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Idade Antiga

Lista de 11 exercícios de História com gabarito sobre o tema Idade Antiga com questões da Fuvest.




01. (Fuvest 2021) A corrupção nos costumes das mulheres é ainda uma coisa prejudicial ao fim que se propõe o governo, e à boa conservação das leis do Estado (...). É o que aconteceu em Esparta (...).

Tais são as observações feitas entre os lacedemônios: no tempo da sua dominação as mulheres resolviam quase todas as questões. De resto, que diferença existe em que as mulheres governem, ou que os magistrados sejam governados por mulheres? (...) as mulheres dos lacedemônios, mesmo no caso de perigo, fizeram-lhes o maior mal possível.

Aristóteles, A política. Rio de Janeiro: Ediouro, s./d., p. 79-80.

É correto afirmar sobre as mulheres na Grécia Antiga:

  1. Obtiveram o direito à educação e acesso às escolas filosóficas da cidade-Estado de Atenas durante o período clássico.
  2. Em Esparta, recebiam educação física na infância, tinham direito à herança e administravam as propriedades na ausência dos maridos.
  3. Adquiriram poderes políticos como cidadãs apenas com o estabelecimento do Império Macedônico, sob a liderança de Alexandre Magno.
  4. Em Atenas, podiam participar de algumas discussões na Eclésia e possuíam direitos políticos durante o período da democracia.
  5. Tornaram-se legisladoras e integrantes do conselho dos mais velhos na cidade-Estado de Tebas.

02. (Fuvest 2020) Ao primeiro brilho da alvorada chegou do horizonte uma nuvem negra, que era conduzida [pelo] senhor da tempestade (...). Surgiram então os deuses do abismo; Nergal destruiu as barragens que represavam as águas do inferno; Ninurta, o deus da guerra, pôs abaixo os diques (...). Por seis dias e seis noites os ventos sopraram; enxurradas, inundações e torrentes assolaram o mundo; a tempestade e o dilúvio explodiam em fúria como dois exércitos em guerra. Na alvorada do sétimo dia o temporal (...) amainou (...) o dilúvio serenou (...) toda a humanidade havia virado argila (...). Na montanha de Nisir o barco ficou preso (...). Na alvorada do sétimo dia eu soltei uma pomba e deixei que se fosse. Ela voou para longe, mas, não encontrando um lugar para pousar, retornou. Então soltei um corvo. A ave viu que as águas haviam abaixado; ela comeu, (...) grasnou e não mais voltou para o barco. Eu então abri todas as portas e janelas, expondo a nave aos quatro ventos. Preparei um sacrifício e derramei vinho sobre o topo da montanha em oferenda aos deuses (...).

A Epopeia de Gilgamesh, São Paulo: Martins Fontes, 2001.

Combase no texto,registrado aproximadamente no séculoVII a.C. e que se refere a um antigo mito da Mesopotâmia, bem como em seus conhecimentos, é possível dizer que a sociedade descrita era

  1. mercantil, pacífica, politeísta e centralizada.
  2. agrária, militarizada, monoteísta e democrática.
  3. manufatureira, naval, monoteísta e federalizada.
  4. mercantil, guerreira, monoteísta e federalizada.
  5. agrária, guerreira, politeísta e centralizada.

03. (Fuvest 2019) (…) o “arco do triunfo” é um fragmento de muro que, embora isolado da muralha, tem a forma de uma porta da cidade. (...) Os primeiros exemplos documentados são estruturas do século II a.C., mas os principais arcos de triunfo são os do Império, como os arcos de Tito, de Sétimo Severo ou de Constantino, todos no foro romano, e todos de grande beleza pela elegância de suas proporções.

PEREIRA, J. R. A., Introdução à arquitetura. Das origens ao século XXI. Porto Alegre: Salvaterra, 2010, p. 81.

Dentre os vários aspectos da arquitetura romana, destaca‐se a monumentalidade de suas construções. A relação entre o “arco do triunfo” e a História de Roma está baseada

  1. no processo de formação da urbe romana e de edificação de entradas defensivas contra invasões de povos considerados bárbaros.
  2. nas celebrações religiosas das divindades romanas vinculadas aos ritos de fertilidade e aos seus ancestrais etruscos.
  3. nas celebrações das vitórias militares romanas que permitiram a expansão territorial, a consolidação territorial e o estabelecimento do sistema escravista.
  4. na edificação de monumentos comemorativos em memória das lutas dos plebeus e do alargamento da cidadania romana.
  5. nos registros das perseguições ao cristianismo e da destruição de suas edificações monásticas.

04. (Fuvest 2018) Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas gregas e orientais, alargaram o espaço da civilização urbana da Antiguidade clássica, diluindo-lhe a substância [...]. De 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avançou para leste [...] e nos meados do século II as suas legiões haviam esmagado todas as barreiras sérias de resistência do Oriente.

P. Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982

Na região das formações sociais gregas,

  1. a autonomia das cidades-estado manteve-se intocável, apesar da centralização política implementada pelos imperadores helenísticos
  2. essas formações e os impérios helenísticos constituíram-se com o avanço das conquistas espartanas no período posterior às guerras no Peloponeso, ao final do século V a.C.
  3. a conquista romana caracterizou-se por uma forte ofensiva frente à cultura helenística, impondo a língua latina e cerceando as escolas filosóficas gregas.
  4. o Oriente tornou-se área preponderante do Império Romano a partir do século III d.C., com a crise do escravismo, que afetou mais fortemente sua parte ocidental.
  5. os espaços foram conquistados pelas tropas romanas, na Grécia e na Ásia Menor, em seu período de apogeu, devido às lutas intestinas e às rivalidades entre cidades-estado.

05. (Fuvest 2016) O aparecimento da pólis constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, só no fim alcançará todas as suas consequências; a pólis conhecerá etapas múltiplas e formas variadas. Entretanto, desde seu advento, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C., marca um começo, uma verdadeira invenção; por ela, a vida social e as relações entre os homens tomam uma forma nova, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos.

Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1981. Adaptado.

De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das transformações provocadas pelo surgimento da pólis foi

  1. o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de comunicação era baseada na escrita e no uso de imagens.
  2. o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o convívio familiar às relações travadas nos espaços públicos.
  3. a manutenção de instituições políticas arcaicas, que reproduziam, nela, o poder absoluto de origem divina do monarca.
  4. a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa organização social dificultava a construção de identidades culturais.
  5. a constituição de espaços de expressão e discussão, que ampliavam a divulgação das ações e ideias de seus membros.

06. (Fuvest 2016) Os impérios do mundo antigo tinham ampla abrangência territorial e estruturas politicamente complexas, o que implicava custos crescentes de administração. No caso do Império Romano da Antiguidade, são exemplos desses custos:

  1. as expropriações de terras dos patrícios e a geração de empregos para os plebeus.
  2. os investimentos na melhoria dos serviços de assistência e da previdência social.
  3. as reduções de impostos, que tinham a finalidade de evitar revoltas provinciais e rebeliões populares.
  4. os gastos cotidianos das famílias pobres com alimentação, moradia, educação e saúde.
  5. as despesas militares, a realização de obras públicas e a manutenção de estradas.

07. (Fuvest 2015) Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na sua organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se colônias gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns 2500 km de comprimento, encontravam-se centenas e centenas de comunidades que amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem então nem em nenhuma outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um território nacional único regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia).

1972 I. Finley. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado.

Com base no texto, pode-se apontar corretamente

  1. a desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e macedônios.
  2. a necessidade de profunda centralização política, como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção cultural.
  3. a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de formular estratégias adequadas de estruturação e unificação do poder político.
  4. a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga, que vivia sob outras formas de organização social e política.
  5. a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotismo e do nacionalismo, como forma de consolidar política e economicamente o Estado nacional.

08. (Fuvest 2015) Examine estas imagens produzidas no antigo Egito:

As imagens revelam

  1. o caráter familiar do cultivo agrícola no Oriente Próximo, dada a escassez de mão de obra e a proibição, no antigo Egito, do trabalho compulsório.
  2. a inexistência de qualquer conhecimento tecnológico que permitisse o aprimoramento da produção de alimentos, o que provocava longas temporadas de fome.
  3. o prevalecimento da agricultura como única atividade econômica, dada a impossibilidade de caça ou pesca nas regiões ocupadas pelo antigo Egito.
  4. dificuldade de acesso à água em todo o Egito, o que limitava as atividades de plantio e inviabilizava a criação de gado de maior porte.
  5. importância das atividades agrícolas no antigo Egito, que ocupavam os trabalhadores durante aproximadamente metade do ano.

09. (Fuvest 2013) A escravidão na Roma antiga

  1. permaneceu praticamente inalterada ao longo dos séculos, mas foi abolida com a introdução do cristianismo.
  2. previa a possibilidade de alforria do escravo apenas no caso da morte de seu proprietário.
  3. era restrita ao meio rural e associada ao trabalho braçal, não ocorrendo em áreas urbanas, nem atingindo funções intelectuais ou administrativas.
  4. pressupunha que os escravos eram humanos e, por isso, era proibida toda forma de castigo físico.
  5. variou ao longo do tempo, mas era determinada por três critérios: nascimento, guerra e direito civil.

10. (Fuvest 2010) Cesarismo/cesarista são termos utilizados para caracterizar governantes atuais que, à maneira de Júlio César (de onde o nome), na antiga Roma, exercem um poder

  1. teocrático.
  2. democrático.
  3. aristocrático.
  4. burocrático.
  5. autocrático.

11. (Fuvest 2009) “Alexandre desembarca lá onde foi fundada a atual cidade de Alexandria. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito para fundar uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar mãos à obra fez com que ele próprio traçasse o plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários da deusa egípcia Ísis, dos deuses gregos e do muro externo.”

Flávio Arriano. Anabasis Alexandri (séc. I d.C.).

Desse trecho de Arriano, sobre a fundação de Alexandria, é possível depreender

  1. o significado do helenismo, caracterizado pela fusão da cultura grega com a egípcia e as do Oriente Médio.
  2. a incorporação do processo de urbanização egípcio, para efetivar o domínio de Alexandre na região.
  3. a implantação dos princípios fundamentais da democracia ateniense e do helenismo no Egito.
  4. a permanência da racionalidade urbana egípcia na organização de cidades no Império helênico.
  5. o impacto da arquitetura e da religião dos egípcios, na Grécia, após as conquistas de Alexandre.