  3. O processo contra Galileu foi além de uma admoestação, ordenando que abjurasse da teoria heliocentrista defendida por Copérnico e não a divulgasse e nem a ensinasse.
  4. Após o Concílio de Trento, os doutores da Igreja procuraram estabelecer uma atitude de conciliação e diálogo com os filósofos naturalistas e matemáticos, com a finalidade de controlar o conhecimento da Natureza.
  5. O livro de Galileu Galilei foi motivo de escândalo e condenação, por submeter a teologia à filosofia natural, questionando os dogmas religiosos e a verdade revelada pelas Escrituras.

06. (UNESP) Muito antes de a farmacologia moderna desvendar cientificamente a ação da cafeína sobre o sistema nervoso central, especialmente seu efeito estimulante, as comunidades indígenas da Amazônia se beneficiavam das propriedades desta substância no alívio da fadiga, por meio do emprego do guaraná, sem necessariamente compreender sua composição química ou outras possibilidades terapêuticas.

(Ediara R. G. Rios et al. “Senso comum, ciência e filosofia – elo dos saberes necessários à promoção da saúde”. Ciência & Saúde Coletiva, 2007. Adaptado.)

O excerto ressalta um aspecto importante para o estudo do conhecimento, segundo o qual

  1. o senso comum pode engendrar o desenvolvimento de uma teoria científica.
  2. as proposições teóricas se sobrepõem às demonstrações empíricas.
  3. o poder de convencimento é superior ao efeito dos argumentos.
  4. os usos de cafeína por indígenas têm cunho essencialmente religioso.
  5. o saber é relevante em uma comunidade quando corroborado pela ciência.

07. (UEL) Leia o texto a seguir.

Esta é uma concepção de ciência que considera a abordagem crítica sua característica mais importante. Para avaliar uma teoria o cientista deve indagar se pode ser criticada - se se expõe a críticas de todos os tipos e, em caso afirmativo, se resiste a essas críticas.

POPPER, Karl. Conjecturas e refutações. Trad. Sérgio Bath. Brasília: UnB, 1982. p. 284.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Popper, assinale a alternativa correta.

  1. A concepção de ciência da qual fala Popper é aquela que possui o princípio de verificabilidade, com proposições rigorosas que procuram corrigir as teorias científicas.
  2. A ciência busca alcançar o conhecimento de tipo essencial, pois ele garante a verdade de uma teoria científica, permitindo o desenvolvimento em direção à verdade objetiva visada pela ciência.
  3. Uma teoria científica é verdadeira se suas proposições são empiricamente falsificáveis via testes, permitindo que sejam autocorrigidas e desenvolvidas na direção de uma verdade objetiva.
  4. Os testes empíricos nas ciências humanas, tais como psicologia e sociologia, visam confirmar seu valor de cientificidade, pois suas teorias são falsificáveis.
  5. A concepção de ciência que Popper sustenta é a passivista ou receptacular, na qual as teorias científicas são elaboradas por meio dos sentidos e o erro surge ao interferirmos nos dados obtidos da experiência.

08. (UNESP) A filosofia não é mais um porto seguro, mas não é, tampouco, um continente de ideias esquecidas que merece ser visitado apenas por curiosidade. Muitas pessoas supõem que a ciência e a tecnologia, especialmente a física e a neurociência, engolirão a filosofia nas próximas décadas, sem saberem que, ao defender esse ponto de vista, estão implicitamente apoiando uma posição filosófica discutível. Certamente, muitas questões da filosofia contemporânea passaram a ser discutidas pelas ciências. Mas há outras, no campo da ética, da política e da religião, cuja discussão ainda engatinha e para as quais a ciência não tem, até agora, fornecido nenhuma solução.

(João de Fernandes Teixeira. Por que estudar filosofia?, 2016.)

De acordo com o texto, a filosofia

  1. mostra-se incapaz de lidar com os dilemas das ciências.
  2. contribui para os questionamentos e debates científicos.
  3. impede o progresso científico e tecnológico.
  4. evita desenvolver pesquisas e estudos em parceria com cientistas.
  5. pretende oferecer respostas absolutas aos problemas da ciência.

09. (UNICAMP) O texto a seguir, extraído de uma reportagem publicada em um jornal paulista, apresenta conclusões sobre a inclusão de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, a partir de dados levantados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A inclusão de Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias no Ensino Médio em 2009 prejudicou a aprendizagem de matemática dos jovens brasileiros, principalmente os de baixa renda. A conclusão é de um estudo inédito que será publicado pelo IPEA. Segundo ele, a mudança levou as notas de jovens residentes em municípios com muito baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que engloba aspectos da renda, escolaridade e saúde, a cair 11,8%, 8,8% e 7,7% em redação, matemática e linguagens (que inclui português, língua estrangeira e outras linguagens), respectivamente.

(Adaptado de Érica Fraga, “Filosofia e Sociologia obrigatórias derrubam notas em Matemática”; em Folha de São Paulo. 16/04/2018.)

A partir das relações históricas entre as disciplinas mencionadas na reportagem e de uma análise crítica da conclusão da pesquisa, marque a alternativa correta.

  1. Desde as diferentes civilizações da Antiguidade até o presente, os conhecimentos matemáticos e filosóficos têm se demonstrado incompatíveis, corroborando as conclusões do texto. Pitágoras, por exemplo, considerava que o cosmo, descrito de forma filosófica, era regido por relações matemáticas.
  2. A Filosofia e a Matemática constituem campos de saber distintos, sendo a lógica uma das possibilidades de interface entre as duas ciências, distinção que valida as conclusões do texto. Pascal, por exemplo, estabeleceu as bases da análise combinatória a partir de argumentos filosóficos.
  3. A Filosofia e a Matemática, campos de saber distintos, dialogam para produzir conhecimento científico, o que não respalda as conclusões do texto. Descartes, por exemplo, desenvolveu o plano de coordenadas para representar as relações entre as coisas do mundo e suas proporções matemáticas.
  4. Desde as diferentes civilizações da Antiguidade até o presente, os conhecimentos matemáticos rivalizam com os conhecimentos filosóficos, como demonstra o texto. Na Academia de Platão, por exemplo, essa disputa era representada pela frase “Quem não é geômetra, não entre”.

10. (Enem) A lenda diz que, em um belo dia ensolarado, Newton estava relaxando sob uma macieira. Pássaros gorjeavam em suas orelhas. Havia uma brisa gentil. Ele cochilou por alguns minutos. De repente, uma maçã caiu sobre a sua cabeça e ele acordou com um susto. Olhou para cima. “Com certeza um pássaro ou um esquilo derrubou a maçã da árvore”, supôs. Mas não havia pássaros ou esquilos na árvore por perto. Ele, então, pensou: “Apenas alguns minutos antes, a maçã estava pendurada na árvore. Nenhuma força externa fez ela cair. Deve haver alguma força subjacente que causa a queda das coisas para a terra”.

SILVA, C. C.; MARTINS, R A. Estudos de história e filosofia das ciências. São Paulo: Livraria da Física, 2006 (adaptado).

Em contraponto a uma interpretação idealizada, o texto aponta para a seguinte dimensão fundamental da ciência moderna:

  1. Falsificação de teses.
  2. Negação da observação.
  3. Proposição de hipóteses.
  4. Contemplação da natureza.
  5. Universalização de conclusões.

11. (PUC-PR) Em seu livro, Técnica, Medicina e Ética, o filósofo Hans Jonas faz uma análise das existentes relações entre a ciência, a técnica, a ética e a natureza. Na avaliação do filósofo, a ciência e a técnica modernas desenvolveram-se de tal maneira independente que acabaram se distanciando do fenômeno da vida e de certa reflexão crítica sobre o seu próprio atuar. Hans Jonas indica ainda que esse distanciamento que opõe, de um lado a ciência e a técnica, e de outro o fenômeno da vida, legaria um problema que teria de ser enfrentado pela filosofia contemporânea e, nesse caso, pela ética.

Com base nos seus conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.

  1. Para Hans Jonas, o avanço da ciência e da técnica é a única maneira de se garantir a continuidade da vida e da natureza, de tal modo que é preciso confiar todo nosso futuro aos progressos técnicos e científicos para que esses consigam preservar da melhor maneira a vida futura.
  2. Muito embora a técnica moderna seja capaz de causar danos à natureza, Hans Jonas afirma que a ética deve ser responsável por indicar os melhores caminhos para a ação humana, mas nunca poderá apresentar nenhuma forma de restrição à atividade científica.
  3. Segundo considera Hans Jonas, os perigos da técnica moderna são muito preocupantes uma vez que são capazes de causar danos permanentes à vida futura, o que leva o filósofo a afirmar que a ética da responsabilidade deveria servir para impedir e restringir toda forma de pesquisa científica e de avanço tecnológico.
  4. Conforme afirma Hans Jonas, em decorrência do maior controle e domínio da ciência e da técnica sobre a natureza, é preciso que a ética sirva como um ponto de reflexão crítica sobre quais os rumos futuros que serão tomados com relação à manutenção da vida, de tal modo que a ética tenha de ser científica para realizar tal reflexão.
  5. A proposta de uma ética da responsabilidade é formulada tendo por base a necessidade de se restringir as ações e os avanços da ciência e da técnica modernas com base em um princípio de preservação da vida futura, sendo que tanto a ciência quanto a técnica não devem progredir sem antes refletir sobre os danos que poderiam ser causados à vida.

12. (UNESP) Ao cunhar a frase “natureza atormentada,” no início do século XVII, numa referência ao objeto do conhecimento científico, Francis Bacon não imaginou que esse ideal iria, no século XXI, atormentar filósofos e cientistas. O “tormento” do mundo natural, para ele, significava conhecê-lo, não pelo saber desinteressado, mas para dominar, transformar e, então, utilizar esse universo da maneira mais eficiente. O berço da ciência moderna trazia a estrutura para que o ideal de controle da natureza pudesse ser realizado. A partir de então, essa relação entre ciência e técnica foi naturalmente se estreitando.

(Carlos Haag. “Natureza atormentada”. https://revistapesquisa.fapesp.br, agosto de 2005. Adaptado.)

De acordo com o tema abordado pelo excerto, o “tormento” gerado em filósofos e cientistas contemporâneos se dá devido à problematização da

  1. eficácia de teorias.
  2. natureza do conhecimento.
  3. noção de progresso.
  4. confiança nos resultados.
  5. verificação dos experimentos.

13. (UEG) Com a revolução científica do séc. XVII, assistimos ao triunfo da aplicação do método experimental matemático pelas ciências naturais e o começo da realização do ideal da ciência moderna de um pleno controle da natureza e da sociedade. As ciências humanas, quando surgem no século XIX, procuram garantir sua racionalidade e legitimidade científica tomando como referência as bem-sucedidas ciências naturais.

Nesse sentido verifica-se que

  1. as ciências humanas surgem estabelecendo uma diferença entre fatos humanos e fatos físicos que são irredutíveis ao método experimental-matemático.
  2. em seu início as ciências humanas não se preocupam em apenas quantificar os fenômenos humanos, mas procuram compreender seu sentido e significado ocultos.
  3. na origem das ciências humanas, a tendência dita humanista procura adequar o método experimental matemático das ciências naturais ao estudo dos fenômenos humanos.
  4. as ciências humanas, ao estabelecerem uma diferença entre fenômenos naturais e fenômenos humanos, privilegiam a interpretação dos fatos em detrimento de sua quantificação.
  5. as ciências humanas surgem tentando assimilar e adaptar o método experimental matemático das ciências naturais, enfatizando os aspectos observáveis acerca do comportamento humano.

14. (FGV-RJ) Texto para a pergunta.

O NEGACIONISMO NO PODER

Como fazer frente ao ceticismo que atinge a ciência e a política

Até pouco tempo atrás, quando queríamos sustentar uma afirmação sem

argumentar demais, bastava dizer: “É comprovado cientificamente.” Mas essa

tática já não tem mais a mesma eficácia, pois a confiança na ciência está

diminuindo. Vivemos hoje um clima de ceticismo generalizado, uma descrença

[5] nas instituições que favorece a disseminação de negacionismos, encampados

por governos com políticas escancaradamente anticientíficas.

Algumas pesquisas confirmam a crise de confiança que atinge, ao mesmo

tempo, a ciência e a política. O fenômeno da pós-verdade – esse momento que

atravessamos no qual fatos objetivos têm menos influência na opinião pública

[10] do que crenças pessoais – é um sintoma extremo dessa crise. Muita gente não

enxerga que a ciência, assim como a política, existe para beneficiar a

sociedade. E esse desencanto produz um terreno fértil para movimentos

anticiência e teorias da conspiração (além de fomentar extremismos). A pós-

verdade, assim, não designa apenas o uso oportunista da mentira (embora ele

[15] seja frequente). O termo sinaliza, acima de tudo, um ceticismo quanto aos

benefícios das verdades que costumavam compor um repertório comum, o

que explica certo desprezo por evidências factuais usadas na argumentação

científica. Diante disso, contradizer argumentos falsos exibindo fatos reais

pode ter pouca relevância em uma discussão. Evidências e consensos

[20] científicos têm sido facilmente contestados com base em convicções pessoais

ou experiências vividas – como se percebe todos os dias nas redes sociais.

Tatiana Roque, Piauí, No. 161, fevereiro, 2020. Adaptado.

Segundo a autora do texto,

  1. convicções pessoais deveriam impedir e não estimular a disseminação dos negacionismos nos meios científico e político.
  2. a pós-verdade nada mais é do que uma versão moderna das teorias da conspiração.
  3. os movimentos anticientíficos fomentam os extremismos e enfraquecem os governos.
  4. a negação da ciência é mais prejudicial para a sociedade do que a rejeição da política.
  5. a argumentação baseada em experiências vividas é usada por muitas pessoas para contestar a comprovação científica.

15. (PUC-GO) As palavras “decifrar” e “saber” presentes no Texto com o sentido de descobrir caminhos que o homem deve tomar relembram o drama de Alice no país das maravilhas, sobre o qual René Dubos, professor de Biomedicina Ambiental, propõe algumas reflexões acerca da ciência e seus valores. O fragmento a seguir mostra que, para o professor, as respostas do Gato Cheshire evidenciam que os cientistas não sabem para onde o conhecimento está levando a humanidade.

“Lewis Carroll era professor de matemática na Universidade de Oxford quando escreveu o seguinte em Alice no país das maravilhas:

‘– Gato Cheshire... quer fazer o favor de me dizer qual é o caminho que eu devo tomar?

– Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato.

– Não me interessa muito para onde... – disse Alice.

– Não tem importância então o caminho que você tomar – disse o Gato.

– ... contanto que eu chegue a algum lugar – acrescentou Alice como uma explicação.

– Ah, disso pode ter certeza – disse o Gato – desde que caminhe bastante.’”

(ARANHA, Maria Lúcia A.; MARTINS, Maria Helena P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009, p. 342.)

Diz-se que a ciência não pode oferecer objetivos sociais porque os seus valores são intelectuais e não éticos. Porém, ela pode contribuir para a formulação de valores e, assim, estabelecer objetivos capazes de tornar o homem mais consciente das consequências de seus atos. A respeito das relações entre o fragmento de Lewis Carroll e as considerações do professor René Dubos, analise as afirmativas a seguir:

I - A resposta dada pelo Gato Cheshire a Alice já enfatiza a importância de se chegar a um determinado lugar, pois o essencial na busca do conhecimento não são os valores e sim o fim último.

II - A resposta do Gato aponta para uma reflexão: Alice precisa chegar a algum lugar, mas esse lugar pode ser indesejável. Portanto, ela deve fazer escolhas conscientes, para que esse lugar seja pelo menos desejável.

III - Afirma-se que a ciência pode oferecer objetivos sociais porque os seus valores são éticos. Logo, todas as escolhas que Alice faz na busca de um caminho são pensadas e analisadas a fim de que esse caminho seja ético e justo; esse é o objetivo final da garota.

IV - Na conversa entre Alice e o Gato está implícita a observação de que a menina chegaria a algum lugar se caminhasse bastante. Logo, a ciência não é um saber neutro, desinteressado, puramente intelectual, à margem do questionamento social e político acerca dos fins de suas pesquisas.

Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

  1. I e II.
  2. I e III.
  3. II e III.
  4. II e IV.

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