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Geografia Cultural

Lista de 15 exercícios de Geografia com gabarito sobre o tema Geografia Cultural com questões do Enem.

Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Geografia Cultural.




1. (Enem 2019) Localizado a 160 km da cidade de Porto Velho (capital do estado de Rondônia), nos limites da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e Terra Indígena Karipunas, o povoado de União Bandeirantes surgiu em 2000 a partir de movimentos de camponeses, madeireiros, pecuaristas e grileiros que, à revelia do ordenamento territorial e diante da passividade governamental, demarcaram e invadiram terras na área rural fundando a vila. Atualmente, constitui-se na região de maior produção agrícola e leiteira do município de Porto Velho, fornecendo, inclusive, alimentos para a Hidrelétrica de Jirau.

SILVA, R.G. C.Amazónia globalizada-o exemplo de Rondonia. Confins, n. 23,2015 (adaptado)

A dinâmica de ocupação teritorial descrita foi decorente da

  1. mecanização do processo produtivo.
  2. adocão da colonização dirigida.
  3. realização de reforma agrária.
  4. ampliacão de franjas urbanas
  5. expansão de frentes pioneiras

2. (Enem 2018) Uma pesquisa realizada por Carolina Levis, especialista em ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, e publicada na revista Science, demonstra que as espécies vegetais domesticadas pelas civilizações pré-colombianas são as mais dominantes. “A domesticação de plantas na floresta começou há mais de 8 000 anos. Primeiro eram selecionadas as plantas com características que poderiam ser úteis ao homem e em um segundo momento era feita a propagação dessas espécies. Começaram a cultivá-las em pátios e jardins, por meio de um processo quase intuitivo de seleção”.

OLIVEIRA, J. Indígenas foram os primeiros a alterar o ecossistema da Amazônia. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 dez. 2017 (adaptado).

O texto apresenta um novo olhar sobre a configuração da Floresta Amazônica por romper com a ideia de

  1. primazia de saberes locais.
  2. ausência de ação antrópica.
  3. insuficiência de recursos naturais.
  4. necessidade de manejo ambiental.
  5. predominância de práticas agropecuárias.

3. (Enem 2014) O cidadão norte-americano desperta num leito construı́do segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado na Europa Setentrional antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão cuja planta se tornou doméstica na Índia. No restaurante, toda uma série de elementos tomada de empréstimo o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original romano. Lê notı́cias do dia impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China e por um processo inventado na Alemanha.

LINTON, R. O homem: uma introdução à antropologia. São Paulo: Martins, 1959 (adaptado).

A situação descrita é um exemplo de como os costumes resultam da

  1. assimilação de valores de povos exóticos.
  2. experimentação de hábitos sociais variados.
  3. recuperação de heranças da Antiguidade Clássica.
  4. fusão de elementos de tradições culturais diferentes.
  5. valorização de comportamento de grupos privilegiados.

4. (2014) Queijo de Minas vira patrimônio cultural brasileiro

O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado nesta quinta-feira (15) como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artı́stico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em reunião do conselho realizada no Museu de Artes e Ofı́cios, em Belo Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou que a técnica de fabricação artesanal do queijo está “inserida na cultura do que é ser mineiro”.

Folha de S. Paulo, 15 maio 2008.

Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:

  1. Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:
  2. Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:
  3. Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:
  4. Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:
  5. Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:

5. (Enem 2013) No dia 1 o de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o tı́tulo da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artı́stico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36 a Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais explı́cita do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o tı́tulo da Unesco serão alvo de ações integradas visando a preservação da sua paisagem cultural.

Disponı́vel em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).

O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da

  1. presença do corpo artı́stico local.
  2. imagem internacional da metrópole.
  3. herança de prédios da ex-capital do paı́s.
  4. diversidade de culturas presente na cidade.
  5. relação sociedade-natureza de caráter singular.

6. (Enem 2013) No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.

PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX.

In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).

Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as

  1. distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração.
  2. aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes.
  3. liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.
  4. tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.
  5. perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.

7. (Enem 2013) A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um prı́ncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A animação O rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme americano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres humanos.

LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê. Disponı́vel em: http://notı́cias.uol.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010.

A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano:

  1. A história e a natureza.
  2. O exotismo e as culturas.
  3. A sociedade e a economia.
  4. O comércio e o ambiente.
  5. A diversidade e a polı́tica.

8. (Enem 2013) Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido.

DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).

Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve um processo de

  1. mercantilização das crenças religiosas.
  2. transformação das representações sociais.
  3. disseminação do ateı́smo nos paı́ses de maioria cristã.
  4. diminuição da distância entre saber cientı́fico e eclesiástico.
  5. amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.

9. (Enem 2013) Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.

Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR., R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado).

Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de

  1. exclusão social.
  2. imposição religiosa.
  3. acomodação polı́tica.
  4. supressão simbólica.
  5. ressignificação cultural.

10. (Enem 2013) A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.

MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas

  1. permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
  2. perderam a relação com o seu passado histórico.
  3. derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
  4. contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
  5. demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.

11. (Enem 2012) Na regulação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currı́culos da educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da famı́lia e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a delimitação das esferas pública e privada - em tudo isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento ético-polı́tico de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria.

HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria polı́tica. São Paulo: Loyola, 2002.

A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança

  1. a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional.
  2. a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura polı́tica nacional.
  3. a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de auto-entendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à coerção do melhor argumento.
  4. a autonomia dos indivı́duos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da polı́tica nacional.
  5. o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem polı́tica ou distintas convenções de comportamento, para compor a arena polı́tica a ser compartilhada.

12. (Enem 2010) Os vestı́gios dos povos Tupi-guarani encontram-se desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas terras baixas da Bolı́via. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do Brasil central.

De fato, ocuparam, de preferência, as regiões de floresta tropical e subtropical.

PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Editor, 2005.

Os povos indı́genas citados possuı́am tradições culturais especı́ficas que os distinguiam de outras sociedades indı́genas e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani, destacava-se

  1. a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas por um chefe, eleito pelos indivı́duos mais velhos da tribo.
  2. a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter semissedentário de sua organização social.
  3. a conquista de terras mediante operações militares, o que permitiu seu domı́nio sobre vasto território.
  4. o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura para investir na criação de animais.
  5. o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras sociedades indı́genas.

13. (Enem 2010) As ruı́nas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos. Essas ruı́nas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artı́stico Nacional) porque reúnem um conjunto de

  1. objetos arqueológicos e paisagı́sticos.
  2. acervos museológicos e bibliográficos.
  3. núcleos urbanos e etnográficos.
  4. práticas e representações de uma sociedade.
  5. expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

14. (Enem 2009) Os Yanomami constituem uma sociedade indı́gena do norte da Amazônia e formam um amplo conjunto linguı́stico e cultural. Para os Yanomami, urihi, a “terrafloresta”, não é um mero cenário inerte, objeto de exploração econômica, e sim uma entidade viva, animada por uma dinâmica de trocas entre os diversos seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital, wixia, que é muito longo. Se não a desmatarmos, ela não morrerá. Ela não se decompõe, isto é, não se desfaz. É graças ao seu sopro úmido que as plantas crescem. A floresta não está morta pois, se fosse assim, as florestas não teriam folhas. Tampouco se veria água. Segundo os Yanomami, se os brancos os fizerem desaparecer para desmatá-la e morar no seu lugar, ficarão pobres e acabarão tendo fome e sede.

ALBERT, B. Yanomami, o espı́rito da floresta. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: ISA, 2007 (adaptado).

De acordo com o texto, os Yanomami acreditam que

  1. a floresta não possui organismos decompositores.
  2. o potencial econômico da floresta deve ser explorado.
  3. o homem branco convive harmonicamente com urihi.
  4. as folhas e a água são menos importantes para a floresta que seu sopro vital.
  5. Wixia é a capacidade que tem a floresta de se sustentar por meio de processos vitais.

15. (Enem 2009) Populações inteiras, nas cidades e na zona rural, dispõem da parafernália digital global como fonte de educação e de formação cultural. Essa simultaneidade de cultura e informação eletrônica com as formas tradicionais e orais é um desafio que necessita ser discutido. A exposição, via mı́dia eletrônica, com estilos e valores culturais de outras sociedades, pode inspirar apreço, mas também distorções e ressentimentos. Tanto quanto há necessidade de uma cultura tradicional de posse da educação letrada, também é necessário criar estratégias de alfabetização eletrônica, que passam a ser o grande canal de informação das culturas segmentadas no interior dos grandes centros urbanos e das zonas rurais. Um novo modelo de educação.

BRIGAGÃO, C. E.; RODRIGUES, G. A globalização a olho nu: o mundo conectado. São Paulo: Moderna, 1998 (adaptado).

Com base no texto e considerando os impactos culturais da difusão das tecnologias de informação no marco da globalização, depreende-se que

  1. a ampla difusão das tecnologias de informação nos centros urbanos e no meio rural suscita o contato entre diferentes culturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de reformular as concepções tradicionais de educação.
  2. a apropriação, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas para benefı́cio próprio é fonte de conflitos e ressentimentos.
  3. as mudanças sociais e culturais que acompanham o processo de globalização, ao mesmo tempo em que refletem a preponderância da cultura urbana, tornam obsoletas as formas de educação tradicionais próprias do meio rural.
  4. as populações nos grandes centros urbanos e no meio rural recorrem aos instrumentos e tecnologias de informação basicamente como meio de comunicação mútua, e não os veem como fontes de educação e cultura.
  5. a intensificação do fluxo de comunicação por meios eletrônicos, caracterı́stica do processo de globalização, está dissociada do desenvolvimento social e cultural que ocorre no meio rural.

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