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Poesia

Lista de 18 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Poesia com questões do Enem.

Confira as videoaulas, teoria e questões sobre: Português.






01. (Enem 2019)

Essa lua enlutada, esse desassossego

A convulsão de dentro, ilharga

Dentro da solidão, corpo morrendo

Tudo isso te devo. E eram tão vastas

As coisas planejadas, navios,

Muralhas de marfim, palavras largas

Consentimento sempre. E seria dezembro.

Um cavalo de jade sob as águas

Dupla transparência, fio suspenso

Todas essas coisas na ponta dos teus dedos

E tudo se desfez no pórtico do tempo

Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro

Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo

Também isso te devo.

HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 2018.

No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo, aflora o

  1. cuidado em apagar da memória os restos do amor.
  2. amadurecimento revestido de ironia e desapego.
  3. mosaico de alegrias formado seletivamente.
  4. desejo reprimido convertido em delírio.
  5. arrependimento dos erros cometidos.

02. (Enem 2019)

A viagem

Que coisas devo levar

nesta viagem em que partes?

As cartas de navegação só servem

a quem fica.

Com que mapas desvendar

um continente

que falta?

Estrangeira do teu corpo

tão comum

quantas línguas aprender

para calar-me?

Também quem fica

procura

um oriente.

Também

a quem fica

cabe uma paisagem nova

e a travessia insone do desconhecido

e a alegria difícil da descoberta.

O que levas do que fica,

o que, do que levas, retiro?

MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A. (Org.). Rua Aribau. Porto Alegre: Tag, 2018.

A viagem e a ausência remetem a um repertório poético tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com essa tradição, repercutindo a

  1. saudade como experiência de apatia.
  2. presença da fragmentação da identidade.
  3. negação do desejo como expressão de culpa.
  4. persistência da memória na valorização do passado.
  5. revelação de rumos projetada pela vivência da solidão.

03. (Enem 2019)

Uma ouriça

Se o de longe esboça lhe chegar perto,

se fecha (convexo integral de esfera),

se eriça (bélica e multiespinhenta):

e, esfera e espinho, se ouriça à espera.

Mas não passiva (como ouriço na loca);

nem só defensiva (como se eriça o gato);

sim agressiva (como jamais o ouriço),

do agressivo capaz de bote, de salto

(não do salto para trás, como o gato):

daquele capaz de salto para o assalto.

Se o de longe lhe chega em (de longe),

de esfera aos espinhos, ela se desouriça.

Reconverte: o metal hermético e armado

na carne de antes (côncava e propícia),

e as molas felinas (para o assalto),

nas molas em espiral (para o abraço).

MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico que metaforiza a atitude feminina de

  1. tenacidade transformada em brandura.
  2. obstinação traduzida em isolamento.
  3. inércia provocada pelo desejo platônico.
  4. irreverência cultivada de forma cautelosa.
  5. desconfiança consumada pela intolerância.

04. (Enem 2018) Dia 20/10

É preciso não beber mais. Não é preciso sentir vontade de beber e não beber: é preciso não sentir vontade de beber. É preciso não dar de comer aos urubus. É preciso fechar para balanço e reabrir. É preciso não dar de comer aos urubus. Nem esperanças aos urubus. É preciso sacudir a poeira. É preciso poder beber sem se oferecer em holocausto. É preciso. É preciso não morrer por enquanto. É preciso sobreviver para verificar. Não pensar mais na solidão de Rogério, e deixa-lo. É preciso dar de comer aos urubus. É preciso enquanto é tempo não morrer na via pública.

TORQUATO NETO. In: MENDONÇA, J. (Org.) Poesia (im)popular brasileira. São Bernardo do Campo: Lamparina Luminosa, 2012.

O processo de construção do texto formata uma mensagem por ele dimensionada, uma vez que

  1. configura o estreitamento da linguagem poética.
  2. reflete as lacunas da lucidez em desconstrução.
  3. projeta a persistência das emoções reprimidas.
  4. repercute a consciência da agonia antecipada.
  5. revela a fragmentação das relações humanas.

05. (Enem 2018)O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.

Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa.

Era uma enseada.

Acho que o nome empobreceu a imagem.

BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.

O sujeito poético questiona o uso do vocábulo “enseada” porque a

  1. terminologia mencionada é incorreta.
  2. nomeação minimiza a percepção subjetiva.
  3. designação atribuída ao termo é desconhecida.
  4. designação atribuída ao termo é desconhecida.
  5. definição modifica o significado do termo dicionário.

06. (Enem 2018)

o que será que ela quer

essa mulher de vermelho

alguma coisa ela quer

pra ter posto esse vestido

não pode ser apenas

uma escolha casual

podia ser um amarelo

verde ou talvez azul

mas ela escolheu vermelho

ela sabe o que ela quer

e ela escolheu vestido

e ela é uma mulher

então com base nesses fatos

eu já posso afirmar

que conheço o seu desejo

caro watson, elementar:

o que ela quer sou euzinho

sou euzinho o que ela quer

só pode ser euzinho

o que mais podia ser

FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo: Cosac Naify

No processo de elaboração do poema, a autora confere ao eu lírico uma identidade que aqui representa a

  1. hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum.
  2. mudança de paradigmas de imagem atribuídos à mulher.
  3. tentativa de estabelecer preceitos da psicologia feminina.
  4. importância da correlação entre ações e efeitos causados.
  5. valorização da sensibilidade como característica de gênero.

07. (Enem 2018) Eu sobrevivi do nada, do nada

Eu não existia

Não tinha uma existência

Não tinha uma matéria

Comecei existir com quinhentos milhões

e quinhentos mil anos

Logo de uma vez, já velha

Eu não nasci criança, nasci já velha

Depois é que eu virei criança

E agora continuei velha

Me transformei novamente numa velha

Voltei ao que eu era, uma velha

PATROCÍNIO, S. In: MOSÉ, V. (Org.). Reino dos bichos e dos animais é meu nome. Rio de Janeiro: Azougue, 2009.

Nesse poema de Stela do Patrocínio, a singularidade da expressão lírica manifesta-se na

  1. representação da infância, redimensionada no resgate da memória.
  2. associação de imagens desconexas, articuladas por uma fala delirante.
  3. expressão autobiográfica, fundada no relato de experiências de alteridade.
  4. incorporação de elementos fantásticos, explicitada por versos incoerentes.
  5. transgressão à razão, ecoada na desconstrução de referências temporais.

08. (Enem 2017) O mundo revivido

Sobre esta casa e as árvores que o tempo

esqueceu de levar. Sobre o curral

de pedra e paz e de outras vacas tristes

chorando a lua e a noite sem bezerros.

Sobre a parede larga deste açude

onde outras cobras verdes se arrastavam,

e pondo o sol nos seus olhos parados

iam colhendo sua safra de sapos.

Sob as constelações do sul que a noite

armava e desarmava: as Três Marias,

o Cruzeiro distante e o Sete-Estrelo.

Sobre este mundo revivido em vão,

a lembrança de primos, de cavalos,

de silêncio perdido para sempre.

DOBAL, H. A província deserta. Rio de Janeiro: Artenova, 1974.

No processo de reconstituição do tempo vivido, o eu lírico projeta um conjunto de imagens cujo lirismo se fundamenta no

  1. inventário das memórias evocadas afetivamente.
  2. reflexo da saudade no desejo de voltar à infância.
  3. sentimento de inadequação com o presente vivido.
  4. ressentimento com as perdas materiais e humanas.
  5. lapso no fluxo temporal dos eventos trazidos à tona.

09. (Enem 2016)

Antiode

Poesia, não será esse

o sentido em que

ainda te escrevo:

flor! (Te escrevo:

flor! Não uma

flor, nem aquela

flor-virtude - em

disfarçados urinóis).

Flor é a palavra

flor; verso inscrito

no verso, como as

manhãs no tempo.

Flor é o salto

da ave para o voo:

o salto fora do sono

quando seu tecido

se rompe; é uma explosão

posta a funcionar,

como uma máquina,

uma jarra de flores.

MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).

A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de

  1. uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada , a fim de assumir novos significados.
  2. um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX.
  3. uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra poética.
  4. uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científicopós-Revolução Industrial.
  5. um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.

10. (Enem 2016)

Sem acessórios nem som

Escrever só para me livrar

de escrever.

Escrever sem ver, com riscos

sentindo falta dos acompanhamentos

com as mesmas lesmas

e figuras sem força de expressão.

Mas tudo desafina:

o pensamento pesa

tanto quanto o corpo

enquanto corto os conectivos

corto as palavras rentes

com tesoura de jardim

cega e bruta

com facão de mato.

Mas a marca deste corte

tem que ficar

nas palavras que sobraram.

Qualquer coisa do que desapareceu

continuou nas margens, nos talos

no atalho aberto a talhe de foice

no caminho de rato.

FREITAS FILHO, A. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.

Nesse texto, a reflexão sobre o processo criativo aponta para uma concepção de atividade poética que põe em evidência o(a)

  1. angustiante necessidade de produção, presente em "Escrever só para me livrar/ de escrever!.
  2. imprescindível percurso da composição, presente em "no atalho aberto a talhe de foice /no caminho de rato.
  3. agressivo trabalho de supressão, presente em "corto as palavras rentes/ com tesoura de jardim/ cega e bruta".
  4. inevitável frustração diante do poema, presente em "Mas tudo desafina:/ o pensamento pesa/ tanto quanto o corpo".
  5. conflituosa relação com a inspiração, presente em "sentindo falta dos acompanhamentos/ e figuras sem força de expressão ".

11. (Enem 2016)

Primeira lição

Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático,

épico, ligeiro.

O gênero lírico compreende o lirismo.

Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e pessoal.

É a linguagem do coração, do amor.

O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os versos sentimentais eram declamados ao som da lira.

O lirismo pode ser:

a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.

b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.

c) Erótico, quando versa sobre o amor.

O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio.

Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.

Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.

Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.

Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.

Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.

Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta.

CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de construção do texto indica que o(a)

  1. caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.
  2. tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.
  3. seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística.
  4. enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade.
  5. referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.

12. (Enem PPL 2016) Casamento

Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como “este foi difícil”

“prateou no ar dando rabanadas”

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.

PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.

O poema de Adélia Prado, que segue a proposta moderna de tematização de fatos cotidianos, apresenta a prosaica ação de limpar peixes na qual a voz lírica reconhece uma

  1. expectativa do marido em relação à esposa.
  2. imposição dos afazeres conjugais.
  3. disposição para realizar tarefas masculinas.
  4. dissonância entre as vozes masculina e feminina.
  5. forma de consagração da cumplicidade no casamento.

13. (Enem 2013)

Olá! Negro

Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos

e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor

tentarão apagar a tua cor!

E as gerações dessas gerações quando apagarem

a tua tatuagem execranda,

não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!

Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi,

negro-fujão, negro cativo, negro rebelde

negro cabinda, negro congo, negro ioruba,

negro que foste para o algodão de USA

para os canaviais do Brasil,

para o tronco, para o colar de ferro, para a canga

de todos os senhores do mundo;

eu melhor compreendo agora os teus blues

nesta hora triste da raça branca, negro!

Olá, Negro! Olá. Negro!

A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!

LIMA, J. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958 (fragmento).

O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz, na visão do eu lírico, um contexto social assinalado por

  1. modernização dos modos de produção e consequente enriquecimento dos brancos.
  2. preservação da memória ancestral e resistência negra à apatia cultural dos brancos.
  3. superação dos costumes antigos por meio da incorporação de valores dos colonizados.
  4. nivelamento social de descendentes de escravos e de senhores pela condição de pobreza.
  5. antagonismo entre grupos de trabalhadores e lacunas de hereditariedade.

14. (Enem 2012)

Verbo ser

QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que têm origem

  1. no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular.
  2. na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros.
  3. na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares.
  4. no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados.
  5. na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares.

15. (Enem 2012)

Das irmãs

os meus irmãos sujando-se

na lama

e eis-me aqui cercada

de alvura e enxovais

eles se provocando e provando

do fogo

e eu aqui fechada

provendo a comida

eles se lambuzando e arrotando

na mesa

e eu a temperada

servindo, contida

os meus irmãos jogando-se

na cama

e eis-me afiançada

por dote e marido

QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980

O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que

  1. a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama.
  2. a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres.
  3. a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres.
  4. a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço doméstico.
  5. os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais.

16. (Enem 2012) O sedutor médio

Vamos juntar

Nossas rendas e

expectativas de vida

querida,

o que me dizes?

Ter 2, 3 filhos

e ser meio felizes?

VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas

  1. nos três primeiros versos, em que “juntar expectativa de vida” significa que, juntos, os cônjuges poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica.
  2. na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
  3. no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento, apenas um dos cônjuges se sentiria realizado.
  4. nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
  5. no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil em termos de conquistas amorosas.

17. (Enem 2012)

Pote Cru é meu pastor. Ele me guiará.

Ele está comprometido de monge.

De tarde deambula no azedal entre torsos de

cachorro, trampas, trapos, panos de regra, couros,

de rato ao podre, vísceras de piranhas, baratas

albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos,

linguetas de sapatos, aranhas dependuradas em

gotas de orvalho etc. etc.

Pote Cru, ele dormia nas ruínas de um convento

Foi encontrado em osso.

Ele tinha uma voz de oratórios perdidos.

BARROS, M. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Ao estabelecer uma relação com o texto bíblico nesse poema, o eu lírico identifica-se com Pote Cru porque

  1. entende a necessidade de todo poeta ter voz de oratórios perdidos.
  2. elege-o como pastor a fim de ser guiado para a salvação divina.
  3. valoriza nos percursos do pastor a conexão entre as ruínas e a tradição.
  4. necessita de um guia para a descoberta das coisas da natureza.
  5. acompanha-o na opção pela insignificância das coisas

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