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História da América

Lista de 09 exercícios de História com gabarito sobre o tema História da América com questões da Fuvest.




01. (Fuvest 2021) A exploração da prata americana pelos espanhóis no século XVI teve grande importância na história mundial porque

  1. incentivou a exploração metálica em outras regiões do globo, como Austrália e Ásia, além de facilitar a Revolução Industrial inglesa.
  2. contribuiu para o declínio do império asteca, além de causar impacto ambiental no litoral da América com a formação de cidades em áreas até então despovoadas.
  3. acelerou a extinção de formas de acúmulo de capital mercantil em escala global, substituindo-o pelo capital industrial e financeiro.
  4. conectou o continente americano com partes do extremo oriente, onde a prata também era explorada, além de atrair grandes contingentes de africanos escravizados ao Caribe.
  5. aumentou a circulação de moeda nas redes mundiais da economia europeia, além de impactar as estruturas sociais indígenas pelo crescimento da exploração de seu trabalho.

02. (Fuvest 2018) Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo Império português na América:

A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência naqueles acontecimentos; a independência em que el-rei ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade para decidir-se nas ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volta para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasionar na América.

Nesse excerto, o autor referia-se

  1. aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do ano anterior, que ameaçara o domínio português sobre o centro-sul do Brasil.
  2. às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto, exigindo a volta imediata do monarca a Portugal.
  3. à posição de independência de D. João VI em relação às pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras do rio da Prata.
  4. às implicações que os movimentos de independência na América espanhola traziam para a dominação portuguesa no Brasil.
  5. ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se tornasse imperador do Brasil independente.

03. (Fuvest 2018) Aqui no Chile estava se construindo, entre imensas dificuldades, uma sociedade verdadeiramente justa, erguida sobre a base de nossa soberania, de nosso orgulho nacional, do heroísmo dos melhores habitantes do Chile. Do nosso lado, do lado da revolução chilena, estavam a constituição e a lei, a democracia e a esperança.

Pablo Neruda. Confesso que vivi. Memórias. Rio de Janeiro: Difel, 1980.

Nesse texto,

  1. “soberania” está relacionada às campanhas de privatização das minas de estanho e salitre, que até então eram mantidas por capitais anglo-americanos.
  2. “heroísmo” refere-se aos embates armados, travados com setores da democracia cristã e com as comunidades indígenas dos araucanos.
  3. “a constituição e a lei” é uma referência ao novo ordenamento jurídico implantado após o golpe promovido pela Unidade Popular.
  4. “democracia” alude a um traço peculiar da via chilena para o socialismo, pois o presidente Salvador Allende chegou ao poder pelo voto.
  5. “esperança” traduz a expectativa resultante do apoio econômico e estratégico que havia sido obtido junto aos Estados Unidos e França.

04. (Fuvest 2017) Os ensaios sediciosos do final do século XVIII anunciam a erosão de um modo de vida. A crise geral do Antigo Regime desdobra-se nas áreas periféricas do sistema atlântico – pois é essa a posição da América portuguesa –, apontando para a emergência de novas alternativas de ordenamento da vida social.

István Jancsó, “A Sedução da Liberdade”. In: Fernando Novais, História da Vida Privada no Brasil, v.1.

São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Adaptado.

A respeito das rebeliões contra o poder colonial português na América, no período mencionado no texto, é correto afirmar que,

  1. em 1789 e 1798, diferentemente do que se dera com as revoltas anteriores, os sediciosos tinham o claro propósito de abolir o tráfico transatlântico de escravos para o Brasil.
  2. da mesma forma que as contestações ocorridas no Maranhão em 1684, a sedição de 1798 teve por alvo o monopólio exercido pela companhia exclusiva de comércio que operava na Bahia.
  3. em 1789 e 1798, tal como ocorrera na Guerra dos Mascates, os sediciosos esperavam contar com o suporte da França revolucionária.
  4. tal como ocorrera na Guerra dos Emboabas, a sedição de 1789 opôs os mineradores recémchegados à capitania aos empresários há muito estabelecidos na região.
  5. em 1789 e 1798, seus líderes projetaram a possibilidade de rompimento definitivo das relações políticas com a metrópole, diferentemente do que ocorrera com as sedições anteriores.

05. (Fuvest 2016) Somos produto de 500 anos de luta: primeiro, contra a escravidão, na Guerra de Independência contra a Espanha, encabeçada pelos insurgentes; depois, para evitar sermosabsorvidos pelo expansionismo norte-americano; em seguida, para promulgar nossa Constituição e expulsar o Império Francês de nosso solo; depois, a ditadura porfirista nos negou a aplicação justa das leis de Reforma e o povo se rebelou criando seus próprios líderes; assim surgiram Villa e Zapata, homens pobres como nós, a quem se negou a preparação mais elementar, para assim utilizar-nos como bucha de canhão e saquear as riquezas de nossa pátria, sem importar que estejamos morrendo de fome e enfermidades curáveis, sem importar que não tenhamos nada, absolutamente nada, nem um teto digno, nem terra, nem trabalho, nem saúde, nem alimentação, nemeducação, sem ter direito a eleger livre e democraticamente nossas autoridades, sem independência dos estrangeiros, sem paz nem justiça para nós e nossos filhos.

“Primeira declaração da Selva Lacandona” (janeiro de 1994), in Massimo di Felice e Cristoval Muñoz (orgs.). A revolução invencível. Subcomandante Marcos e Exército Zapatista de Libertação Nacional. Cartas e comunicados. São Paulo: Boitempo, 1998. Adaptado.

O documento, divulgado no início de 1994 pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional, refere-se, entre outros processos históricos, à

  1. luta de independência contra a Espanha, no início do século XIX, que erradicou o trabalho livre indígena e fundou a primeira república na América.
  2. colonização francesa do território mexicano, entre os séculos XVI e XIX, que implantou o trabalho escravo indígena na mineração.
  3. reforma liberal, na metade do século XX, quando a Igreja Católica passou a controlar quase todo o território mexicano.
  4. guerra entre Estados Unidos e México, em meados do século XIX, em que o México perdeu quase metade de seu território.
  5. ditadura militar, no final do século XIX, que devolveu às comunidades indígenas do México as terras expropriadas e rompeu com o capitalismo internacional.

06. (Fuvest 2013) Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de suas experiências como membro da expedição espanhola liderada por Hernán Cortés rumo ao Império Asteca. Naquela tarde de novembro de 1519, porém, quando Díaz e seus companheiros de conquista emergiram do desfiladeiro e depararam-se pela primeira vez com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos depois, assim descreveram: “vislumbramos tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se nos apresentava diante dos olhos era real”.

Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 15-16. Adaptado.

O texto mostra um aspecto importante da conquista da América pelos espanhóis, a saber,

  1. a superioridade cultural dos nativos americanos em relação aos europeus.
  2. o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior convivência entre conquistadores e conquistados.
  3. a surpresa dos conquistadores diante de manifestações culturais dos nativos americanos.
  4. o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos contatos culturais e comerciais com os europeus.
  5. a rápida desaparição das culturas nativas da América Espanhola.

07. (Fuvest 2013) O que acontece quando a gente se vê duplicado na televisão? (...) Aprendemos não só durante os anos de formação mas também na prática a lidar com nós mesmos com esse “eu” duplo. E, mais tarde, (...) em 1974, ainda detido para averiguação na penitenciária de Colônia-Ossendorf, quando me foi atendida, sem problemas, a solicitação de um aparelho de televisão na cela, apenas durante o período da Copa do Mundo, os acontecimentos na tela me dividiram em vários sentidos. Não quando os poloneses jogaram uma partida fantástica sob uma chuva torrencial, não quando a partida contra a Austrália foi vitoriosa e houve um empate contra o Chile, aconteceu quando a Alemanha jogou contra a Alemanha. Torcer para quem? Eu ou eu torci para quem? Para que lado vibrar? Qual Alemanha venceu?

Gunter Grass. Meu século. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 237. Adaptado.

O trecho acima, extraído de uma obra literária, alude a um acontecimento diretamente relacionado

  1. à política nazista de fomento aos esportes considerados “arianos” na Alemanha.
  2. ao aumento da criminalidade na Alemanha, com o fim da Segunda Guerra Mundial.
  3. à Guerra Fria e à divisão política da Alemanha em duas partes, a “ocidental” e a “oriental”.
  4. ao recente aumento da população de imigrantes na Alemanha e reforço de sentimentos xenófobos.
  5. ao caráter despolitizado dos esportes em um contexto de capitalismo globalizado.

08. (Fuvest 2010) Carlos III, rei da Espanha entre 1759 e 1788, implementou profundas reformas – conhecidas como bourbônicas – que tiveram grandes repercussões sobre as colônias espanholas na América. Entre elas,

  1. o estabelecimento de medidas econômicas e políticas, para maior controle da Coroa sobre as colônias.
  2. o redirecionamento da economia colonial, para valorizar a indústria em detrimento da agricultura de exportação.
  3. a promulgação de medidas políticas, levando à separação entre a Igreja Católica e a Coroa.
  4. a reestruturação das tradicionais comunidades indígenas, visando instituir a propriedade privada.
  5. a decretação de medidas excepcionais, permitindo a escravização dos africanos e, também, a dos indígenas.

09. (Fuvest 2009) Existem semelhanças entre as ditaduras militares brasileira (1964-1985), argentina (1976-1983), uruguaia (1973-1985) e chilena (1973-1990). Todas elas

  1. receberam amplo apoio internacional tanto dos Estados Unidos quanto da Europa Ocidental.
  2. combateram um inimigo comum, os grupos esquerdistas, recorrendo a métodos violentos.
  3. tiveram forte sustentação social interna, especialmente dos partidos políticos organizados.
  4. apoiaram-se em idéias populistas para justificar a manutenção da ordem.
  5. defenderam programas econômicos nacionalistas, promovendo o desenvolvimento industrial de seus países.