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Unesp 2021-1: História

Primeira Fase - Cursos da Área de Biológicas

1. (Unesp 2021) A expansão romana pelo mar Mediterrâneo pode ser considerada um exemplo de “globalização em sociedades pré-modernas”, pois envolveu

  1. eliminação da influência helenista e homogeneização dos hábitos alimentares na zona mediterrânica.
  2. imposição do monoteísmo romano e unidade monetária em todas as províncias controladas.
  3. descaracterização cultural dos povos dominados e interrupção da circulação marítima na região.
  4. uniformização linguística no entorno do mar e intercâmbios culturais entre os povos da região.
  5. mobilidade intensa de bens e interdependência entre regiões e povos distantes.

2. (Unesp 2021) Observe a imagem.

A Pietà, escultura de Michelangelo Buonarotti, foi produzida nos últimos anos do século XV e revela uma característica importante da arte renascentista:

  1. o delineamento preciso das formas do corpo humano, realizado a partir dos estudos de anatomia pelo artista.
  2. o teocentrismo, explicitado na inexpressividade e no estatismo da representação das figuras humanas.
  3. a desproporcionalidade entre os tamanhos dos corpos, para evidenciar a grandiosidade da figura de Cristo.
  4. a influência da arte religiosa medieval, manifesta na tridimensionalidade e na carência de perspectiva da peça.
  5. o prevalecimento de temática bíblica, com recriação precisa e fiel de um trecho do Evangelho segundo Lucas.

3. (Unesp 2021) O consumo dos alimentos nas propriedades de monocultura de cana-de-açúcar estava […] baseado no que se podia produzir nas brechas de um grande sistema subordinado ao mercado externo, resultando em uma grande quantidade de farinha de mandioca, feijões de diversos tipos, batata-doce, milho e cará comidos com pouco rigor, além de uma cultura do doce, cristalizada na mistura das frutas com açúcar refinado e simbolizada, popularmente, pela rapadura.

(Paula Pinto e Silva. “Sabores da colônia”. In: Luciano Figueiredo (org). História do Brasil para ocupados, 2013.)

O texto caracteriza formas de alimentação no Brasil colonial e revela

  1. o esforço metropolitano de diversificar a produção da colônia, com o intuito de ampliar as vendas de alimentos para outros países europeus.
  2. a diferença entre a sofisticação da alimentação da população colonial e o restrito conjunto de alimentos disponíveis na metrópole.
  3. a articulação entre um sistema de produção voltado ao atendimento das necessidades e interesses da metrópole e as estratégias de subsistência.
  4. o interesse dos grandes proprietários de terras na colônia de produzir para o mercado interno, rejeitando a submissão ao domínio metropolitano.
  5. a separação entre as lavouras voltadas ao fornecimento de alimentos para os países vizinhos e as plantações destinadas ao consumo interno.

4. (Unesp 2021) A exploração do ouro, na região das Minas Gerais durante o século XVIII, implicou um conjunto de transformações no perfil geral da América portuguesa, tais como

  1. a redução no emprego da mão de obra escrava e a facilitação da entrada de imigrantes na colônia.
  2. a implementação do regime de intendências e a formação de nova estrutura administrativa na colônia.
  3. a concentração das atividades econômicas no interior da colônia e o abandono do comércio agroexportador.
  4. o aumento dos intercâmbios comerciais com a América hispânica e a constituição de um mercado aurífero no continente.
  5. o contato direto da Inglaterra com as riquezas do território brasileiro e a dificuldade portuguesa de manter o monopólio comercial.

5. (Unesp 2021) O importante trabalho de fazer um alfinete é dividido em mais ou menos dezoito operações distintas. Vi uma pequena fábrica que só empregava dez operários e onde, em consequência, alguns deles eram encarregados de duas ou três operações. Mas, embora a fábrica fosse muito pobre e, por isso, mal aparelhada, quando em atividade, eles conseguiam fazer cerca de doze libras de alfinetes por dia: ora, cada libra contém mais de quatro mil alfinetes de tamanho médio. Assim, esses dez operários podiam fazer mais de quarenta e oito mil alfinetes por dia de trabalho; logo, se cada operário fez um décimo desse produto, podemos dizer que fez, num dia de trabalho, mais de quatro mil e oitocentos alfinetes. Mas, se todos tivessem trabalhado à parte e independentemente uns dos outros, e se eles não tivessem sido moldados a essa tarefa particular, cada um deles não teria feito, com certeza, vinte alfinetes.

(Adam Smith. A riqueza das nações (1776). Apud: André Gorz. Crítica da divisão do trabalho, 1980. Adaptado.)

Considerando que uma libra equivale a aproximadamente 450 gramas, o texto indica que

  1. o modelo de fábrica ampliou imensamente a capacidade de produção de alfinetes, pois as máquinas substituíram o trabalho humano com evidente melhoria na qualidade da mercadoria final.
  2. a mecanização e o parcelamento de tarefas reduziram a capacidade de produção de alfinetes, pois criaram dificuldades para que o conjunto dos operários operasse as máquinas.
  3. a massa de um alfinete de tamanho médio equivale a 10% de uma libra e, em decorrência, a produção diária da fábrica gerava cerca de 4,5 kg de mercadorias.
  4. o trabalho individual de cada operário envolvia o manejo diário de quatro mil e oitocentos alfinetes, que representavam, em massa, cerca de 540 gramas.
  5. a divisão de tarefas na fábrica homogeneizou a capacidade produtiva individual dos trabalhadores e eliminou a necessidade de controle patronal sobre a produção.

6. (Unesp 2021) Artigo 1° – Todos os escravos, que entrarem no território ou portos do Brasil, vindos de fora, ficam livres [...].

Artigo 2° – Os importadores de escravos no Brasil incorrerão na pena corporal do artigo cento e setenta e nove do Código Criminal, imposta aos que reduzem à escravidão pessoas livres [...].

(Lei de 7 de novembro de 1831. https://camara.leg.br.)

A Lei de 7 de novembro de 1831, também conhecida como “Lei Feijó”,

  1. proporcionou a imediata superação da escravidão no Brasil, que se consolidou com a entrada maciça de imigrantes europeus a partir da década de 1870.
  2. teve efeito reduzido, pois o tráfico internacional de escravos e a entrada de mão de obra africana no território brasileiro persistiram nos governos sucessivos do país até a metade do século XIX.
  3. foi promulgada por pressão da Coroa inglesa, que determinou que navios britânicos apreendessem todas as embarcações suspeitas de tráfico de escravizados.
  4. proibiu a escravidão no Brasil, embora a escassez de mão de obra assalariada tenha levado à manutenção do emprego de mão de obra de escravizados até a década de 1880.
  5. resultou da guinada ocorrida no Período Regencial, quando o Brasil assumiu diretrizes liberais e ilustradas na condução da política econômica e no reconhecimento dos direitos humanos.

7. (Unesp 2021) O reconhecimento do território africano empreendido pelas campanhas de exploração e pelas missões religiosas foi facilitador de uma verdadeira invasão de mercadores europeus nas caravanas e rotas de comércio que ligavam diferentes pontos do continente. Muitos desses mercadores começaram a controlar algumas redes de comércio, criando novos sistemas de autoridade que não passavam mais por líderes africanos. De início, isso não representou nenhum tipo de perigo para as elites africanas, que já estavam acostumadas a negociar com árabes, indianos e com os próprios europeus. No entanto, no decorrer do século, os europeus se tornaram senhores das principais rotas comerciais do litoral africano, inclusive as que ligavam as cidades orientais com o continente asiático.

(Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017.)

Ao avaliar a presença europeia no continente africano ao longo do século XIX, o texto caracteriza

  1. um movimento de intensificação do comércio internacional, realizado a partir da difusão de valores universais como o cristianismo e a democracia.
  2. o respeito europeu à multiplicidade de crenças e manifestações culturais e a insistência africana em manter formas arcaicas de organização política.
  3. um esforço consciente e planejado de integração entre os continentes, por meio da constituição de ligações terrestres e marítimas.
  4. um processo de interferência gradual e profunda nos padrões culturais africanos, de organização social e dinâmica política das sociedades locais.
  5. a disposição europeia de colaborar para o progresso de países subdesenvolvidos, ampliando a capacidade produtiva das economias locais.

8. (Unesp 2021) O processo de formação e consolidação dos Estados nacionais na América hispânica, nas duas primeiras décadas do século XIX, envolveu

  1. a participação militar direta dos Estados Unidos.
  2. a intermediação diplomática do Império brasileiro.
  3. a disputa entre projetos unitários e federalistas.
  4. o prevalecimento das tradições culturais indígenas.
  5. o franco apoio da Igreja católica aos novos Estados.

9. (Unesp 2021) A “política dos governadores” é considerada a última etapa da montagem do sistema oligárquico ou liberalismo oligárquico, que permitiu, de forma duradoura, o controle do poder central pela oligarquia cafeeira.

(Carlos Alberto Ungaretti Dias. “Política dos governadores”. https://cpdoc.fgv.br.)

A afirmação do texto pode ser justificada pelo fato de que essa política

  1. fortaleceu a política econômica de caráter liberal, eliminando subsídios e favorecimentos do Estado aos diversos setores da produção agrícola.
  2. implementou um sistema de compra, pelo Estado, do conjunto da produção cafeeira, garantindo a estabilidade do preço mundial do café.
  3. ampliou os mecanismos de representação política dos estados no poder legislativo, consolidando a isonomia entre os poderes.
  4. inaugurou um período de ampliação da influência dos setores rurais na política nacional, neutralizando a força política do poder central.
  5. assegurou o compromisso de isenção da intervenção do Estado em assuntos locais, estabelecendo um equilíbrio entre estes e o poder central.

10. (Unesp 2021) Entre as tensões anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que contribuíram para o desgaste das relações diplomáticas e para o início do conflito armado, é possível citar:

  1. o acirramento das disputas geoestratégicas entre Estados Unidos e União Soviética.
  2. o expansionismo territorial e político japonês no continente asiático e nas ilhas do Oceano Pacífico.
  3. os esforços dos países capitalistas para conter o avanço do socialismo no Leste europeu.
  4. as disputas, entre as potências europeias, por áreas coloniais no continente africano.
  5. a incapacidade da Sociedade das Nações de coordenar as negociações entre os países membros.

11. (Unesp 2021)

Vou voltar

Sei que ainda vou voltar

Para o meu lugar

Foi lá e é ainda lá

Que eu hei de ouvir cantar

Uma sabiá

Cantar uma sabiá


Vou voltar

Sei que ainda vou voltar

Vou deitar à sombra

De uma palmeira

Que já não há

Colher a flor Que já não dá

E algum amor

Talvez possa espantar

As noites que eu não queria

E anunciar o dia


Vou voltar

Sei que ainda vou voltar

Não vai ser em vão

Que fiz tantos planos

De me enganar

Como fiz enganos

De me encontrar

Como fiz estradas

De me perder

Fiz de tudo e nada

De te esquecer

(www.chicobuarque.com.br)

A canção “Sabiá”, de Chico Buarque e Tom Jobim, foi apresentada no III Festival Internacional da canção, em setembro de 1968, durante o regime militar brasileiro.

Sua letra

  1. recorre à relação intertextual, para criticar a repressão e as perseguições políticas no país.
  2. explora a metáfora do voo do pássaro, para propor ação e mobilização popular contra as perseguições políticas.
  3. valoriza a esfera íntima e pessoal, para rebater o engajamento político-social de intelectuais e artistas.
  4. adota o recurso da repetição e do paralelismo, para defender a continuidade do regime militar.
  5. menciona aves e plantas, para defender a adoção de política ambiental sustentável pelo governo.

12. (Unesp 2021) A primeira corrida para a região ocorreu no Sudão, em 2011. Começou no norte, perto do Vale do Nilo, depois se espalhou para o oeste, para Darfur, favorecida por uma nova geração de detectores de metais baratos e fáceis de usar. Depois, a “frente pioneira” avançou de leste para oeste, sem controle, pegando outros Estados de surpresa. Fora de qualquer estrutura legal, indivíduos com equipamentos de baixo custo — sudaneses em sua maioria — descobriram áreas de interesse no Chade, particularmente no norte, em 2013; em seguida, no sul da Líbia e Níger, em 2014; na Mauritânia, em 2016; e, mais recentemente, em 2018, no norte do Mali. No deserto, a extração está apenas começando e faz crescer a incerteza em uma região já desestabilizada.

(Rémi Carayol. https://diplomatique.org.br, 08.01.2020. Adaptado.)

A região que tem atraído a atenção de populações africanas e o minério explorado correspondem, respectivamente,

  1. ao Magrebe e ao diamante.
  2. ao Saara e à prata.
  3. ao Magrebe e ao ouro.
  4. ao Sahel e ao ouro.
  5. ao Sahel e ao diamante.