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Quilombo dos Palmares

Lista de 11 exercícios de História com gabarito sobre o tema Quilombo dos Palmares com questões de Vestibulares.


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01. (UNICAMP) O documento abaixo foi redigido pelo governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, em 18 de agosto de 1694, para comunicar ao Rei de Portugal a tomada da Serra da Barriga.

“ (...) Não me parece dilatar a Vossa Majestade da gloriosa restauração dos Palmares, cuja feliz vitória senão avalia por menos que a expulsão dos holandeses, e assim foi festejada por todos estes povos com seis dias de luminárias. (...) Os negros se achando de modo poderosos que esperavam o nosso exército metidos na serra (....), fiando-se na aspereza do sítio, na multidão dos defensores. (...) Temeu-se muito a ruína destas Capitanias quando à vista de tamanho exército e repetidos socorros como haviam ido para aquela campanha deixassem de ser vencidos aqueles rebeldes pois imbativelmente se lhes unir-se os escravos todos destes moradores (....)”.

(Décio Freitas, República de Palmares – pesquisa e comentários em documentos históricos do século XVII. Maceió: UFAL, 2004, p. 129.)

Sobre o documento acima e seus significados atuais, é correto afirmar que

  1. foi escrito por uma autoridade da Coroa na colônia e tem como principal conteúdo a comemoração da morte de Zumbi dos Palmares. A data de 20 de novembro, como referência ao líder do quilombo, tem uma conotação simbólica para a população negra em contraponto à visão oficial do 13 de maio de 1888.
  2. o feito da tomada de Palmares, em 1694, pelos exércitos da Coroa, é entendido como menos glorioso quando comparado à expulsão dos holandeses de Pernambuco, em 1654. Os dois eventos históricos não têm o mesmo apelo para a formação da sociedade brasileira na atualidade.
  3. o texto de Caetano de Melo e Castro indica que Palmares não gerou temor às estruturas coloniais da Capitania de Pernambuco. A comemoração oficial do Dia da Consciência Negra é uma invenção política do período recente.
  4. o Quilombo de Palmares representou uma ameaça aos poderes coloniais, já que muitos eram os rebeldes que se organizavam ou se aliavam ao quilombo. A data é celebrada, na atualidade, como símbolo da resistência pelos movimentos negros.

02. (FAMECA) Entre os negros dos Palmares o capitão holandês Blaer encontrou tanta “roça abundante”, tanto milho, tanta touceira de banana – além da cana-de-açúcar, do feijão, da mandioca e das muitas palmeiras –, que a paisagem contrastava com a dos engenhos: só canavial e resto de mata.

(Gilberto Freyre [“Nordeste”, 1951] apud Carlos Guilherme Mota e Adriana López. História do Brasil, 2008.)

A visão do Quilombo de Palmares oferecida pelo texto revela

  1. valorização do modelo de sociedade igualitária e harmônica implantado no quilombo, que reproduzia os padrões de vida africanos da época.
  2. lamento face à inexistência de espaços institucionais de diálogo entre os quilombolas e o bandeirantismo de contrato.
  3. desprezo frente à falta de capacidade comercial dos negros, que não percebiam a necessidade de produzir para o mercado europeu.
  4. admiração ante a prática da policultura, em contraste com a monocultura açucareira implantada na colonização do Nordeste brasileiro.
  5. dúvida quanto ao domínio da agricultura pelos negros, uma vez que eles só desenvolviam práticas extrativistas.

03. (FGV-SP) Palmares conseguiu fazer o medo senhorial referente às fugas escravas chegar a seu ponto máximo e também marcou o auge dos grandes exércitos de aniquilação. É relativamente frequente, na correspondência oficial entre a metrópole e os governos do final do século XVII, a equiparação de Palmares à invasão holandesa, pelos danos, perigos e dificuldades da guerra. LARA, S. H., “Do singular ao plural. Palmares, capitães-do-mato e o governo dos escravos”.

In REIS, J.J. e GOMES, F. dos S., Liberdade por um fio. História dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 87.

A respeito de Palmares e dos quilombos no Brasil, é correto afirmar:

  1. Apesar de ser apontado como o maior quilombo da História do Brasil, Palmares ofereceu menor risco que outros quilombos, pela forte presença de missionários católicos em seu interior.
  2. As ações de repressão e aniquilação dos quilombolas, no período colonial, deveram-se à estrutura política centralizada e à formação de forte exército senhorial, que impunham a ordem escravista no Brasil.
  3. Palmares e muitos dos quilombos surgidos na região nordeste mantiveram-se completamente fora do circuito das transações comerciais e da circulação de bens coloniais.
  4. A violenta destruição de Palmares, ao final do século XVII, intimidou os escravos de outras regiões e marcou o início do declínio e do abandono dessa forma de resistência à escravidão no Brasil.
  5. A população de Palmares foi ampliada durante as lutas entre lusobrasileiros e holandeses, que provocaram constantes fugas de escravizados das plantations.

04. (Campo Real) Zumbi foi morto pelos bandeirantes, sendo degolado e tendo sua cabeça enviada para o Recife. A importância da vitória sobre Palmares foi tamanha para a metrópole que chegou a ser comparada ao triunfo sobre os holandeses.

(HERMANN, J. “Palmares”. In: VAINFAS, R. (dir.) Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 468.)

A comparação mencionada no texto indica que, para a Coroa Portuguesa, a queda de Palmares representou:

  1. o aniquilamento da luta pela abolição.
  2. a imposição do cristianismo entre gentios.
  3. o fortalecimento da economia centrada no açúcar.
  4. o restabelecimento do tráfico de escravos.
  5. manutenção do monopólio sobre o território.

05. (ETEC) Leia o trecho do poema Quilombo, de José Carlos Limeira.

Queria ver você negro

negro queria te ver

se Palmares ainda vivesse

em Palmares queria viver.

O gosto da liberdade

Sentido

Cravado

No peito

Correr,

Sentir os campos

ter

a vida

(LIMEIRA, José Carlos; “Quilombos”. In: Atabaques. Rio de Janeiro: Max, 1979. p.19-24)

O poema faz referência a Palmares e à ideia de liberdade, os quais caracterizam

  1. a execução de Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira, movimento emancipacionista frustrado, ocorrido em Minas Gerais no século XVIII.
  2. a demarcação de terras indígenas no Pará, garantidas pela Constituição Federal de 1988, promulgada após aproximadamente duas décadas de regime autoritário.
  3. a demolição do Complexo Penitenciário do Carandiru, em São Paulo, onde, na segunda metade do século XX, ocorreu uma das maiores chacinas da história do estado.
  4. o mais duradouro quilombo da história do Brasil, localizado em Alagoas, no qual se refugiaram milhares de escravos fugidos de cidades e fazendas ao longo do século XVII.
  5. as comunidades pobres do Rio de Janeiro que, por volta de 1910, foram expulsas dos cortiços no centro da cidade, no processo de reformas urbanas conduzido por Pereira Passos.

06. (UPF) “Não é fácil saber de onde foi que Jorge Velho partiu para ir combater Palmares, se de São Paulo ou do Piauí. Tanto se pode admitir uma versão como a outra, já que ambas se apoiam em documentos de igual autoridade [...]. Há também muita controvérsia sobre os seus efetivos. Em diferentes documentos o número de indígenas oscila entre 800 e 1.300, e o de brancos entre 80 e 150, não falando nas mulheres e crianças que costumava levar consigo. A marcha de seiscentas léguas até Pernambuco foi uma estupenda façanha. Custou-lhe a perda de 396 pessoas, das quais 196 morreram de fome ou doença e 200 desertaram.”

(FREITAS, Décio. Palmares: a guerra dos escravos. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1984, p. 145-146)

O bandeirante Domingos Jorge Velho foi contratado pelo governo português para destruir o quilombo de Palmares. Isso se deu porque

  1. os paulistas, excluídos do circuito da produção colonial centrada no Nordeste, queriam aí estabelecer pontos de comércio, sendo impedidos pelos quilombos.
  2. os paulistas tinham prática na perseguição de índios, os quais, aliados aos negros de Palmares, ameaçavam o governo com movimentos milenaristas.
  3. o quilombo desestabilizava o grande contingente escravo existente no Nordeste, ameaçando a continuidade da produção açucareira e da dominação colonial.
  4. os senhores de engenho temiam que os quilombolas, que haviam atraído brancos e mestiços pobres, organizassem um movimento de independência da colônia.
  5. os aldeamentos de escravos rebeldes incitavam os colonos à revolta contra a metrópole, visando trazer novamente o Nordeste para o domínio holandês.

07. (FCMS/JF) Em 1694, tropas comandadas pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho exterminaram o quilombo de Palmares, que havia se formado desde o início do século XVII. Os sobreviventes, teriam se refugiado nas matas da Serra da Barriga sob a liderança de Zumbi, morto em 20 de novembro de 1695, depois de resistir por quase dois anos.

Sobre o quilombo dos Palmares, podemos afirmar que:

  1. Abrigava apenas negros que fugiam das fazendas e buscavam proteção e moradia na comunidade.
  2. Era uma comunidade de caráter messiânico e defensora da República
  3. Se inseria no contexto de resistência negra à escravidão
  4. Buscava apoio do cangaço para resistir de maneira mais coesa à escravidão.

08. (PUC-SP) “No início do século XVII, temos as primeiras referências, nos documentos, a escravos fugidos que formam uma comunidade na área dos Palmares, na região serrana a cerca de 60 quilômetros da costa do atual estado de Alagoas, por volta de 1605. (...) Em 1667, os quilombolas começaram a atacar fazendas para conseguir armas, libertar escravos e vingar-se de senhores e feitores. (...)Os ataques portugueses intensificaram-se nos anos seguintes, sem sucesso, até que o paulista Domingos Jorge Velho ofereceu-se para conquistar os índios de Pernambuco, em 1685, o que abria as portas para sua atuação, também, no combate aos escravos fugidos e agrupados em Palmares.”

FUNARI, Pedro Paulo e CARVALHO, Aline Vieira de. Palmares, ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR Editor, 2005, pp. 11-13.

“Em meados de 1887, escravos fugidos de várias partes da província, estimulados pelos caifazes, organizaram no Mont Serrat, em Santos, no litoral paulista, o Quilombo do Jabaquara – uma verdadeira cidade, de onde seus ocupantes saíam para trabalhar nas minas de carvão ou como carregadores de café no porto. Foi a maior colônia de escravos fugidos no período.

O Quilombo do Jabaquara fazia parte de uma rede de quilombos muito mais ampla, ligada à Confederação Abolicionista – criada em 1883 na sede do jornal Gazeta da Tarde, na cidade do Rio de Janeiro por José do Patrocínio, João Clapp, André Rebouças, Aristides Lobo e muitos outros intelectuais, jornalistas, empresários etc.” VAINFAS, Ronaldo e outros. História. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. p. 485.

• Os textos permitem afirmar que os quilombos no Brasil

  1. eram comunidades constituídas por negros fugidos da escravidão e brancos abolicionistas, estabelecidas em todas as regiões, duramente combatidas pelos colonizadores portugueses e pelos industriais do império.
  2. foram numerosos nas regiões economicamente mais importantes do país, como Alagoas e São Paulo, onde a massa de escravos concentrava-se para abastecer, respectivamente, várias atividades urbanas e as lavouras de cana-de-açúcar.
  3. romperam a unidade do movimento de resistência dos negros à escravidão, acolhendo indígenas e outros trabalhadores dispostos a participar de uma alternativa à sociedade baseada no latifúndio, na monocultura e na escravidão.
  4. tiveram papel significativo na resistência à escravidão desde o período colonial, e no império receberam o apoio de setores progressistas da sociedade favoráveis à abolição da escravidão sem indenização aos proprietários.

09. (UFU) A santidade Jaguaripe (Bahia) foi uma espécie de antecessora, à moda indígena, do que seria Palmares no século XVII. Ela fez tremer o recôncavo, incendiando engenhos e aldeamentos jesuíticos, prometendo a seus adeptos a iminente alforria na “terra sem mal”, paraíso tupi, e a morte ou escravização futura dos portugueses pelos mesmos índios submetidos ao colonialismo. Na santidade baiana predominavam especialmente os tupinambás, mas havia ainda uns cristãos, outros pagãos e ainda rebeldes africanos, assim como em Palmares haveria índios.

VAINFAS, Ronaldo. Deus contra Palmares: representações senhoriais e ideias jesuíticas. In: REIS, João Jose & GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p.61-62 (adaptado).

Os movimentos conduzidos por indígenas e negros no Brasil colonial representaram

  1. a resistência frente aos aldeamentos jesuíticos que buscavam impor aos colonizados a religião cristã em detrimento das crenças tradicionais, sendo Palmares, localizado na Serra da Barriga, o maior e mais duradouro símbolo dessa luta no século XVII.
  2. a busca por reconstruir sociedades existentes antes do contato com os europeus, sendo que tanto na santidade Jaguaripe como no Quilombo de Palmares foi a religiosidade tupinambá e banto, respectivamente, revivida sem a presença de elementos cristãos
  3. a luta contra o colonialismo e a escravidão, sendo que Palmares entrou para a história não pelo nome português cristão, a exemplo da santidade dos tupis, senão como quilombo, vocábulo de origem banto (kilombo), alusivo a acampamento ou fortaleza.
  4. a batalha pela manutenção de elementos culturais de seus antepassados, sendo a santidade de Jaguaripe e o Quilombo de Palmares formas de negar o colonialismo europeu, caracterizadas pela recusa ao enfrentamento direto dos senhores e das tropas portuguesas, visando os acordos.

10. (UECE) A Confederação dos Quilombos de Palmares é considerada por alguns historiadores como a maior ameaça à ordem escravista conhecida pelo estado colonial brasileiro. No que tange à citada confederação, assinale a opção que contém afirmação INCORRETA.

  1. Inicialmente, as “comunidades” quilombolas procuravam apenas passar despercebidas aos colonos e grandes proprietários de terras.
  2. Os quilombos eram reprimidos pelos capitães-do-mato, pelas tropas particulares contratadas pelos grandes proprietários e por milícias oficiais.
  3. O Quilombo de Palmares foi apenas um entre tantos outros quilombos existentes no Brasil e em nada se diferenciou de tantos outros perdidos nas matas brasileiras.
  4. O Quilombo de Palmares era cercado por paliçadas, fossos e armadilhas e durante décadas resistiu aos ataques de tropas particulares e oficiais.

11. (UFVJM) Leia este texto.

“Quando se levanta a discussão em torno de resistência ou insurreição escrava de uma maneira geral, a primeira palavra que vem à cabeça dos brasileiros é “quilombo,” muitas vezes especificada como “quilombo dos Palmares.” (...), contudo (ELE) não constitui o padrão para estas aglomerações de escravos fugidos que, em sua maioria, (...), poderiam ser descritos como aglomeração de, no mínimo, apenas 6 pessoas. Vários deles não passavam de acampamentos em que poucos indivíduos sobreviviam à custa de roubos e furtos a viajantes.Tais aglomerações ocorreram nas Américas onde quer que houvesse escravidão em sistema de grandes lavouras: palenques, ou cumbes, na América espanhola; maroons, na América inglesa; e grandmarronage, na América francesa. No Brasil, foram adotados termos africanos para definir as aglomerações: kilombo (em banto, fortaleza), e mukambu (na língua quimbundo).”

Fonte: www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br Acesso em: 13 de maio de 2014.

Sobre a resistência escrava e os quilombos, no período colonial, ASSINALE a alternativa correta.

  1. O Quilombo dos Palmares foi um exemplo isolado de luta no mundo colonial, por isso é considerado hoje exemplo de organização para os remanescentes de quilombos.
  2. Os quilombos se definiam como a única forma de resistência ao escravismo em toda a América portuguesa e se estenderam às demais colônias espanholas, inglesas e francesas na América.
  3. As desordens urbanas e as manifestações individuais de inconformismo, tais como o assassinato de senhores e as fugas espontâneas, não representavam formas de manifestação da resistência escrava.
  4. Existiam diversas maneiras de reação dos escravizados, nem sempre deliberadas e planejadas. Os quilombos representavam uma das manifestações de rebeldia frente à sociedade escravocrata.

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