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Filosofia Moderna

Lista de 30 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia Moderna com questões do Enem.


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Descartes, Teoria do Conhecimento, Racionalismo, Ética e Moral, Metafísica

01. (Enem 2021) A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica: o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.

DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).

Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo

  1. sustentar a unidade essencial do conhecimento.
  2. refutar o elemento fundamental das crenças.
  3. impulsionar o pensamento especulativo.
  4. recepcionar o método experimental.
  5. incentivar a suspensão dos juízos.

Nietzsche, Filosofia Alemã

02. (Enem 2021) Minha fórmula para o que há de grande no individuo é amor fati: nada desejar além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo.

NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).

Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma critica à tradição cristã que

  1. combate as práticas sociais de cunho afetivo.
  2. impede o avanço cientifico no contexto moderno.
  3. associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.
  4. condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.
  5. consagra a realização humana ao campo transcendental.

Hobbes, Contratualismo, Filosofia Política

03. (Enem PPL 2021) Polemizando contra a tradicional tese aristotélica, que via na sociedade o resultado de um instinto primordial, Hobbes sustenta que no gênero humano, diferentemente do animal, não existe sociabilidade instintiva. Entre os indivíduos não existe um amor natural, mas somente uma explosiva mistura de temor e necessidade recíprocos que, se não fosse disciplinada pelo Estado, originaria uma incontrolável sucessão de violências e excessos.

NICOLAU, U. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à Idade Moderna. São Paulo: Globo, 2005 (adaptado).

Referente à constituição da sociedade civil, considere, respectivamente, o correto posicionamento de Aristóteles e Hobbes:

  1. Instrumento artificial para a realização da justiça e forma de legitimação do exercício da coerção e da violência.
  2. Realização das disposições naturais do homem e artifício necessário para frear a natureza humana.
  3. Resultado involuntário da ação de cada indivíduo e anulação dos impulsos originários presentes na natureza humana.
  4. Objetivação dos desejos da maioria e representação construída para possibilitar as relações interpessoais.
  5. Realização da razão e expressão da vontade dos governados.

Tocqueville, Filosofia Política

04. (Enem 2020) A principal característica da situação social dos anglo-americanos é seu caráter eminentemente democrático. Afirmei anteriormente que reinava uma igualdade muito grande entre os emigrantes que foram se estabelecer na Nova Inglaterra. Para isso contribuiu a influência das leis de sucessão. Estabelecidas de uma maneira, as leis de sucessão reúnem, concentram e agrupam em um só a propriedade e o poder. Estabelecidas por outros princípios, produzem o oposto: dividem, partilham e disseminam os bens e o poder.

TOCQUEVILLE. A A democracia na América. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp. 1977 (adaptado)

O texto tematiza o papel desempenhado por uma norma na criação de um ambiente propício ao(à)

  1. emprego do trabalho escravo.
  2. consolidação dos valores burgueses.
  3. banimento das dissidências religiosas.
  4. contenção da identificação nacionalista.
  5. hierarquização dos agentes econômicos.

Empirismo Britânico, David Hume

05. (Enem 2020) Adão, ainda que supuséssemos que suas faculdades racionais fossem inteiramente perfeitas desde o início, não poderia ter inferido da fluidez e transparência da água que ela o sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia consumi-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que aparecem aos sentidos, nem as causas que o produziram, nem os efeitos que dele provirão, e tampouco nossa razão é capaz de extrair, sem auxilio da experiência, qualquer conclusão referente à existência efetiva de coisas ou questões de fato.

HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano São Paulo: Unesp. 2003.

Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento humano?

  1. A potência inata da mente.
  2. A revelação da inspiração divina.
  3. O estudo das tradições filosóficas.
  4. A vivência dos fenômenos do mundo.
  5. O desenvolvimento do raciocínio abstrato.

Solipsismo

06. (Enem 2020) Será que as coisas lhe pareceriam diferentes se, de fato, todas elas existissem apenas na sua mente — se tudo o que você julgasse ser o mundo externo real fosse apenas um sonho ou alucinação gigante, de que você jamais fosse despertar? Se assim fosse, então é claro que você nunca poderia despertar, como faz quando sonha, pois significaria que não há mundo “real” no qual despertar. Logo, não seria exatamente igual a um sonho ou alucinação normal.

NAGEL, T Uma breve introdução à filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

O texto confere visibilidade a uma doutrina filosófica contemporânea conhecida como:

  1. Personalismo, que vincula a realidade circundante aos domínios do pessoal.
  2. Falsificacionismo, que estabelece ciclos de problemas para refutar uma conjectura.
  3. Falibilismo, que rejeita mecanismos mentais para sustentar uma crença inequívoca.
  4. idealismo, que nega a existência de objetos independentemente do trabalho cognoscente.
  5. Solipsismo, que reconhece limitações cognitivas para compreender uma experiência compartilhada.

Filosofia Política

07. (Enem 2020) A sociedade como um sistema justo de cooperação social consiste em uma das ideias familiares fundamentais, que dá estrutura e organização à justiça como equidade. A cooperação social guia-se por regras e procedimentos publicamente reconhecidos e aceitos por aqueles que cooperam como sendo apropriados para regular a sua conduta. Diz-se que a cooperação é justa porque seus termos são tais que todos os participantes podem razoavelmente aceitar, desde que todos os demais também o aceitem.

FERES JR, J. POGREBINSCHI, T. Teoria politica contemporânea: uma introdução. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

No contexto do pensamento político, a ideia apresentada mostra-se consoante o(a)

  1. ideal republicano de governo.
  2. corrente tripartite dos poderes.
  3. posicionamento critico do socialismo.
  4. legitimidade do absolutismo monárquico.
  5. entendimento do contratualismo moderno.

Immanuel Kant, Filosofia Alemã, Ética e Moral

08. (Enem Digital 2020) Princípios práticos são subjetivos, ou máximas, quando a condição é considerada pelo sujeito como verdadeira só para a sua vontade; são, por outro lado, objetivos, quando a condição é válida para a vontade de todo ser natural.

KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 2008.

A concepção ética presente no texto defende a

  1. universalidade do dever.
  2. maximização da utilidade.
  3. aprovação pelo sentimento.
  4. identificação da justa medida.
  5. obediência à determinação divina.

Hobbes, Contratualismo

09. (Enem Digital 2020) O fim último, causa final e desígnio dos homens, ao introduzir uma restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita; quer dizer, o desejo de sair da mísera condição de guerra que é a consequência necessária das paixões naturais dos homens, como o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. É necessário um poder visível capaz de mantê-los em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito às leis, que são contrárias a nossas paixões naturais.

HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).

Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as condições para o ser humano

  1. internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação da vontade individual.
  2. aderir à organização política, almejando o estabelecimento do despotismo.
  3. aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortalecimento da Igreja.
  4. assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua autonomia.
  5. obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-estar.

Iluminismo Francês, Jean-Jacques Rousseau, Contratualismo

10. (Enem PPL 2020) Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos. Não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se reconhecerem reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais a noção, poupava-lhes muitos vícios.

ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).

No presente excerto, o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) exalta uma condição que teria sido vivenciada pelo homem em qual situação?

  1. No sistema monástico, pela valorização da religião.
  2. Na existência em comunidade, pela comunhão de valores.
  3. No modelo de autogestão, pela emancipação do sujeito.
  4. No estado de natureza, pelo exercício da liberdade.
  5. Na vida em sociedade, pela abundância de bens.

Descartes, Racionalismo, Metafísica

11. (Enem PPL 2020) Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto não tivermos outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda meditação, o espírito reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o espírito, não exista.

DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios pensamentos tem como objetivo

  1. identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.
  2. observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
  3. analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
  4. estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.
  5. investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.

Immanuel Kant, Filosofia Alemã, Ética e Moral

12. (Enem 2019) TEXTO I

Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.

KANT. |. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).

TEXTO II

Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.

FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.

A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:

  1. Possibilidade da liberdade e obrigação da ação.
  2. A prioridade do juízo e importância da natureza.
  3. Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica.
  4. Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
  5. Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.

Francis Bacon, Empirismo

13. (Enem 2019) TEXTO I

Os segredos da natureza se revelam mais sob a tortura dos experimentos do que no seu curso natural.

BACON, F. Novum Organum, 1620. In: HADOT, P. O véu de fais: ensaio sobre a história da ideia de natureza. São Paulo: Loyola, 2006.

TEXTO II

O ser humano, totalmente desintegrado do todo, não percebe mais as relações de equilíbrio da natureza. Age de forma totalmente desarmônica sobre o ambiente, causando grandes desequilíbrios ambientais.

GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papirus, 1995.

Os textos indicam uma relação da sociedade diante da natureza caracterizada pela

  1. objetificação do espaço físico.
  2. retomada do modelo criacionista.
  3. recuperação do legado ancestral.
  4. infalibilidade do método científico.
  5. formação da cosmovisão holística.

Filosofia Política, Nicolau Maquiavel, Ética e Moral

14. (Enem 2019) Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.

ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).

O texto aponta uma inovação na teoria política na época modema expressa na distinção entre

  1. idealidade e efetividade da moral.
  2. nulidade e preservabilidade da liberdade.
  3. ilegalidade e legitimidade do governante.
  4. verificabilidade e possibilidade da verdade.
  5. objetividade e subjetividade do conhecimento.

Descartes, Racionalismo

15. (Enem 2019) TEXTO I

Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.

DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cukural, 1980.

TEXTO II

Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa? Não podemos dizer que a crença em Deus é “apenas” uma questão de fé.

RACHELS, J. Problemas da fHosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

Os textos abordam um questionamento da construção da modernidade que defende um modelo

  1. centrado na razão humana.
  2. baseado na explicação mitológica.
  3. fundamentado na ordenação imanentista.
  4. focado na legitimação contratualista.
  5. configurado na percepção etnocêntrica.

Racionalismo

16. (Enem 2019) Dizem que Humboldt, naturalista do século XIX, maravilhado pela geografia, flora e fauna da região sul-americana, via seus habitantes como se fossem mendigos sentados sobre um saco de ouro, referindo-se a suas incomensuráveis riquezas naturais não exploradas. De alguma maneira, o cientista ratificou nosso papel de exportadores de natureza no que seria o mundo depois da colonização ibérica: enxergou-nos como territórios condenados a aproveitar os recursos naturais existentes.

ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Elefante, 2016 (adaptado).

A relação entre ser humano e natureza ressaltada no texto refletia a permanência da seguinte corrente filosófica:

  1. Relativismo cognitivo.
  2. Materialismo dialético.
  3. Racionalismo cartesiano.
  4. Pluralismo epistemológico.
  5. Existencialismo fenomenológico.

Nietzsche, Filosofia Alemã

17. (Enem PPL 2019) Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a ter de desejar reviver — é o dever —, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e não recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!”.

NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).

O trecho contém uma formulação da doutrina nietzscheana do eterno retorno, que apresenta critérios radicais de avaliação da

  1. qualidade de nossa existência pessoal e coletiva.
  2. conveniência do cuidado da saúde física e espiritual.
  3. legitimidade da doutrina pagã da transmigração da alma.
  4. veracidade do postulado cosmológico da perenidade do mundo.
  5. validade de padrões habituais de ação humana ao longo da história.

Jean-Jacques Rousseau, Contratualismo

18. (Enem PPL 2019) TEXTO

Eu queria movimento e não um curso calmo da existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida.

TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

TEXTO

Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro homem, a um enunciado mais exato da verdade; não sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em tudo o meu interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe também minha fraqueza e minha natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força de ser sempre verdadeiro em todas as ocasiões.

ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da existência humana e defendem uma experiência

  1. lógico-racional, focada na objetividade, clareza e imparcialidade.
  2. místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e espiritualidade.
  3. sociopolítica, constituída por integração, solidariedade e organização.
  4. naturalista-científica, marcada pela experimentação, análise e explicação.
  5. estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade e impulsividade.

Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, Contratualismo, Filosofia Política

19. (Enem 2018) TEXTO I

Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

TEXTO II

Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.

ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).

Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma

  1. predisposição ao conhecimento.
  2. submissão ao transcendente.
  3. tradição epistemológica.
  4. condição original.
  5. vocação política.

Empirismo Britânico, David Hume

20. (Enem PPL 2018) Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela.

HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua gênese na

  1. convicção inata.
  2. dimensão apriorística.
  3. elaboração do intelecto.
  4. percepção dos sentidos.
  5. realidade trascendental.

Nietzsche,Filosofia Alemã, Ética e Moral

21. (Enem PPL 2018) Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória.

NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.

O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais, marcado pelo(a)

  1. racionalidade científica.
  2. determinismo biológico.
  3. degradação da natureza.
  4. domínio da contingência.
  5. consciência da existência.

Immanuel Kant, Filosofia Alemã, Ética e Moral, Metafísica

22. (Enem 2017) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.

KANT, 1. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

De acordo com a moral kantiana, a "falsa promessa de pagamento" representada no texto

  1. assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.
  2. garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.
  3. opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.
  4. materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.
  5. permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.

Utilitarismo, Ética e Moral

23. (Enem 2017) A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados.

RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. Barueri-SP: Manole, 2006.

Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma

  1. fundamentação científica de viés positivista.
  2. convenção social de orientação normativa.
  3. transgressão comportamental religiosa.
  4. racionalidade de caráter pragmático.
  5. inclinação de natureza passional.

Espinosa, Racionalismo,Política, Ética e Moral

24. (Enem Libras 2017) Os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio; é por isso que se habituaram a ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los. Concebem os homens, efetivamente, não tais como são, mas como eles próprios gostariam que fossem.

ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que diz respeito à idealização de uma

  1. estrutura da interpretação fenomenológica.
  2. natureza do comportamento humano.
  3. dicotomia do conhecimento prático.
  4. manifestação do caráter religioso.
  5. reprodução do saber tradicional.

Descartes, Racionalismo, Ética e Moral

25. (Enem 2016) Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias.

DESCARTES, R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da

  1. investigação de natureza empírica.
  2. retomada da tradição intelectual.
  3. imposição de valores ortodoxos.
  4. autonomia do sujeito pensante.
  5. liberdade do agente moral.

Schopenhauer, Filosofia Alemã

26. (Enem 2016) Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.

SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à

  1. consagração de relacionamentos afetivos.
  2. administração da independência interior.
  3. fugacidade do conhecimento empírico.
  4. liberdade de expressão religiosa.
  5. busca de prazeres efêmeros.

Nietzsche, Filosofia Alemã

27. (Enem 2016) Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar!

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra, Rio de Janeiro: Ediouro, 1977

O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que

  1. reforça a liberdade do cidadão.
  2. desvela os valores do cotidiano.
  3. exorta as relações de produção.
  4. destaca a decadência da cultura.
  5. amplifica o sentimento de ansiedade.

Hobbes, Contratualismo, Empirismo Britânico, John Locke

28. (Enem PPL 2016) TEXTO I

Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

TEXTO II

Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)

  1. condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta.
  2. organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.
  3. capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil.
  4. situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.
  5. estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.

Immanuel Kant, Filosofia Alemã, Filosofia Política, Metafísica

29. (Enem PPL 2016) Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa pública, uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então fundamenta o seu direito de contribuição do que é deles nessa obrigação, visando a manutenção de seus concidadãos, ou pelo estabelecimento de fundo e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas para suprir as necessidades do povo.

KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003.

Segundo esse texto de Kant, o Estado

  1. deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu poder, a fim de que a distribuição seja paritária.
  2. está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para suprir as necessidades dos cidadãos pobres.
  3. dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus membros.
  4. delega aos cidadãos o dever de suprir as necessidades do Estado, por causa do seu elevado custo de manutenção
  5. tem a incumbência de proteger os das imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam mais tributos.

Hobbes, Contratualismo, Empirismo Britânico, Filosofia Política

30. (Enem 3ª Aplicação 2016) A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).

O texto apresenta um concepção de filosofia política conhecida como

  1. alientação ideológica.
  2. microfísica do poder.
  3. estado de natureza.
  4. contrato social.
  5. vontade geral.

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