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No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto abordou contradições da sociedade brasileira do início do período republicano

Questões de História na UERJ 2021


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(UERJ 2021) E, bem pensado, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser a Pátria?

Não teria levado toda a sua vida norteado por uma ilusão, por uma ideia a menos, sem base, sem apoio, por um Deus ou uma deusa cujo império se esvaía? Não sabia que essa ideia nascera da amplificação da crendice dos povos greco-romanos de que os ancestrais mortos continuariam a viver como sombras e era preciso alimentá-las para que eles não perseguissem os descendentes? (...) Reviu a história; viu as mutilações, os acréscimos em todos os países históricos e perguntou de si para si: como um homem que vivesse quatro séculos, sendo francês, inglês, italiano, alemão, podia sentir a Pátria?

Uma hora, para o francês, o Franco-Condado era terra dos seus avós, outra não era; num dado momento, a Alsácia não era, depois era e afinal não vinha a ser. Nós mesmos [brasileiros] não tivemos a Cisplatina e não a perdemos? (...) Certamente era uma noção sem consistência racional e precisava ser revista.

Lima Barreto

Triste Fim de Policarpo Quaresma, parte III, capítulo V.

No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto abordou contradições da sociedade brasileira do início do período republicano.

Nesse contexto, na reflexão que faz no trecho citado, o personagem Major Quaresma ressalta um entendimento em que a noção de pátria pode ser definida atualmente como:

  1. herança cultural
  2. comunidade imaginada
  3. contingência geográfica
  4. determinação econômica